Evasão Escolar: Fora da Escola Não Pode!

Por Elizandro Mesquita Magalhães | 25/02/2021 | Educação

Evasão Escolar: Fora da Escola Não Pode!

 

 

Elizandro Mesquita Magalhães

 

 

Santa Quitéria - Ceará - Brasil

 

 

elizandrommesquita@outlook.com

 

 

Resumo: A evasão escolar não é um problema restrito apenas a uma escola ou a uma determinada cidade, mas é uma questão nacional que vem ocupando relevante papel nas discussões e pesquisas educacionais no Brasil. Fatores diversos vêm sendo estudados como causadores dessa problemática, tais como: desestruturação familiar, subemprego, má alimentação, professores descompromissados, despreparados e mal remunerados, distorção idade série, reprovação, falta de interesse e motivação dos próprios adolescentes e pouca participação da família nas questões escolares. Esse fato continua acontecendo porque a maioria das escolas não possui uma política de combate à evasão, o que existe são atividades esporádicas para tentar evitar ou diminuir este processo. Porém, nada tem sido feito para aquele aluno que já evadido, sinta-se motivado a voltar para a sala de aula. Estudiosos apontam várias soluções para esse grave problema: a formação de parcerias com outras instituições e a exploração de conteúdos mais adequados à realidade dos alunos, são algumas das mais apontadas. A permanência dos alunos na escola é um dos grandes desafios da educação. A escola como determina a LDB, Lei que rege o Ensino Brasileiro, deve garantir a entrada e permanência dos alunos até que seus estudos estejam concluídos.

Palavras-chave: Evasão. Família. Escola. Motivação.

 

Abstract: School dropout is not a problem restricted to only one school or city, but it is a national issue that has been playing a relevant role in educational discussions and research in Brazil. Several factors have been studied as causes of this problem, such as: family disruption, underemployment, poor nutrition, unprepared and unpaid teachers, distortion of the age group, disapproval, lack of interest and motivation of the adolescents themselves, and poor family participation in the issues school children. This fact continues to be the case because most schools do not have a policy to combat evasion, and there are sporadic activities to try to avoid or reduce this process. However, nothing has been done for that student who has already escaped, feel motivated to return to the classroom. Scholars point out several solutions to this serious problem: the formation of partnerships with other institutions and the exploration of content more appropriate to the reality of the students, are some of the most pointed. The permanence of students in school is one of the great challenges of education. The school as determined by the LDB, Law that governs the Brazilian Teaching, must guarantee the entrance and permanence of the students until their studies are completed.

Keywords: Evasion. Family. School. Motivation.

 

 

 

 

 

 

  1. Introdução

 

 

  A evasão escolar está entre os temas que historicamente fazem parte dos debates e reflexões no âmbito da Educação Pública Brasileira e, infelizmente, ainda ocupa, nos dias atuais, um espaço de relevância nas discussões e reflexões realizadas em todos os setores, como: escolas, sociedade civil, organizações e movimentos relacionados à educação no âmbito da pesquisa científica e das políticas públicas. Estes debates têm tomado como ponto central o papel da família, da escola e da sociedade em relação à vida escolar dos jovens, principalmente, no que se refere a não conclusão de todos os níveis de escolaridade.

             Vários são os aspectos sociais considerados como determinantes da evasão escolar, dentre eles se podem destacar: a desestruturação familiar, a violência, as drogas, a gravidez na adolescência, as políticas de governo que não chegam de forma igual para todas as escolas dos mais diversos municípios brasileiros, o subemprego, a falta de uma alimentação adequada, a distorção idade/série e a falta de motivação da própria criança. Todos estes fatores existem de fato, mas não eximem a responsabilidade da escola diante deste processo do sistema educacional.

Para a elaboração desse artigo de pesquisa, foi feito uma leitura de obras de autores como: Bissolini (2010), Moraes (2010) entre outros. Como também, de outras fontes como: LDB (1996) e ECA (1990). Todos proporcionaram um melhor esclarecimento acerca do tema pesquisado, mostrando que a evasão escolar existe e que é um grande desafio para as escolas, para os pais e para o sistema de educação, pois se trata de uma verdadeira ameaça à realidade educacional brasileira.

