Fato, ficção
Por Renata souza | 17/11/2010 | LiteraturaO mundo inteiro sabe sobre Hamlet, uma história memorável de amor e dor. A relação de um homem e suas faces diante da mãe, pai, angústias e mágoas.
Representada incansavelmente é uma das mais belas obras da literatura inglesa.
Vista hoje, por outro prisma, o psicológico , percebe-se que mais do que inspiração tem-se nessa obra um pouco ou muito da essência de Shakespeare trazendo em si seus desvarios e porque não? Somos humanos!
Nos é permitido falar que a intimidade se dissolve em privada e pública
A primeira é sinônimo do "eu interior" a segunda banaliza a primeira quando incorre no comum e se conjuga o verbo sentir em todos os tempos gramaticais.
Afinal o que há entre Shakespeare e nós além de uma admiração?Os traumas e fantasmas do passado, de uma dor não digerida que rumina?
O que falta entre ele e nós é que não somos escritores e não temos o poder de transformar , catapultar em arte sentimentos profundos.
Temos a intimidade com o efeito, sabemos do efeito e o vivemos, ponto. Ponto ate que surge Freud. Aí Shakespeare se torna comum,pelo menos na esfera psicológica, mais um na multidão.
Mas em nome de Rousseau podemos acreditar no poder transformador que temos enquanto animais racionais. Podemos dominar , se quisermos, os fantasmas. Somos adaptáveis!
Graças a Rousseau ,Freud e Shakespeare é possível ir além na capacidade de entender a causa ,conseqüência, fato , ficção e a complexidade do ser humano e o quão previsíveis e iguais somos quando nos deparamos com a verdade.