EVOLUÇÃO DO SABER TECNOLÓGICO
Por Vaneide Damasceno Cunha Arantes | 26/01/2010 | EducaçãoEVOLUÇÃO DO SABER TECNOLÓGICO
Vaneide Damasceno Cunha Arantes
vantone2@hotmail.com
Palavras-chave: Conhecimento, Tecnologias, Saberes Populares, Hipertexto
Introdução
O homem sentiu necessidade de se comunicar, então, iniciou-se a escrita. E essa sede de se comunicar levou-o a procurar novas formas (mais fáceis e rápidas) para que seus códigos fossem entendidos. O que seria desafiante ao homem? E assim ele procurou dar sentido à sua vida de forma em que sua sede por informações fosse aguçada a cada dia e seu conhecimento construído. Esta foi a maneira que impulsionou o ser humano à evolução do saber.
Refletindo os saberes tecnológicos
Acredita-se que o salto maior tenha vindo com a invenção de livro impresso (Gutemberg), a partir daí as informações eram transformadas em conhecimento transportável (mesmo o conhecimento sendo restrito à população). Então, vieram invenções desafiantes: das mídias impressas (livro, revista, jornal) ao hipertexto (constituído de nós, ligações, trilhos, mapas...). Segundo SANTAELLA, citada por MARAGON, “o hipertexto passou a coabitar com multimeios, misturas de sons, ruídos, imagens de todos os tipos, fixas e animadas, configurando os ambientes de hipermídia”. Assim, o leitor tem a possibilidade de se interagir, decidir o rumo das informações seguindo seus interesses, ser o co-autor do texto.
LÉVY, citado por SILVA, ressalta que através das mídias, com programações de qualidade, pode-se compartilhar inteligências individuais, memórias, percepções, imaginações, construindo uma aprendizagem coletiva. De forma colaborativa o ser humano poderá construir seu conhecimento com autonomia.
Segundo FIGUEIREDO e SANTI (2002), “os projetos de psicologia mais interessantes são os que mais dificuldades têm de se afirmar plenamente em termos epistemológicos e metodológicos.” Espera-se que o discente saiba observar, discernir e assimilar toda essa informação disponível nas mídias; que retire o significado e o significante à sua vida. É essa capacidade de cognição do ser humano que o leva a processar as informações recebidas e também de adaptação, pois precisam pensar para mudar o ambiente em que vivem para que se torne um ambiente agradável e adequado ao seu meio de vida, pois o ser humano é o único com capacidade de mudar o ambiente em que vive.
SANTAELLA (2004), relata que a cibercultura se desenvolverá paralelamente com a cultura midiática, gerando conflitos, desafios, se adaptando à lógica da rede. Interessante esse argumento da autora, pois LÉVY prega a cibercultura e inteligências coletivas como forma de inclusão digital nos pólos: técnico, cultural e social. O desafio seria o aperfeiçoamento com qualidade dos órgãos de comunicação, assim, aguçaria o estranhamento do ser humano diante do novo a ser explorado.
Podemos refletir e analisar toda essa inovação tecnológica disponível no mercado, ressalta DIAS. Observar os fatores limitadores em relação às tecnologias móveis e aqueles fatores inovadores quanto ao uso de dispositivos no processo educacional. É claro que os inovadores são em maior número e que fazem parte do ambiente educacional de forma positiva (Ipod, mp3, celular, notebook etc). Teríamos a ubiquidade a nosso favor, estaríamos em toda parte ao mesmo tempo.
Considerações Finais
Em virtude dos fatos mencionados, a meio a tantas informações devemos repensar o modo de ensinar/aprender, mudar nossas metodologias arcaicas de ensino, pois nossos alunos sofrem com o excesso de informações, com dificuldade de concentração. KASTRUP (1999), ressalta que “nesta direção, o método da redução seria composto de suspensão, redireção e deixar vir para uma aprendizagem da atenção do ponto de vista da cognição inventiva”.
Enfim, MELO (citado por ALMEIDA e BRITO), argumenta sobre a ‘Folkcomunicação na Internet’, a mídia e toda a sua revolução é capaz de valorizar cada cultura popular, seus valores e costumes. Acredita-se que toda essa cultura, esse saber, seja mais divulgado através do uso das TICs na educação, pois o mundo virtual interage e ocupa espaço ampliando seu raio de alcance, sem perder o caráter local (suas raízes).
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, C.D. e BRITO, A.I.A.Convergência entre mídia e cultura popular. Disponível em: http://www.unisinos.br/publicacoes_cientificas/images/stories/pdfs_educacao/vol12n3/243a244_rs01_almeida.pdf . Acessado em: 10 /11/2009.
DIAS, R. A. Tecnologias móveis. Disponível em: http://www.webartigosos.com/articles/21311/1/tecnologias-moveis/pagina1.html. Acessado em: 10/11/2009.
FIGUEIREDO, L.C.M. e SANTI, L.R. Psicologia: uma (nova) introdução. 2ª ed. São Paulo: EDUC, 2002.
KASTRUP. V. A aprendizagem da atenção na cognição inventiva. Disponível em: http://www.psicologia.ufrj.br/pospsi/aprendizagem.pdf . Acessado em: 08 /11/2009.
MARANGON, R. O hipertexto no contexto educacional. Disponível em: http://www.uab.ufjf.br/file.php/2226/Biblioteca_4/O_hipertexto_no_contexto_educacional.pdf . Acessado em: 10 /11/2009.
SANTAELLA, L. Culturas e arte do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura. 2ª ed. São Paulo: Paulus, 2004.
SILVA, A. A convergência de mídias como ferramenta na construção das inteligências coletivas. Disponível em: http://www.unirio.br/morpheusonline/Numero02-2003/angelicasilva.htm. Acessado em: 07/11/2009.