               A evasão escolar é um fenômeno que reflete negativamente na educação de um país, pois causa prejuízos nos investimentos financeiros destinados a esta área e, principalmente, na perda da capacidade de desenvolvimento, pois este só existe com cidadãos preparados como seres humanos e como profissionais. Portanto, deve ser evitada.

 

 

 

2. Referencial Teórico

No Brasil o fenômeno do fracasso escolar surgiu nas ultimas décadas do século XX, quando a maioria da população pertencente às classes populares teve acesso à escola. O acesso à escola para todos foi uma reivindicação e conquista dos trabalhadores, cujo direito está garantido em Lei, pela Constituição Federal de 1988, reafirmado e regulamentado pela LDB 9.394/96 e no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Brasil, 1990). O fato de estar garantido em lei não significa que efetivamente seja para todos, pois vivenciamos ainda, elevados índices de evasão e repetência nas escolas públicas brasileiras. Este é o grande desafio a ser superado na atualidade pelo sistema educacional. Para tanto se faz necessário que, além do acesso, também seja garantido a essas crianças sua permanecia e sucesso na escola.

             Para Bissolini (2010, p. 4):

 Evasão escolar é o abandono da escola antes da conclusão de uma série ou de um determinado nível. O fenômeno da evasão escolar, conceituado como o abandono da escola pelo aluno durante o ano letivo, antes da conclusão de uma série e conseqüentemente, de um curso. Trata-se de uma verdadeira ameaça à realidade educacional de muitos países do mundo, tendo no Brasil um dos campões desta situação negativa e vergonhosa.

 

            A evasão escolar não é um problema restrito apenas a algumas unidades escolares, mas é uma questão nacional e que vem ocupando relevante papel nas discussões e pesquisas educacionais no cenário brasileiro. É um problema complexo e se relacionam com outros importantes temas da pedagogia, como formas de avaliação, reprovação, currículo e disciplinas escolares. Devido a esta complexidade, educadores brasileiros, cada vez mais, vêm se preocupando com os jovens que chegam a escola, mas que nela não permanecem.

         A própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB (9394/96) é bastante clara quando afirma no seu Artigo nº 2º que “A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para a cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

            Mesmo diante desta obrigatoriedade, o que se tem observado é que a educação ainda não está plenamente ao alcance de todos, assim como, também no que se refere à conclusão de todos os níveis de escolaridade. É preciso atacar em duas frentes: Uma de ação imediata que busca resgatar o aluno evadido e outra de reestruturação interna que implica na discussão e avaliação das diversas questões inerentes a evasão escolar do aluno.

No Brasil, a evasão escolar ainda é um problema crônico e um grande desafio para as escolas, pais e sistema educacional, que muitas vezes assimilam e toleram passivamente esta problemática. Segundo dados do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira), de 100 alunos que entram no Ensino Fundamental, 05 deles não concluem esta etapa da educação. No Ensino Médio, 13% dos alunos matriculados, abandonam a escola (IBGE, 2017). Este problema pode ser evitado ou sensivelmente reduzido, desde que haja uma tomada de consciência de decisões técnico-políticas com competências e seriedade pela orientação tanto pedagógica quanto educacional das escolas.

 

2.1. Causas do Abandono da Escola

Na verdade, são variadas as causas que levam os alunos a abandonarem a escola. Tendo como ponto de partida a questão político-social, pelo fato de não haver uma responsabilidade educacional, por parte daqueles que se responsabilizam pelas leis. Outro ponto está relacionado às questões culturais e geográficas da população brasileira.

Estudos mostram que é no período das séries, principalmente no Fundamental II e do Ensino Médio, que os alunos mais abandonam a escola. Nesse sentido, cabem às escolas, as famílias e os Estados se valerem dos mais variados recursos para garantir a permanência deste alunado e concluírem esta etapa da educação Básica. Com isto, estariam exercendo as suas funções e cumprindo o que a própria LDB (9394/96) determina quando afirma em seu Artigo 5º, parágrafo 1º, alínea III: “Zelar, juntos aos pais ou responsáveis, pela frequência a escola”.

A permanência dos alunos na escola é um dos grandes desafios da educação, mas com a interação destas 03 instituições: Estado, escola e família, e o cumprimento de fato de seus deveres e obrigações, muitas coisas poderão ser feitas e os elevados índices de evasão possam ainda diminuir em nossa sociedade.

