Eu Maior

Por Oscar Paulo Pietsch | 31/10/2017 | Religião

Desde sempre a Ciência, a arte, a filosofia e a religião procuraram entender o mundo. A ciência no ‘como’, enquanto as demais no ‘por quê’ das coisas. Ambas, tanto o ‘como’, quanto o ‘porque’ são necessárias. Buscar uma interpretação do mundo atual continua sendo uma solução sem resposta.

O que é você, ser humano? Como funciona um ser humano, corpo, mente e espírito? São todos separados, ou uma integridade? Ao indivíduo cabe-lhe saber que é constituído de corpo, alma e espírito, unidos, não somente uma parte, e todas devem estar em perfeita harmonia.

Quanto mais o homem conhece sobre as coisas, mais ele desconhece, surgem novas perguntas, novos questionamentos. Os seres humanos nunca poderão conhecer tudo sobre o mundo,o que por um lado é positivo, pois os torna mais humanos e menos deuses. Mais necessitados um dos outros do que perfeitos.

Na medida em que o ser humano se ajusta, ele começa a se perguntar, quem ele é, pra onde vai, se o externo dele está em sintonia com o interno. A cada camada que ele descobre novas surpresas surgem, ninguém ainda chegou lá.

O ser humano deve sair de seu próprio casulo, começar a ver o mundo de forma diferente. Este deve procurar desafios, neles que irá errar e acertar, aprendendo. A busca nunca para, ela é infinita.

É comum buscar a satisfação completa, mas nunca encontra-se esta satisfação. É necessário buscar, analisar as situações, discernir os problemas para buscar a solução. Nem sempre discernem-se os problemas, mas buscam-se as soluções, e por isso mesmo não há o encontro.

A cadeia do ser é composta de ondas concêntricas. A primeira delas é a matéria. A segunda onda é a vida (animais, vegetais). A terceira é a onda da mente. É um processo de expansão de níveis de consciência. Um quarto nível seria o de espírito, onde os indivíduos encontram sua individualidade e algo a mais.

O ser humano não é o corpo. Ele possui o corpo, mas não é o corpo. Tudo um dia será nada, e esse nada será o tudo que um dia ele procurou encontrar. Tem-se que olhar com mais consciência sobre os atos, os gestos. O sentido da vida é expressão de sua integralidade. O ser é mais importante que o fazer. Tem-se que buscar evoluir sempre.

A vida não tem sentido nenhum, mas não é proibido dar-lhe algum. É um projeto individual ao qual cada ser tenta construir uma historia para si, enfocando o aspecto moral e pessoal. O sentido da vida é chegar ao fim dela um pouquinho melhor do que o homem entrou.

É preciso ir até a montanha para poder se encontrar, ver-se como que num espelho. Isso gera uma introspecção, causa uma evolução que faz o homem ser capaz de enfrentar os outros e de auto conhecer-se.

O ser humano é um projeto infinito, um nó de relações voltado para todas as direções, para a natureza, para o próximo, para Deus. Quanto mais o ser humano se relaciona mais ele se enriquece, é um sistema aberto, pronto a relacionar-se. Cada pergunta exige uma resposta e cada resposta gera uma nova pergunta.

O ser humano precisa assumir a autoria da própria existência, é isso que lhe trará a felicidade. Quando o ser humano fala de si mesmo, geralmente é aquilo que ele queria que os outros falassem de si. O humano deve procurar se encontrar, se enxergar, independente do outro que o avalia.

É importante manter a auto-estima. Se o ser humano se querer bem, ele se valorizará, e assim, não permitirá que nenhum outro agrida ele, o machuque. É necessário entender que o corpo é particular de cada um, é com ele que o ser humano se cumprimenta, anda, e faz todas as outras coisas.

O ser humano não deve ter uma vida congelada, deve estar em constante mudança, deve ajudar-se nesta mudança. Ele não nasce pronto e vai se gastando, mas nasce não pronto e vai se fazendo. As coisas materiais nascem prontas, estas se desgastam, o ser humano se constrói.

Muitas vezes, a humanidade procura construir a beleza para esconder a tragédia, uma espécie de fuga. Para os gregos tragédia era tragédia, já para os cristãos, mesmo na tragédia, a esperança é de alcançar o céu.

Quanto mais o indíviduo tem consciência de si, mais ele vai se perceber como parte de um grupo, quanto mais ele se abrir as relações, mais se encontrará. A consciência é ampliada quando consegue-se penetrar num espaço verdadeiramente vazio que cada ser traz dentro de si.

Na adolescência que o ser humano começa a conhecer-se a si mesmo.  Morrer é uma consequência de nascer. E se o ser não aproveitar cada minuto de sua vida, chegará ao fim e não terá valido a pena.

O humano deve buscar um caminho para si, muitas vezes infelizmente alguns fazem de seu caminho como uma estação de trem, deixando para encontrar a felicidade na próxima estação e assim acabam não sendo felizes. Outros encaram esse caminho como uma aventura, como um mochileiro, um alpinista, que se realiza em chegar ao topo da montanha sem esperar nenhum troféu, nenhuma recompensa material, apenas o vislumbrar, o olhar para traz lhe traz a satisfação e a alegria.

Por fim, o ser humano não precisa saber tudo, o que importa é o querer saber, e ao analisar este documentário, juntamente com a teoria que foi apresentada em sala de aula, percebe-se que cada um dos entrevistados tem uma visão do que é a vida, de como encontrar a felicidade, de como buscar as coisas, encontrar a verdade, mas uma conclusão chega-se, cada qual tem uma visão de tudo isso, não pode-se forçar ninguém a seguir o caminho a que se acredita, cada um deve construir seu caminho e o importante é que neste caminho o ser humano encontre com seu Eu Maior, com a sua felicidade.

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