Ética Cristã: os valores morais (3)
Por NERI P. CARNEIRO | 28/08/2018 | FilosofiaVamos admitir que os comportamentos humanos são manifestações culturais e que eles se refletem nos valores e refletem os valores norteadores da vida do indivíduo. Admitamos, também, que cada indivíduo age movido pelos seus interesses e de acordo com sua conveniência. E isso tudo tem a ver com as escolhas que os indivíduos realizam, visto que escolhe aquilo que satisfaz os interesses e a parir das conveniências daquele que escolhe, ou seja,suas escolhas são os seus valores. Isso posto, somos levados a afirmação de que o discurso sobre os valores não pode deixar levar em conta a dimensão ética das escolhas. E a moralidade dos atos.
A questão, portanto é determinar os valores morais que movem cada sociedade e uma determinada sociedade. Os indivíduos dentro de uma sociedade e cada indivíduo em particular. E os valores morais estão presentes nos atos e comportamentos das pessoas que formam essa sociedade. Todas as ações que têm alguma repercussão social – e são originada dos valores – possuem alguma intersecção com a moralidade: serão, sempre, ações morais ou imorais.
Quando falamos em valor estamos nos referindo àquilo que faz com que algo não seja indiferente àquele que se relaciona com a coisa em questão. Eles cobram um posicionamento do indivíduo: a favor ou contra; aprovando ou rejeitando... Por extensão, os valores morais dizem respeito aos comportamentos dos indivíduos e das sociedades. Os valores morais dizem respeito, portanto aos atos que provocam ou cobram um posicionamento, saindo da indiferença.
Também podemos falar em valores éticos que são aqueles que nos permitem fazer as avaliações dos comportamentos. Avaliação essa que nos permite olhar o comportamento como tendo sido positivo ou negativo, gerando ou sendo bom ou mau. Quando nos deparamos com um comportamento, nosso substrato cultural nos permite concluir – pois somos frutos de uma sociedade que se molda ao redor de uma cultura que por sua vez é uma construção de valores – que esse foi um ato positivo ou negativo, certo ou errado. Isso porque aprendemos a fazer juízo de valor.
A capacidade de fazermos juízo de valor é o que nos permite determinar quando um ato ou um comportamento, pode ser classificado como positivo ou negativo, certo ou errado... A avaliação é o campo da ética e o comportamento é expressão da moralidade. Daí podermos falar em comportamento moral. Da mesma forma que podemos falar em comportamentos imorais. O juízo de valor que fazemos sobre o comportamento é o que determina a moralidade ou a imoralidade do comportamento ou do ato que tanto pode ter sido realizado por um grupo ou por um indivíduo.
Numa cidade qualquer um indivíduo dirige em alta velocidade numa rua deserta: está agindo imoralmente. Um grupo de estudantes decide que ao final da aula organizará as carteiras e limpará a sujeira por ele produzida na sala de aula: está agindo moralmente. O que nos leva a dizer que aquele indivíduo ou aquele grupo de estudantes agiu desta ou daquela forma é o juízo de valor que fazemos de seus atos. Nosso julgamento, portanto tem a ver com os valores morais que aprendemos a cultivar.
E a análise de todo esse processo é o campo da ética, da mesma forma que os comportamentos e ações são manifestações da moralidade. Comportamentos e ações que repercutem os valores morais.
Neri de Paula Carneiro
Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador.
Rolim de Moura - RO