Eu (também) sou dessas…

Tava eu aqui zapeando pela internet e novamente ouvi falar sobre o caso de uma moça que teve vídeos íntimos publicados na “rede”, pelo (ex) amante. Isso aconteceu há quase um ano e, na última quarta – 8/10, saiu a sentença criminal do indivíduo que fez a divulgação dos tais vídeos: ele irá prestar serviços comunitários por cinco meses. Serviços comunitários?

A moça não consegue emprego, não estuda e mal pode sair de casa sem que seja reconhecida. Se não trabalha, logo não tem como se manter. Precisa da ajuda de terceiros. E, mais, ainda tem um filho para criar. No mínimo, o rapaz que divulgou os vídeos deveria prestar serviços, exclusivamente, para ela. Ele deveria pagar as contas dela até que ela consiga um emprego e possa se manter sozinha. Nada mais justo.

Esse episódio só nos mostra o quanto nossa sociedade está aquém do que esperamos. O que vemos por aí são pessoas julgando a moça por ela ter concordado com a gravação dos vídeos. Dizem que, “se ela concordou com a gravação, concordou com o risco da divulgação”. Minha gente, vamos deixar a hipocrisia dentro da geladeira e conversemos feito seres RACIONAIS que somos. Todos nós fazemos isso. Sim! Eu fiz e farei novamente. Porque nós somos seres curiosos, somos movidos pela adrenalina momentânea e repletos de nós mesmos. Vamos tirar a máscara de bons samaritanos e revelar que não somos sérios e puritanos o tempo todo.

A diferença entre nós e essa moça é que o vídeo dela foi parar na internet e o nosso ainda está guardadinho, ou já foi deletado. E você que ainda não fez, na primeira oportunidade, você irá fazer. Porque o que mais queremos é agradar nosso parceiro e a nós mesmos. No caso dela, houve quebra de confiança – por parte dele. E o que acho mais engraçado é que ninguém diz nada sobre ele. Ela saiu como a criatura sem valor, a “puta”. E ele? Ele não foi julgado pela sociedade por dois simples motivos: o rosto dele não aparece nos vídeos e, acreditem se quiser, pelo simples fato d’ele ser HOMEM.

Engraçado, né?! Vivemos em uma sociedade, ainda, totalmente machista. Só ela estava errada na história toda. E ela será punida mesmo depois que a pena de prestação de serviço comunitário dele estiver concluída. Ela será punida até quando a sociedade tiver memória. E isso, não terá fim. Infelizmente.

Ela fez uma petição pública: Pela criação da Lei “Fran Santos”, para proteger outras mulheres e punir pessoas que divulguem fotos ou vídeos íntimos sem autorização.  Não custa divulgar: http://www.peticaopublica.com.br/search.aspx?q=Fran+Santos. Assinem!