EZILDA ARAGÃO BRASIL: UMA ESCOLA EM SANTA MARIA DO URUARÁ QUE A FAZ DIFERENÇA, EM SEUS 39 ANOS DE EXISTÊNCIA, NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM E NAS MUDANÇAS SOCIAIS LOCAIS

Por Sydney Pinto dos Santos | 12/04/2023 | Sociedade

EZILDA ARAGÃO BRASIL: UMA ESCOLA EM SANTA MARIA DO URUARÁ QUE A FAZ DIFERENÇA, EM SEUS 39 ANOS DE EXISTÊNCIA, NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM E NAS MUDANÇAS SOCIAIS LOCAIS 

Texto com início de produção em 2020 e terminado e postado em 2023 em Santa Maria do Uruará – Pará

 

Por: Santos, Sydney Pinto dos[1]

INTRODUÇÃO

Aspectos Gerais, Historicidade em Excertos e Processos Interventivos na Educação Local

Quando se fala em ambientes escolares, ou unidades educativas ou ainda em educandários, se tem em primeiro plano apena uma noção quase que vazia de que se trata apenas de um espaço com salas de aula, professores repetindo em suas oralidades diárias exercícios e atividades relacionadas aos conteúdos programáticos exigidos pelos planos, sistemas de educacional, sistema de ensino ou sistema escolar; ou ainda alunos querendo a todo custo que se chegue o horário do recreio ou intervalo para degustar a alimentação escolar, a qual muitas vezes não atende os requisitos propostos, inclusive para a realidade local. Logo, esta visão vazia de um espaço educativo, não leva em conta o que a escola em sim, inclusive a retratada aqui no caso, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Ezilda Aragão Brasil, que se trata de uma unidade escolar que além de ter quase os aparatos de consolidação da educação para os dias atuais, faltam alguns de extrema relevância, inclusive pela observância da falta de biblioteca, laboratório de informática, auditório de apresentações e reuniões, assim como a falta de outros espaços ou equipamentos fundamentais e necessários ao bom, notável e coerente funcionamento ao processo educacional.

Sendo uma unidade de ensino que teve início sua construção no ano de 1983 e entregue à comunidade no ano de 1984, onde pode atender, naquele momento, a demanda existente na comunidade, já que a mesma não era tão expressiva quanto agora, visto que se tratava de uma vila de pequeno porte com poucas ruas habitadas, mas com moradores espaçados em boa parte da sua área de planejamento. Mas que, em tese, conseguia suprir as necessidades escolares existentes, tendo em vista que os alunos estudavam até a 4ª série, nível mais elevado para aquela época em que o conhecimento e o aprendizado adquirido dentro dos espaços escolares, complementados com os do que vinham da educação familiar, já se tornava o bastante para que o indivíduo já tivesse o ingresso nas oportunidades ou que já pudesse condições de resoluções de algumas necessidades do dia a dia.

Com CNPJ/MF de Nº 01.851.532/0001-03, o qual dar-lhe condições jurídicas de ação e reconhecimento, assim como de recebimento de recursos do governo Federal via seu conselho escolar, o qual tem vários anos de vigência e age como unidade consultiva, orientativa e deliberativa, assim como participativa direta nas questões educacionais e didática-pedagógicas as quais fomentam e interagem com o processo ensino-aprendizagem, seus aspectos e variáveis intervenientes. Sendo o seu número do INEP 15009475, é o que permite que se tenha acesso direto aos portais do MEC e afins com fins específicos de se obter informações necessárias sobre os dados integradores das escolas brasileiras, cadastradas e registradas no sistema integrado deste ministério.

Localizada à Rua Nossa Senhora das Graças, Nº 67, no centro do Distrito de Santa Maria do Uruará, tinha a sua entrada principal até o ano de 2018 para a Rua 14 de julho, a qual foi mudada, após discussões estudos e viabilidade de funcionamento para a atual rua. Visto que, devido o asfaltamento da antiga rua, a mesma se tornou muito movimentada, fazendo com que aumentasse o volume de tráfego de veículos nesta rua, e, consequentemente o perigo aos alunos deste educandário, inclusive aos menores do Ensino Fundamental menor. Sendo que a mudança além de permitir a construção de um acesso mais largo e mais espaçoso, se construiu através do Conselho escolar e de seus recursos uma passarela coberta que dar acesso ao primeiro pavilhão, e assim a área de alimentação, facilitando assim a interação entre os funcionários e os discentes, dando maio dinamismo e flexibilidade à socialização, como também entre os alunos do Ensino Médio os quais frequentam o espaço do educandário desde 2017 no segundo pavilhão.

