Famílias Reconstituídas

Por Vanessa Ruffatto Gregoviski | 06/03/2017 | Psicologia

Famílias Reconstituídas

Vanessa Ruffatto Gregoviski

A tradicional composição familiar de um casal com seus filhos em muito já não representa toda a abrangência do termo família. Assim como todas as nossas vivências, a história de uma família (ou sua composição) não é algo linear que fica intacta ao passar dos anos, muito pelo contrário, ela sofre transformações e se adapta a novas realidades.

Hoje percebemos famílias monoparentais e reconstituídas ganhando cada vez mais espaço. Betty Carter e Monica Mc Goldrick (1995) descrevem ciclos vitais do contexto familiar, incluindo o deslocamento entendido como a separação de um casal. As autoras dissertam sobre os processos emocionais e questões que estão em jogo; afirmam que a decisão do divórcio é cercada por maturidade ao aceitar o fracasso de um casamento, e de angústias ao ter que lidar com o luto da família intacta. Outra situação que abarcam as famílias reconstituídas é a da perda de um membro integrante do grupo parental, em tais casos não se lida apenas com o luto por um ente querido, mas também pela sobrecarga de responsabilidades que é depositada sob um genitor no momento em que ele tem que suprir ambas as funções parentais (situação que permanece em famílias monoparentais).

Nascimento (2009) afirma que a família é uma invenção social; e que com o advento da modernidade funções e definições de mãe, pai e família se alteraram. Falar rapidamente sobre famílias reconstituídas se mostra difícil na medida em que esse assunto é marcado por peculiaridades que se fazem possível estudar. É importante acima de tudo ressaltar que família é muito mais do que apenas parentesco cosanguíneo (NASCIMENTO, 2009), e assim como relações humanas está repleta de transformações e inovações.

 

REFERÊNCIAS

CARTER, B.; McGOLDRICK, M. e cols. As mudanças no ciclo de vida familiar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

NASCIMENTO, I. De que família estamos falando? Entre o ideal e o vivido. Nuances, jan/dez 2009, v. 16, nº 17, p. 195-204. Disponível em: <http://revista.fct.unesp.br/index.php/Nuances/article/viewFile/329/365>. Acesso em: 25 set. 2016.