Evangelização contemporânea

Por Israel I Pacifico | 25/10/2017 | Religião

Israel Izidoro Pacifico[1]

Introdução

Este artigo pretende abordar em um primeiro momento o tema “Evangelização contemporânea”, tendo com pano de fundo o “Método do espetáculo”, seguindo para um segundo momento em que se trará uma reflexão sobre a presença da cultura do espetáculo nas igrejas cristãs; com base em minha experiência pessoal.

Num mundo contemporâneo onde há uma realidade de um aumento da população mundial, e as cidades concentram grandes aglomerados de pessoas, observa-se o fenômeno “espetáculo” vertente para a religião criando um contexto completamente novo onde o verdadeiro sentido da religião e alterado, fazendo que esta perca a sua real representação, porem sendo transformada em uma religião espetacular, sendo por este fato uma imagem inversa da religião real, por sua nova característica de religião virtual.

 Este fato novo arrasta consigo uma inversão de valores, onde o elemento “vida” esta em jogo, devido ao fato de que todo espetáculo é um reflexo do real, tem se então em primeira instancia um reflexo da religião, e estando esta vinculada intimamente à vida, a conseqüência absoluta é um reflexo de vida ao invés de uma vida real.

Percebe-se que na ânsia de acompanhar as supostas necessidades de um mundo globalizado, criou-se uma junção entre mídia e religião, não se sabendo porem qual agregou-se a qual, mas podendo –se perceber que tais efeitos desta junção facilitaram a influência na sociedade real, porem por um evento da falsificação da mesma.

Portando-se como um poder pseudo-sagrado, a religião midiática, vestida com a espetacularuidade, tem acesso a todas a camadas sociais aonde um tipo de mídia chega, conseqüentemente alienando espectadores o separando da vida, e com o mecanismo do vedetismo incorporando o mercado ao espírito religioso, o legitimando. Porem diante de tais fatos cabe a nos avaliar que tipo de prática religiosa condiz com a nossa real necessidade.

 

Reflexão sobre a presença da cultura do espetáculo nas igrejas

 

A presença da cultura do espetáculo é evidente, acredito que na maioria das igrejas a qual pode ser notada através do formato do culto que se compara a um show de entretenimento, o que para tanto, os elementos do culto recebem uma adaptação a estilo dos movimentos de entretenimento seculares, fazendo com que estes tipos de cultos mais pareça um espetáculo.

Minha experiência pessoal me leva a acreditar que a grande maioria das denominações, tanto protestantes como católicas estão bem aderidas a este novo formato religioso; fato este que se pode constatar pelos repertórios musicais escolhido, tanto como pela forma que os cânticos são conduzidos, onde os condutores do culto muitas vezes se assemelham mais a um animador de auditório ou de outras prateia de show.

Até mesmo as antigas cruzadas evangelistica, cedeu lugar a um novo movimento intitulado “show gospel”, onde uma bateria de cantores se revezam cantando músicas gospel dos mais variados ritmos, onde muitos deles acabam levando a prateia a um estado de grande euforia, porem excluindo de tais eventos momentos cúlticos, como o da oração e o da leitura da palavra.

Mesmo se tratando de cultos no templo, nota-se por parte de muitas denominações uma falta de controle, visto que praticam formatos de cultos que não se ajustam bem ao espaço cúltico de um templo, e ao invés do culto ao “Deus vivo”, tem se uma tremenda barulheira que não resulta em nada.

Entende-se que todo “novo” traz certa estranheza, mais se tratando de religião, e estando esta ligada a uma dimensão bem intima do ser humano, sendo ainda o evangelho o poder de Deus para a salvação; cabe-nos saber avaliar se a cultura do espetáculo traz benefícios ou malefícios as nossas convicções religiosas.

 

Referências bibliográficas

RAMOS, Luiz Carlos. A sociedade do espetáculo e o discurso religioso. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/Caminhando/article/view/1055  . Último acesso 25 Outubro 2017.

 

[1] Pastor, Teólogo e Psicopedagogo Institucional.