FALANDO EM AMOR...
Por MCarmo Costa | 08/03/2009 | CrônicasE o dia está cinza apesar do
brilho quente do sol com o qual o Senhor Deus nos abençoa,
neste DIA INTERNACIONAL DA MULHER onde tantas homenagens lhes
são estendidas. A mulher que é fruto do amor
divino. Sim, Deus ama imensamente a mulher e com tal intensidade que
fez dela a mãe viva do Salvador, do Deus feito homem, Seu
filho Jesus Cristo.
Hoje, neste dia que a ela foi consagrado, eu,
como uma das tantas Marias, não pelo nome mas por ser uma
representante do sexo feminino, apesar de muito amada pelo Senhor Deus,
me sinto ultrajada por seus representantes na terra. Ultrajada como
filha, mãe, companheira, profissional e especificamente como
cristã que sou, praticante, uma serva do Senhor, pautada
numa educação familiar de princípios
religiosos.
Hoje eu não consigo falar do amor, quando o
amor está sendo pisoteado, espezinhado por homens que, em
nome das leis de Deus matam a alma de uma inocente que ainda nem sabe o
que é viver, assassinam o sorriso do desabrochar de uma
mulher na criança que condenam. Uma criança que
foi vilipendiada por algo que se diz HOMEM, tendo suas tenras carnes
rompidas pela imundície exposta de um verme rastejante que
estava na função de seu pai.
A natureza fez
com que esta criança, um pouco mais desenvolvida,
já tivesse condições
biológicas de engravidar e infelizmente isto ocorreu.
E
esse verme a ser punido pelas leis penais é absolvido pelas
leis do Código Canônico, este, que deveria ser a
mais pura das leis por ser feito pelos representantes de Deus. Um Deus
vivo, que é amor, misericórdia e
perdão. Mas estas leis dão a um homem o direito e
a autoridade de EXCUMUNGAR um médico e uma mãe
por lutarem pela vida.
Pasmo, paro e lembro das palavras do Mestre:
“Deixai vir a mim as criancinhas e não as
impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que
se parecem com elas. Em verdade vos declaro: quem não
receber o Reino de Deus como uma criancinha, nele não
entrará.”(Lucas 18, 16-17)
Teria o Senhor Jesus
condenado a mãe da criança, o corpo
médico por terem optado pela vida, por terem defendido o
direito de viver daquela criança¿ Uma
criança que os homens agora a transformam em Madalena, de
vítima a culpada.
Essa atitude da igreja
também não é uma atitude
criminosa¿ Não estão assassinando a
alegria de uma vida que se inicia, obrigando a esta criança
carregar consigo, por toda sua existência, o maltrato
sofrido, o repúdio ao próprio corpo, o ultraje,
humilhação e vergonha e como se não
bastasse, o banir da igreja que , de certo deveria ser o seu amparo e
seu socorro.
Não, hoje eu não tenho motivos
para estar feliz porque a mulher ainda sofre abusos e absurdos no
corpo, na mente, na alma e no coração.
Continuo
pensando e novamente recorro as Escrituras que não me deixam
esquecer que Jesus Cristo foi condenado à
crucificação pelos anciãos do povo, os
príncipes dos sacerdotes e os escribas. E quando Pilatos
quis intervir por não ter encontrado crime em Jesus, esse
grupo instigou o povo a gritar:”CRUCIFICA-O!”
Pilatos absolvendo Barrabás, o cruel criminoso e
salteador,entregou Jesus à vontade das bestas humanas.
Se Cristo hoje estivesse na mesma situação real, daquele momento, morreria a dentadas!