Definir as causas da evasão escolar não é tarefa fácil, pois se trata de um trabalho complexo e que envolvem outros interesses e que camuflam a real situação a ser enfrentada. Além do fato de existirem outros motivos que vão surgindo no decorrer do tempo e as transformações sociais criam oportunidades para que sejam usadas como desculpas para se justificar o abandono da instituição escolar.

Os motivos que causam o fracasso escolar, pode-se dizer que são oriundos de duas perspectivas: a partir de fatores externos à escola e de fatores internos. Dentre esta variedade, pode-se destacar:

-A falta de uma política de educação de qualidade que seja atraente e não excludente;

-A violência que se expande no país de uma forma assustadora e que não perdoa nenhuma classe social;

-A imensa desigualdade social que assola o Brasil, beneficiando aqueles que têm e marginalizando cada vez mais a classe pobre que já é em maioria;

-Pouca assistência educacional nas penitenciárias e nos centros de internação de adolescentes em conflitos com a Lei;

-Desestruturação familiar, onde os pais ou responsáveis não têm o interesse de acompanhar a vida escolar dos jovens;

-Necessidade de trabalhar cedo para ajudar aos pais nos afazeres domésticos ou no trabalho;

-Falta de interesse dos próprios alunos por já não serem motivados e nem terem alguém que os incentive a continuar nos estudos;

-Uso de drogas ilícitas que está ceifando a vida de muitos jovens em todo o território brasileiro;

-Cansaço natural dos alunos, após um dia de trabalho, impedindo a atenção às aulas e a freqüentar regularmente a escola;

-A falta de professores nas escolas que ainda acontecem em muitas partes do país, deixando os jovens sem aula e sem perspectivas de vida;

- Falta de material didático variado e ajustado aos interesses e necessidades dos alunos, principalmente dos alunos portadores de deficiência;

- Instabilidade do local de trabalho, pois muitas vezes as escolas são cedidas e mudam de um lugar para outro, ficando mais longe do local de residência dos alunos;

- A falta de profissionais especializados para desenvolver um trabalho coerente e elementar para os alunos;

-Dificuldades de aprendizagem que os tornam incapazes de assimilar o que é ensinado;

- Dificuldades com o transporte escolar: superlotação, precariedade, distante da escola;

-Incompatibilidade com alguns professores, além de outros.

Outro fator bastante importante e que merece atenção e que não se justifica as razões da evasão dadas pela família e pela escola, refere-se aos jovens que, sem motivos aparentes, vão deixando a escola lentamente. Tal observação exige uma reflexão tanto por parte da família quanto por parte da escola. Esta situação exige que a escola e a família criem situações que possibilitem procurar saber os motivos que levaram ao afastamento da escola e, juntas, encontrar possibilidades de intervenção para que venham impedir a evasão destas crianças.

Muitas tentativas são feitas para responder as causas da evasão escola. Sabe-se, portanto, que são diversas e que existem. Como também, a escola e a família são as instituições mais apontadas como elementos causadores e responsáveis pelo abandono escolar. O importante é diagnosticar o problema para buscar solução, pois para cada situação, existirá um longo caminho a ser trilhado e que precisará ser percorrido em busca de fatores que amenizem o problema da desistência dos alunos nas escolas.

 

2.2. Uma Proposta de Superação

A gestão escolar foi criada para promover a organização, mobilização e articulação das condições essenciais para garantir o avanço do processo socioeducacional das instituições de ensino e possibilitar que elas promovam o aprendizado dos estudantes de forma efetiva. Portanto, seu foco está em garantir a orientação para resultados, busca pela liderança, motivação da equipe para alcançar os objetivos, ênfase na qualidade do currículo e foco na participação dos pais para atingir excelência no ensino.

Com esta nova realidade, espera-se que a equipe tenha a responsabilidade de interagir entre o aluno e os problemas, fazendo a mediação para a resolução dos mesmos e, provocando assim, um ambiente mais prazeroso de aprendizagem e tendo como fio condutor a gestão democrática. Cabe, pois, a gestão escolar criar mecanismos para solucionar a problemática da evasão escolar que prejudica tantas crianças e adolescentes em todo o Brasil.      