Vários projetos já foram colocados em pauta e desenvolvidos de acordo com os anseios dos proponentes, assim como dos recursos direcionados a estes; e às vezes sem estes recursos, as parcerias se tornaram fundamentais para a manutenção e o sucesso dos mesmos. E entre eles podem se destacar: O “Mais Educação”, mantido com recursos do FNDE; o Festival do Açaí”, mantido com recursos próprios da escola e seus variados colaboradores; o “Sarau Literário” de organização e “proponência” da professora Jucimar Lins, a qual destaca neste projeto a língua falada, escrita e expressa através da música, teatro, poesias e outros gêneros, com a participação efetiva da comunidade escolar de maneira que se demonstre que a escola não apenas promove as nuances educativa-didáticas dentro do espaço escolar propriamente dito, assim fazendo uma dinâmica entre o social-comunitário=escolar, onde pais, professores e simpatizantes são os que participam com plateia diante das inúmeras apresentações; já neste contexto tinha o “Projeto Soletrando” da professora Rosângela de Souza Esquerdo, onde o mesmo estava direcionado por série/anos, especialmente do 6º ao 9º anos do Ensino Fundamental, e que tinham com ênfase o conhecimento sobre a estrutura da Língua Portuguesa, mas para o lado gramatical e suas estruturações.

A partir de 2022, começou a realização de três outros projetos inovadores para a convergência dos objetivos aprendizagem com as características da escola. Sendo eles: “Dia do Livro Infantil: Construindo o aprendizado pela criatividade e ação dos discentes”, tendo como proponente a Professora Rosângela Esquerdo e os professores dos anos iniciais do Ensino Fundamenta; outro projeto de intervenção denominado de: “PROJETO DE INTERVENÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA AOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL MAIOR (6º e 7º anos) DA E.A.B E ESCOLAS ANEXAS: amenizando os impactos na aprendizagem pós-período pandêmico, estratégias e expectativas socioeducativa”, projeto este direcionado aos alunos com atraso na aprendizagem, utilizado no primeiro momento aos alunos do 6º e 7º anos, em decorrência da pandemia, mas no momento atingindo alunos do 5º e 6º anos do EF.

 

Já o terceiro evento ou projeto que envolve aspectos sociais com educacionais, é denominado de “Escola Ezilda Aniversariando: promoção da aprendizagem pelas manifestações culturais-educativas”, quando são desenvolvidas atividades lúdicas e didáticos-pedagógicas contendo: leitura de poesias e poemas, crônicas, apresentação de teatro, músicas e danças, e dedicatórias aos funcionários da escola, e outas que envolvam a participação geral dos atores da comunidade escolar, como torneio e outras atividades esportivas.

No que tange ao aspecto de ornamentação e melhoramento do espaço do educandário o projeto de jardinagem denominado de “Jardim Professora Dilha”, que se constitui de plantar e ornamentar o espaço da escola com várias espécies de plantas e flores, o que dar um ambiente mais chamativo, harmonioso e alegre dentro deste espaço escolar; também era constituído de uma pequena praça, no espaço conhecido como “área dos jambeiros da Ezilda”. Esta ornamentação se iniciou no ano de 2005, de um trabalho encabeçado pela professora Isoneide Pinto e seus colaboradores: Professor Jander Clei, Moacir Malaquias, João Carlos, e outros.

Já no que diz respeito a infraestrutura da referida escola, pode-se observar o aumento das salas de aula, que além das 6 existentes: 4 do pavilhão de Nº 01 e 2 salas do pavilhão conhecido como “Salas do Mais Educação”; no ano de 2015 foram iniciados os trabalhos de construção de mais um pavilhão com 4 salas de aula e entregue no ano de 2016. Construído com uma pareceria entre a AMOSAMUR,  a direção escolar, a administração municipal, os professores do Ensino Médio e os funcionários de forma geral da escola Ezilda, visto que os objetivos preliminares para a construção e posterior uso das salas de aula estavam centrados em dois: aproximar os alunos próximos à escola, da Educação Infantil que passaria a funcionar neste educandário;  excluir o turno intermediário do educandário, visto ser um horário pernicioso tanto para o corpo docente quanto aos discentes das turmas do Ensino Fundamental menor que, ao longo dos anos vêm sendo prejudicados por este expediente.

