ÉTICA E EDUCAÇÃO:PERSPECTIVAS DE INTEGRAÇÃO NA ESCOLA

Por Omaize da Cruz Mendes | 05/12/2016 | Educação

 

Resumo

O presente artigo visa abordar a ética na educação. Nossa finalidade foi de aprofundar as etapas ou processos fundamentais por meio dos quais a ética se adaptar como prática realizada nos contextos educacionais. Tais reflexões serão abordadas neste estudo, bem como dar subsídios teóricos e metodológicos para a formação de indivíduos éticos aptos para a concretização da plena cidadania e do convívio em sociedade.

 

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo tem por objetivo refletir e contribuir a ética na educação, diante das perspectivas de integração na escola. Como ponto de partida, associando elementos teóricos e informações históricas, será estabelecida uma noção básica de ética na Educação.

É evidente que nessa colocação sintética presentes aos estudos, as reflexões e as convicções do autor, que invoca em seu favor umas intensas formas peculiares de viver e elaborar princípios e regras que regulam seu comportamento. Esses princípios e regras específicos, em seu conjunto, indicam direitos, obrigações e deveres. Não há valores em si, mas sim propriedades atribuídas à realidade pelos seres humanos, a partir das relações que estabelecem entre si e com a realidade, transformando continuamente.

No Brasil, na década de 80 e, em particular, a de 90 testemunharam mudanças vertiginosas no que se refere à estruturação da vida social, à ordenação do cotidiano das pessoas. Com a lenta e gradual democratização das instituições, que culminou com a solidificação do processo eleitoral em todos os níveis de representação política, viu-se nascer igualmente novas foras de organização no interior das diferentes instituições sociais, antes amalgamadas de acordo com uma espécie de padrão dominante e estável de funcionamento.

A cultura pedagógica brasileira trata os assuntos relacionados à ética de forma muito difusa, como tema transversal consubstanciado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS). No entanto, a prática a que se refere à ética é uma realidade prévia que deveria estar implícita e explicita nos comportamentos humanos, sejam eles didáticos, pedagógicos, políticos, administrativos ou econômicos. Haja vista, que os pilares da educação e da formação cidadã do terceiro milênio, estão assentados em princípios éticos.

Na escola, o tema ética encontra-se em primeiro lugar, nas próprias relações entre os agentes que constituem essa instituição, alunos, professores, funcionários e pais. Em segundo lugar, o tema ética encontra-se nas disciplina do currículo, uma vez que, sabe-se, o conhecimento não é neutro, nem impermeável a valores de todo tipo, a reflexão sobre as diversas faces parte dos objetivos maiores da escola comprometida com a formação para cidadania (BRASIL, 1997, P.26)

 De modo recente, desde a promulgação de LBD, nº 9.394/96, tem-se percebido esforços de renovação do processo de ensino aprendizagem, nos ambientes escolares. Percebe-se a busca incessante de superação dos métodos tradicionais de ensino, de transmissão e absorção de conhecimentos, privilegiando aspectos formativos em detrimento de aspectos formativos em detrimento de aspectos informativos. 

2 CONCEITO DE ÉTICA

A palavra ética é de origem derivada de Ethos, que diz respeito ao costume, aos hábitos dos homens. Teria sido traduzida em latim por mos ou mores (no plural), sendo essa origem da palavra moral. Uma das a de que é uma parte da filosofia (e também pertinente às ciências sociais) que lida com compreensão das noções e dos princípios que sustentam as bases da moralidade social e da vida individual. Em outras palavras, trata-se de uma reflexão sobre o valor das ações sociais consideradas tanto no âmbito coletivo como um âmbito individual.

A ética seria uma reflexão acerca da influência que o código moral estabelecido exerce sobre a nossa subjetividade, e acerca de como lidamos com essas prescrições de conduta, só aceitamos de forma integral ou não esses valores normativos e, dessa forma, até que ponto nos dá o efetivo valor a tais valores.