          Em alguns casos, a gestão escolar não tem tentado solucionar os problemas existentes por conta do não interesse do grupo ou por não ter mecanismo suficiente para resolvê-los. Neste casso, cabe a comunidade escolar no que se refere ao corpo docente e discente e aos pais tentarem solucioná-los, através de diálogos e projetos que venham a solucionar ou amenizar os males da evasão escolar como um todo, desde o comportamento dos alunos até a diminuição ou erradicação deste fracasso escolar.

            Segundo Ramos (2002, p.46): “a expressão fracasso escolar pode ser entendida como desgraça, desastre, ruína, perda, mau êxito, malogro.

            Então, fracasso escolar seria o mau êxito na escola, caracterizado pela reprovação e evasão escolar. Considerando essa expressão em sentido mais amplo, além de reprovação e da evasão, a aprovação com baixo índice de aprendizagem retratado nas escolas. Este tipo de procedimento é muito preocupante, pois significa que o aluno estaria reprovado, já que não aprendeu o mínimo necessário para aprovação, mas a escola teve que reverter esta realidade para não deixar mais um reprovado e aumentar os seus índices.

A escola tem o papel de levar conhecimento a todos os alunos de forma significativa, proporcionando aos mesmos, sucesso mediante á apropriação dos conteúdos. Para isto é necessário que a unidade escolar crie mecanismo que favoreçam a permanência do aluno de forma prazerosa e motivadora, ocasionando dessa forma uma aprendizagem significativa e diminuindo o fracasso escolar, bem como zerar os índices de evasão escolar. É preciso que a unidade escolar seja em seu conjunto um espaço favorável à aprendizagem, que seja um ambiente de busca do conhecimento, de curiosidade em relação ao mundo e que os professores capturem o conhecimento que circula na sociedade e o tragam para dentro da escola, interagindo com a sociedade e recuperando o papel da escola na formação holística do aluno.

Além da proposta de gestão escolar para resultados empregada nas escolas atualmente, é necessário que se criem programas e projetos a nível governamental e local baseando-se na própria realidade da família, da escola e do aluno para que se tenha uma diminuição nos índices de evasão no ensino público brasileiro.  Outras sugestões que poderão colaborar para diminuir a evasão nos estabelecimentos de ensino:

- Criar algumas disciplinas voltadas à realidade do aluno, contextualizando com cada local onde as escolas estão inseridas;

- Criar um programa em que preventivamente os jovens sejam acompanhados por um profissional da saúde, que trabalhe a parte da sexualidade. Evitando, assim, o grande número de gravidez precoce de adolescentes que acabam deixando a escola para cuidar de filhos, fato que acontece em toda a realidade;

- Formar uma parceria da escola com associação de moradores, igreja, família, empresas e sindicatos, para incentivar as crianças e os adolescentes a permanecerem na escola, mostrando-lhes a grande importância dos estudos nos dias atuais. Através desta parceria, a escola buscaria resgatar os que já se evadiram.

 Todas essas ações possibilitam um avanço no que tratam as políticas públicas organizacionais e educacionais dos estabelecimentos de ensino, possibilitando a melhoria na realidade da educação e na diminuição dos índices de alunos evadidos.

Modificar este quadro não é tarefa tão fácil assim. Existem variáveis como situação social e dinâmica familiar que estão envolvidas, entre outros elementos que estão além dos muros das escolas, mas há posturas que podem ser adotadas e que podem melhorar gradativamente esta situação.

 

3. Considerações Finais

A evasão escolar é o ato de deixar de freqüentar as aulas, ou seja, abandonar o ensino em decorrência de qualquer motivo. Esse problema social que, infelizmente, é muito comum no Brasil e está ligado a motivos e contextos diversos. Um olhar mais aprofundado revela que a principal causa da desistência dos alunos que muitos estudiosos frisaram que era o abandono da escola para trabalhar, na realidade, não é. O que se provou depois através de pesquisas feitas pela Fundação Getúlio Vargas foi de que a maioria dos alunos que deixa as escolas antes de terminar uma etapa da educação, sai exatamente pela falta de interesse nos seus estudos.

Essa falta de interesse está no diagnóstico de muitos professores, pois é preciso mudar o currículo escolar, onde a contextualização e a interdisciplinaridade estejam mais presentes. Como também, a integração dos alunos com o universo da educação e a liberação dos professores para darem atenção individual aos alunos, podem aumentar os índices de conclusão dos estudos. Pois para combater a evasão escolar é essencial que os educadores tenham atenção redobrada com os estudantes que apresentam dificuldades de aprendizagem e aparentem desmotivação. Neste caso, eles vão se sentir desafiados e mais interessados pelos estudos.

