EVASÃO ESCOLAR NO ENSINO MÉDIO

Por Daiana Cristina Luhm | 22/02/2017 | Educação

EVASÃO ESCOLAR NO ENSINO MÉDIO

 

BLAUTH, Ananda Tamires[1]

COLOMBO, Jocineli Polis[2]

KAKTIN, DanielyIenerich[3]

LUHM, Daiana Cristina[4]

SANTOS, Mayara dos[5]

 

[1] Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)

[2] Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)

[3] Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)

[4] Aluna do Mestrado em Educação pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)

[5] Acadêmicas do 2º Ano noturno do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná.

 

RESUMO: No decorrer da disciplina de Prática do Ensino I do Curso de Pedagogia no ano de 2013, desenvolvemos atividades orientadas de estágio, na qual experienciamos a importância da integração e relação entre teoria e prática, fomentando a práxis educativa, como forma de construção de sujeitos históricos, críticos e criativos. Nesse contexto realizamos o estágio supervisionado, no período noturno do Colégio Estadual Wilson Joffre. O objetivo geral baseou-se na observação do trabalho do pedagogo, nesse sentido analisou-se o Projeto Político Pedagógico da instituição bem como seu regimento escolar. Para além disso, nos dividimos em atividades como observação de salas de aula do ensino médio e cursos técnicos, assim como participamos de uma reunião pedagógica. Constatou-se que a evasão escolar e o desinteresse está presente entre a maioria dos alunos do ensino médio, em contrapartida nos cursos técnicos os alunos são assíduos e participativos. Compreende-se a importância do estágio tendo em vista que este possibilita uma reflexão sobre a prática, proporcionando aos alunos do Curso de Pedagogia, oportunidades para relacionar a teoria e prática com a realidade do cotidiano escolar, contribuindo para a emancipação no trabalho interdisciplinar.


PALAVRAS-CHAVE: atividades práticas; ensino médio, evasão escolar.

INTRODUÇÃO

Este artigo é fruto de uma atividade de estágio, realizada como requisito avaliativo da disciplina de Prática de Ensino I, do segundo ano do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), no ano de 2013.

O objetivo da sistematização deste documento é a descrição do estágio prático, uma vez que este visa à reflexão e compreensão das relações de trabalho, oportunizando-nos a observação e vivência do papel do pedagogo, e adaptando-nos a futura atividade profissional. Essa prática supervisionada faz-se necessária para o despontar de uma ação reflexiva por parte dos futuros pedagogos, de que as teorias estudadas por nós no Curso de Pedagogia, de fato são fundamentais, mas em hipótese alguma, suficientes para o pleno exercício da docência, assim entendemos que é essencial que ocorra a relação teoria e prática.

O estágio supervisionado é presencial e obrigatório, ele é acompanhado pela professora orientadora da disciplina de Prática de Ensino I, onde os alunos cumprem a carga horária exigida, sendo dividida em aulas teóricas, realizadas na UNIOESTE, e aulas práticas, as quais realizamos no Colégio Estadual Wilson Joffre.

O Colégio Wilson Joffre, localizado à Rua Rio Grande do Sul, no Centro de Cascavel, recebe alunos dos diversos bairros da cidade, com realidades política, econômica, social e cultural distintas, sendo que a maioria das famílias pertence à classe trabalhadora assalariada. Atende uma demanda de aproximadamente 2.300 alunos, divididos nos turnos matutino, vespertino e noturno, com idade entre 10 e 63 anos. O colégio oferta além do ensino fundamental de 6º a 9º ano e ensino médio, cursos técnicos em modalidade subsequente e integrada como: Curso de Formação Docente, Técnico em Administração, Técnico em Contabilidade e Técnico em Recursos Humanos.

Nossas atividades práticas aconteceram no período noturno. O objetivo geral baseou-se na observação do trabalho do pedagogo, nesse sentido analisou-se o Projeto Político Pedagógico da instituição bem como seu regimento escolar. Para além disso, nos dividimos em atividades como observação de salas de aula do ensino médio e cursos técnicos, assim como participamos de uma reunião pedagógica. Foi possível constatar que a evasão escolar é um problema frequente e agravante entre a maioria dos alunos do ensino médio.