Segundo alguns filósofos, nossas vontades e nossos desejos poderiam ser vistos como um barco a deriva, o qual sugere um caráter de inconstância, tomaria a vida social impossível se nós não tivéssemos alguns valores que permitissem nossa vida em comum, pois teríamos um verdadeiro caos. Logo, é necessário educar nossa vontade, recebendo uma educação (formação) racional, para que dessa forma possamos escolher de forma acertada entre o justo e o injusto, entre o certo e o errado.

No decorrer da história do pensamento a ética se tornou cada vez mais um assunto rico, complexo e abrangente. Com a expansão da filosofia, e em especial o pensamento sobre a ação, foi preciso distinguir os termos ética e moral. No século XX, o filósofo espanhol, Adolfo Sánches Vásques cria uma famosa diferenciação entre os dois conceitos. Para ele o termo moral se refere a uma reflexão que a pessoa faz de sua própria ação. Já o termo ética abrange o estudo dos discursos morais, bem como os critérios de escolha para valorizar e padronizar as condutas numa família, empresa ou sociedade.

Entretanto, é preciso ser claro que a busca de uma educação marcada por aspectos éticos nunca se dará de uma forma absoluta e completa, como já foi dito anteriormente. Estamos sempre tratando da condição humana que, naturalmente, é marcada pela imperfectibilidade e pela incompletude. De sorte que se impõe a ideia de se buscar uma educação em que os aspectos éticos estejam presentes.

Contudo, isto será de uma forma incompleta e imperfeita. Por isso, haveremos de falar não na impossibilidade absoluta de haver uma educação sem ética, mas de uma busca de aproximação entre ambas. Porém, sabe-se que a justa medida será sujeita a tantas variáveis quantas são as relações humanas isto quer dizer, serão infinitas as interveniências na construção de uma educação ética.

O ideal será sempre algo a ser atingido e nunca algo dado de forma acabada e perfeita. Perseguiremos, portanto, os múltiplos caminhos que aprontam para uma aproximação entre a educação e a ética, sem podermos quantificar os seus limites.

3 ÉTICA E MORAL

Diferenciá-los encaminha o entendimento para os seus significados específicos, embora não haja sempre um consenso entre os autores a respeito desta questão. Vasques (1978), a ética se refere a uma postura reflexiva sobre as questões dos valores e princípios, enquanto a moral se refere à expressão normativa resultante deste esclarecimento. A primeira se refere a questões teóricas e a segunda a questões práticas. Uma, porém, está contida na outra e ambas não se excluem mutuamente, justas constituindo a práxis axiológica.

Tanto a reflexão sobre os princípios quanto as normas que os aplicam, são importantes para orientar o comportamento humano. Submeter-se a uma norma, simplesmente porque ela é imposta, despersonalizar e massifica. A afirmação de sujeitos livres e autónomos exige uma compreensão ética que constrói a capacidade de tomar decisões e de agir com responsabilidade.

Conforme Baptista (2005, p.23), sensibilidade, prudência, solicitude ou bondade, são marcas de uma ação ética investida e que requerem o exercício pessoal de uma consciência crítica. O exercício ético resulta de uma prática filosófica que desinstala, inquieta e rompe com toda a sorte de dogmatismos. A permanente reflexão crítica leva a salvaguardar a liberação individual e coletiva de submissões escusas e de manipulações indignas.

 Vimos a educação em sua função socializadora, mas é importante verificarmos que a educação também possui, junto com outras instituições sócias, a função de realizar o controle social. Não podemos separa a educação dessa função, sendo que o controle social se encontra sempre relacionado com uma forma disciplinar de reger as condutas, que vem a garantir à permanência e a sobrevivência as sociedades.

Nos grupos socias, existe algum tipo de controle, que pode ser de caráter individual ou de caráter social, pois não podemos viver numa sociedade sem qualquer forma de controle, na medida em que ninguém saberia ao certo o seu padrão adequado do comportamento, a norma de conduta a seguir assim por diante. Não é possível viver em uma sociedade sem que existam formas de controle, pois este mesmo controle rege nossa conduta estabelecem repertórios de ações individuais e coletivas e padrões sócias de comportamento que nos permite circular com certa segurança no meio social, no exercício de nossos papéis sócias.

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