Em relação aos outros projetos do calendário escolar desta instituição, como Festa Junina, que geralmente ocorre na segunda semana do mês de junho; assim dos jogos Internos, com execução variada, mas geralmente nos últimos meses do segundo semestre do ano letivo. Sendo que, anteriormente a realização era em conjunto com as escolas anexas da Ezilda Aragão Brasil, juntamente com o Ensino Médio, o que fazia que houvesse uma grande disparidade em relação às competições por atividades, já que os de idade menores acabavam por serem prejudicados, tendo em vista que competiam de igual para igual com os alunos maiores. A escola Joaquim Pereira Mendes participava neste período, até a sua “emancipação” como convidado, visto que se tornava mais interativo e participativo este evento na comunidade, utilizando os mais variados meios, como: estradas (para a mini-maratona, ciclismo), o rio Pará do Uruará, utilizado para canoagem e a natação; assim como as ruas melhoradas, para outras atividades de atletismo: 10 metros rasos e 4 x100 metros.

A relação da escola Ezilda Aragão Brasil com o Ensino Médio Pretextato da Costa Alvarenga

Assim que foi implantado o Ensino Médio na Região do Uruará (no ano 2000), o espaço passou ser usado pelos alunos deste nível de ensino, no período noturno, visto se tratar naqueles tempos, de pessoas, com mais idades ou que desempenhavam alguma função diurna e que os impediam de frequentar as aulas ministradas nos turnos do dia.

Porém, o Ensino Médio passou a funcionar depois, no ano de 2012, em ambiente extra-escolar, em prédios que eram alugados pela direção deste nível de ensino com atuação e ajuda direta da esfera municipal; com toda uma estrutura de funcionamento, com salas de aulas, professores específicos e de acordo com os componentes curriculares; assim como tendo coordenação local, seus funcionários de apoio, como a alimentação e local de preparação e destino aos alunos.

Ressaltando que, no ano de 2014, o Ensino Médio, o qual funcionava na região do Uruará e nas outras regiões do município de Prainha na modalidade SOME ou Modular, passou a vigorar como regular, depois de um trabalho de sensibilização junto à comunidade escolar e aos comunitários, promovido pelas instâncias administrativas da educação: Direção do Médio no Município; da 6ª URE, da SEMED do Município de Prainha, incluindo neste contexto a administração direta da esfera municipal; assim com as associação, inclusive a AMOSAMUR, que teve relevante papel para instalar o Médio regular na Região do Uruará.

 Com isto, promovendo e tentando contornar as necessidades de funcionamento regular deste nível de ensino; o que passou a funcionar na Margem Direita do Município de Prainha, ou Calha Sul deste território como Anexos, processos que davam a formalidade legal para o funcionamento regular do Ensino Médio pelo Colégio Estadual de Ensino Médio “Pretextato da Costa Alvarenga”, possibilitando, em tese, um grande e impar avanço na educação do município de Prainha.

No ano de 2014, fora solicitado a administração municipal de Prainha, a construção de mais um pavilhão dentro do espaço físico da Escola Ezilda Aragão Brasil, pois a mesma apresentada este aspecto de sobra; o que foi atendido pela gestão 2013 – 2016; quando foi entregue à comunidade escolar este pavilhão, denominado de Professora Maria de Lourdes, com 04 salas de aula no final do ano de 2015, e passando a funcionar no ano de 2016. E que, tinha como seus principais objetivos: aumentar a demanda de alunos da escola na matricula; atender com a Educação Infantil, alunos moradores das ruas e blocos de moradia mais perto da escola; assim como, eliminar ou extinguir de vez o horário intermediário da escola.

No entanto, no ano de 2017, de uma maneira inesperada, o pavilhão foi ocupado pelo Ensino Médio Regular da Região do Uruará, isto é, do Anexo I do Colégio Estadual de Ensino Médio “Pretextato da Costa Alvarenga”, até o dado momento (ano de 2023); criando um certo desconforto e incômodo para os atores do Ensino Fundamental menor, inclusive, pois viram os alunos da Educação Infantil serem prejudicados, já que teria que se adequar a estudar em um local mais distante de sua morada; assim como, retrocedeu, quanto ao funcionamento do turno intermediário, onde os professores dos anos iniciais, retornaram ao turno intermediário, regredindo toda uma conquista que se levou anos para se concretizar. Como, dos serviços e espaços que acabaram sendo compartilhados, como banheiros, abastecimento de água, preparação de alimentação escolar e outros.