Combater a evasão escolar exige trabalho diário e, justamente por ser uma conseqüência de vários fatores, ela não pode ser evitada por ações pontuais e esporádicas. Para diminuir esse problema constante do ensino, é preciso ser logo, desde o começo do ano, discutido e repassado para todos os responsáveis pela educação dos jovens e adolescentes das escolas públicas. Ação esta que deve permear pelo ano inteiro. Assim, é possível identificar logo os alunos de riscos e trabalhar as causas desse comportamento. Caso, essas medidas todas não forem suficientes e o aluno ainda deixar de freqüentar as aulas, é hora de partir para punições legais e que responsabilize os envolvidos de não integrar estes educandos na sociedade.

O acompanhamento de todos é essencial para que a escola possa atender com qualidade e equidade, planejar suas ações, organizar seu trabalho e ter elementos para desenvolver um ensino e aprendizagem para todos e de todos.

Ao concluir o presente artigo, espera-se que este estudo seja uma oportunidade de repensar as atitudes e práticas de muitos alunos, professores, familiares, governantes e comunidade escolar em geral sobre a importância da permanência das crianças e dos adolescentes na escola. Como também, dos males que podem provocar na vida de um indivíduo, quando este se evade e não conclui a sua etapa final da educação.

Para a realização do mesmo, usou-se uma metodologia única e baseada em pesquisas bibliográficas de autores que defendem ou defenderam teses que subsidiaram com reflexões para a concretização do mesmo. Neste estudo, trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo onde o ambiente é a principal fonte e o pesquisador o principal instrumento de capacitação dos dados.

Dados estes que, na tentativa de explicar as causas da evasão escolar, alguns dos autores pesquisados mostraram que os fatores vinculados aos alunos, como a sua motivação, sua capacidade, podem determinar certa ação. Outros autores deram destaque aos fatores sociais e culturais. Todos atribuem responsabilidade maior ao próprio sistema educacional, ao funcionamento das escolas e ao modelo de ensino dos professores.

É importante que os professores se reúnam e avalie todos os alunos, tentando descobrir dentro do corpo discente, aqueles alunos que são propensos a evadirem. Esse é um dever da escola.

Descobrir o problema é o primeiro passo para buscar formas de resolvê-lo. Na verdade, todos os alunos precisam de incentivos e, não só, os que estão sujeitos a desistirem. Detectado o problema, é preciso avaliar a forma de agir: recorrer à família para buscar uma solução conjunta. Em outro momento, caso ainda não tenha se encontrado uma forma de fazer com que os alunos permaneçam na escola, deve-se socorrer de meios legais como o Conselho Tutelar ou o ministério público. Algo precisa ser feito para que esta realidade diminua e os dados da evasão nas escolas públicas possam ter outros indicadores.

Para diminuir este índice altíssimo de evasão escolar, a escola deverá criar ações que estimulem o aluno a permanecer em sala de aula e aproximar família da escola. O envolvimento da família com a vida escolar é fundamental para o bom desempenho e a permanência do aluno na escola. Os pais que participam das atividades culturais e prestigiam seus filhos durante as apresentações, faz com que se sintam mais valorizados.

Novos métodos de ensino, com a utilização de recortes de figuras, criação e leitura de histórias, encenação de peças teatrais, elaboração de práticas científicas, construção de gráficos, releitura de obras de arte, tudo isso estimula a criatividade do aluno e dá ao professor, uma nova ferramenta de trabalho, que através da interdisciplinaridade e da promoção de conteúdos que sejam significativos, utilizando-se de temas atuais ou que gerem dúvidas, poderão ser discutidos em sala de aula. Como também, levar informação aos alunos e aos pais poderá minimizar os efeitos da desinformação demonstrando que o processo ensino-aprendizagem pode ocorrer de forma agradável e com a participação de todos.

Não existe uma só forma de aprender e uma só forma de ensinar e avaliar. Organizar atividades em grupos e promover ações individuais respeitando as diferenças e as dificuldades de aprendizagem de cada um, lembrando que, cada qual tem o seu tempo e capacidade de compreensão, e possa então, perceber que o melhor caminho será sempre o da educação.

 

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