Explosão de origem criminosa mata 16 em Marrakech: Quem profita do crime?

Por Lahcen EL MOUTAQI | 30/04/2011 | Política

Rumores sobre o atentado que destruiu o café "Argana" nas primeiras horas desta quinta-feira na Praça a mais movimentada de Jemaa el Fna, em Marrakech, considerada como a cidade meca e turística. O número de mortos pode aumentar a qualquer hora, onde vinte pessoas continuam feridas.

Uma fonte do hospital Iben Tofail informou que há também entre as vítimas dois holandeses, dois suíços, dois russos e dois tunisianos.

Nicolas Sarkozy condenou visto como "um acto hediondo, cruel e covarde". Ele conversou por telefone com o rei de Marrocos. Por sua vez, Alain Juppé, ministro de Relações Exteriores francês, denunciou "com a maior firmeza este bárbaro atentado que nada pode justificá-lo.

A investigação está em curso para determinar os responsáveis, e os criminosos serão processados​​, julgados e punidos, segundo o Porta voz do governo marroquino. E a procuradoria de Paris abriu um inquérito preliminar, com apoio do reino.

Esta explosão devastou o café Argana, localizado na Praça Jemaa el-Fna, em Marrakech, a cidade emblemática e turística de Marrocos. A televisão marroquina fala de seis franceses e demais marroquinos.

Muitos testemunhas da praça contam que houve uma forte explosão, provocando uma nuvem de fumaça negra, subindo acima dos restaurantes e bazares.

As autoridades marroquinas inicialmente falaram sobre uma explosão acidental de um cilindro de gás, antes de falar sobre um ato criminoso de um terrorista suicida. Há relatos de duas ou até de três terroristas suicidas.

Em um comunicado, o rei Mohammed VI ordenou: "A investigação sobre a explosão criminal e tratar de apurar as causas e determiná-las para traduzir os responsáveis na justiça, denunciando este infeliz incidente..

A população de Marrakech, foi convidado a doar sangue, muitos responderam ao apelo em massa nos hospitais para ajudar nos esforços de socorro.

Quem? Por quê? E por que agora?

O último ataque grave em Marrocos remonta a 2003 (um homem-bomba se explodiu também em março de 2007, mas foi a única vítima), quando homens-bomba foi das favelas de Casablanca causando 41 mortos num atentado que visou alvos cuidadosamente selecionados na capital económica do reino: um hotel e um restaurante acolhedor de clientes internacionais, um prédio da aliança judaica e um cemitério judaico na cidade, bem como o consulado belgo.

Para o atentado desta quinta-feira, ele visou um novo alvo bem escolhido: um café freqüentado por turistas estrangeiros no lugar mais popular em Marrakech, um local projetado para dar a maior publicidade a este gesto terrorista. Embora que muitas notícias levantam suposições sobre os autores e responsáveis: sarauí ou Salafista?

A onda de choque das revoluções Árabes

Ninguém ainda tinha assumido o atentado, obviamente, Marrocos, como todo o mundo árabe, enfrentam a onda de choques das revoluções Tunísia e Egito, um passo democrático para uma parte da juventude.

Desde a primeira chamada para as manifestações de 20 de fevereiro, relativamente uns importantes comícios que foram realizados nas cidades as mais importantes do pais, enquanto o rei Mohammed VI respondedo, lançando um processo de reforma política e liberando um número de prisioneiros políticos, incluindo islamitas.

Durante dois meses, com algumas exceções, esse movimento se manteve calmo e não suscitou qualquer incidente grave, ao contrário do que vem acontecendo em outros países árabes. Nenhuma ameaça do uso da violência terrorista havia sido anotada até agora, mas o atantado de Marrakech parece mais susceptível de prejudicar o trabalho dos jovens da sociedade civil, agrupados no seio dos "20 de fevereiro" ao invés de ajudar.

Domingo passado, novamente, o dia de protesto teve a participação de milhares de pessoas, sobretudo em Rabat, onde o procissão escolheu pela primeira vez, a marcha pelos bairros populares mantidos até então fora do movimento.

Milhares de manifestantes participaram no distrito de Yacoub al-Mansour, marchando até o bairro Al-Qamra, onde o protesto terminou a cerca de três horas depois. Ao longo da passeata, centenas de moradores do bairro e transeuntes se uniram aos manifestantes. De suas janelas, alguns manifestantes saudaram o gesto famoso de vitória dos membros do movimento salafista.

Quatorze Salafi liberados em 14 de abril

Os olhos se tornarão mais ao lado dos radicais islâmicos, os homens-bombas explodem em um lugar público, após o atantado em Marrakech, segue paradoxalmente, de perto o perdão real, 14 de abril, de 190 presos políticos, incluindo catorze salafistas. Entre eles, Ahmed Fizazi, ideólogo da Salafia Jihadia, condenado a trinta anos de prisão por ter "inspirado" os ataques terroristas de 16 de maio, 2003.

Mas o movimento islâmico considera que estas medidas são insuficientes. em 20 de abril, ele realizou um sit-in com várias organizações locais antes da CNDH (Conselho Nacional de Direitos Humanos) para reclamar a libertação de todos os presos políticos.

Lahcen EL MOUTAQI
Consultor-professor