A relação da Escola Ezilda Aragão Brasil com a comunidade local e as comunidades circunvizinhas.

No que tange a relação educacional e social da Escola Ezilda Aragão Brasil, com a própria comunidade em que está localizada (Vila de Santa Maria do Uruará), assim como em relação às comunidades adjacentes, a mesma serve de apoio educacional constante, já que é uma escola que está presente no âmbito comunitário desde o ano de 1984, quando foi entregue à comunidade. E, que, não recebe alunos apenas do local, mas de outras comunidades, que pelo seu intercâmbio cultural, social, político-administrativo e econômico e ao mesmo tempo comercial, serve como base formativa para estes alunos, que em tese, não possuem em suas  comunidade as séries/anos de avanço no Ensino Fundamental; ou porque se deslocaram para morar na vila; ou ainda terminaram o Ensino Fundamental, e vieram à procura de continuação do Ensino Médio, visto não existir outros ambientes educacionais deste nível de ensino que atenda-os.

Portanto, a Escola Ezilda Aragão Brasil, serve muitos mais de um espaço de passagem e integração de alunos de outras comunidades no que tange, a escolarização destes, mas sim como um espaço de vivência e relação social e democrática, de troca de ideias e sugestões diárias, de convivência e troca de costumes e hábitos, assim como de interação e socialização cidadão entre eles. Misturando os valores e princípios advindos da formação familiar de cada ente ali participativo e atuante dentro deste espaço escolar.

A relação da Escola Ezilda Aragão Brasil com as instituições de Ensino Superior.

Quando começaram a aparecer as instituições de ensino superior na região do Uruará, onde Santa Maria do Uruará está localizada e consequente onde a escola Ezilda Aragão Brasil se situa, a procura por um espaço que ficasse no “centro” dos interesses locais foi proferido, e assim, a escola em questão foi elencada como um espaço mais ideal para que houvesse o funcionamento destas turmas de ensino superior, inclusive àquelas que tinha o seu período de funcionamento na época das férias escolares, o que não faria com que houvesse um impedimento ao funcionamento do período letivo das atividades escolares da unidade referida.

Portanto, serviu, ao longo de vários anos, como um aporte estrutural para estas instituições realizarem suas aulas presenciais, ou palestras, ou cursos rápidos, ou matrículas de ingresso ou mesmo encontros esporádicos com finalidade acadêmica, inclusive com realização destes eventos em finais de semana, também. Possibilitando que, a instituição Ezilda Aragão Brasil, fosse algo atuante além de sua esfera de ação e atuação, servindo como parceira e colaboradores a estes institutos, sem receber nada em troca.

Vale destacar que, também há, um fator importantíssimo para a interação e inter-relação da escola com estes institutos ou instituições de ensino Superior, que é o recebimento e aparo educativo, ao longo dos anos, dos acadêmicos de inúmeras instituições de Ensino Superior, os quais procuram a unidade escolar para a realização do Estágio Supervisionado Obrigatório, seja na modalidade de Observação, ou mesmo na modalidade de Regência, o que faz com que haja um profundo respeito e admiração destes indivíduos pela escola, por dois motivos, a necessidade de estar executando um estágio supervisionado mais próximo possível de sua morada , e ainda por serem ex-alunos, os quais voltam agora para escola na condição de aperfeiçoamento educacional e instrutivo, para desenvolver futuramente seu papel como profissional de educação; inclusive, na esperança deles, de ser neste local.

 

REFERÊNCIAS

SANTOS, Sydney Pinto dos. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – PPP – ESCOLA EZILDA ARAGÃO BRASIL – 2022/2024: “construindo um novo tempo para uma nova realidade” nestes 39 anos de existência e obrigação com a sociedade! – Santa Maria do Uruará – Prainha/PA, 2023. Disponível em: https://webartigos.com

 

[1] Professor da Rede pública de Ensino de Prainha desde o ano de 1998. Pedagogo da Escola Ezilda Aragão Brasil. Mestrando em Educação com Especialização em Educação Superior (FUNIBER-UNIB)

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