Sabe-se que a temática evasão escolar no Brasil não é atual, porém ainda se faz fortemente presente em nossa realidade e portanto, merece atenção, pois não se trata de um problema restrito a algumas instituições de ensino, mas sim, de ordem nacional e que afeta principalmente as classes mais desfavorecidas da sociedade.

 Várias discussões e debates têm sido realizados procurando encontrar soluções para este problema. Os maiores índices de evasão estão relacionados às necessidades dos jovens trabalharem para ajudar na renda da família, fazendo com que aumente cada vez mais o número de adolescentes deixando as salas de aula.

Apesar dessa situação ainda existir no Ensino Fundamental, atualmente, o que chama atenção é o número de alunos que abandonam o Ensino Médio. Nesse contexto a partir do diagnóstico da evasão dos alunos do ensino médio como uma dificuldade presente no Colégio Wilson Joffre, e tendo em vista que tal problema permeia a realidade brasileira e cresce cada vez mais, afetando principalmente as escolas públicas, buscaremos discorrer nesse artigo a partir de nossas observações e baseando-se em pesquisas bibliográficas, as possíveis causas e consequências da evasão escolar, preconizando questões sobre como solucionar esse paradigma e qual deve ser o papel da escola e do pedagogo frente a isso.

EVASÃO ESCOLAR NO ENSINO MÉDIO

 

A Constituição Federal de 1988, em seus artigos 205 e 206, aborda a educação como sendo um direito de todos e vem determinando sua responsabilidade como um dever do Estado e da família, estabelecendo os princípios de igualdade de condições para acesso e permanência na escola. Esse direito é reafirmado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/1996, a qual apresenta a organização do sistema educacional brasileiro.

Mesmo que o direito a educação seja garantido por lei, a realidade educacional atual é permeada por problemas que outrora considera-se um processo histórico. Esses problemas dizem respeito a um emaranhado de fatores que juntos acarretam o fracasso escolar, dentre eles podemos citar a repetência, a indisciplina, o desinteresse e a evasão escolar que é o tema central deste artigo.

Sabe-se que a evasão escolar se constitui como um problema de caráter social, afetando principalmente as escolas públicas. Apesar dessa situação ainda existir no Ensino Fundamental, o que chama atenção é o número de alunos que abandonam o Ensino Médio.

Inúmeras são as discussões a respeito de suas causas, e o que pode ser feito para solucionar tal problema, todavia não se pode delimitar um único fator, tendo em vista que o abandono à escola é composto pela conjugação de várias dimensões que interagem e se conflitam no interior dessa problemática. Dimensões estas de ordem política, econômica, cultural e de caráter social. Dessa maneira, o abandono escolar não pode ser compreendido e analisado de forma isolada.

No Brasil é possível dizer que as principais causas da evasão escolar são: o desinteresse e a falta de incentivos, a dificuldade de absorção do conteúdo passado em sala de aula, conflitos com colegas, desentendimento com professores e também a repetência do ano letivo. Acredita-se ainda que um motivo referente a evasão no ensino médio, em se tratando de alunos que frequentam o período noturno, seja a questão de que muitos já ultrapassaram a idade escolar, assim em sua grande maioria são pessoas que trabalham.

Em nossa prática, através de conversas com professores e pedagogas, foi possível analisar que a evasão escolar, no que diz respeito ao colégio Wilson Joffre, acontece entre outros, principalmente pela necessidade dos alunos trabalharem. Observamos que esse fato ocorre por parte de jovens e adultos, que comumente trabalham o dia todo e em sua grande maioria seguem direto para as aulas. Há até mesmo uma tolerância da escola em relação ao horário de chegada dos alunos e de acordo com a pedagoga, a flexibilização desse horário só ocorre no período noturno haja vista que são alunos trabalhadores.

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