Ética e Evolução

Por Nagib Anderáos Neto | 13/09/2011 | Sociedade



Para o pensador González Pecotche, não há evolução sem ética, o que pressupõe boa convivência, bons sentimentos, inteligência. Mas não basta querer bem conviver, senão saber. Conhecer o que dificulta o bom relacionamento e procurar mudar a própria conduta, os pensamentos que dificultam aquela arte: impaciência, brusquidão, indiscrição, irritabilidade e intolerância devem ser transformadas nas virtudes necessárias como a paciência, a contenção, a discrição, a temperança e a tolerância.
A grande oportunidade que se tem na vida, agrega o pensador, é a de conviver. E nela, outras duas: não molestar os outros e não se deixar molestar. Não é fácil, nem impossível. É necessário querer e aprender com quem tem o que ensinar.
O outro e a realidade são mestres insubstituíveis. Devemos ser a mudança que queremos ver no mundo, disse certa vez um célebre hindu. O outro deveria ser para nós um espelho, nossa imagem refletida mostrando-nos como não deveríamos nos comportar ou nos dando um exemplo a seguir.
O outro é muito importante; mesmo o inimigo que prova a têmpera de nosso espírito. Quem não quer ter inimigos, melhor seria que não tivesse nascido, escreveu certa vez o pensador.
Inteligência pressupõe boa convivência.
A ética se fundamenta na moral construída a partir do cultivo de bons sentimentos: gratidão, amizade, generosidade. Ser grato por existir, generoso ao ensinar o que se aprendeu, e amigo. Como bem escreveu Emerson, a melhor forma de ter amigos é ser amigo.
A ciência do aperfeiçoamento consiste na prática constante de princípios superiores que preservem a espécie através do cultivo de pensamentos e sentimentos que elevem o homem a níveis superiores de consciência. Neste sentido, a convivência é um campo experimental de inestimável valor.
Quem não convive não vive.

Nagib Anderáos Neto
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