ETERNO PLANO - QUANDO EU MORRER
Por Jose Wilamy Carneiro Vasconcelos | 19/02/2020 | LiteraturaETERNO PLANO - QUANDO EU MORRER
Quando surgir a aurora
Em singela magia do horizonte
Em breve tudo desaparece
Num start de uma lâmpada
A noite cai, o dia se esvai...
E tudo novamente vem à tona!
Ó morte! Sigo em tua viagem. Vem vida nova
Quando eu morrer,
Junta tuas alegrias,
Prende-as em teus pensamentos
E a lágrima, só as lágriamas joga-os fora
Para arar a sequidão da terra
Pois a terra há de me devorar devagarinho
A matéria, meu corpo e meus fecundos ossos
Não te preocupa, muito menos te entristece
Nada vale, a carne se desaparece com o tempo.
Então, ficam as boas lembranças,
Dos áureos tempos de namorico
Os passeios de mãos dadas
As confissões verdadeiras em nossa amizade
A minha eterna estupidez de criancice e as estripulias.
E aos meus inimigos! Pede-lhes perdão por mim
E se não as encontrares para se desculpar.
Fala ao vento que os perdoei.
Eles dispersarão e levará
Como assim faz a semente do pinhão
Na simbiose e explosão da mamona
De uma forma impulsiva joga-os fora ocorrendo a "autocoria"
Na magia da dissiminação e perpertuação das espécieis.
Se calado fiquei. Foi pura intuição,
Nada mais que a demasiada indiferença
Fica a esperança, a amizade, o amor!
Deixa-os prá lá. Estou no Eterno Plano
Cuida enfim dos que ficaram.
O dia deles chegarão.
Nem precisa saber quem é o próximo
Alimenta tua alma e sagacidade
Com o despertar e canto dos passarinhos
O sol a raiar, as ondas em maré cheia
As sementes, as mais pequeninas
Tornam-se gigantes, frondosas.
Brotam-nas em pedras desafiando a mãe natureza
Eterno Plano. Esvai-se. Está á chegar.
Amei a vida! Amo a vida...
Como se fosse o único dos perfumes
As cantorias de um rouxinol
Quão pequenino e som estridente
As águas percorridas pelo leito do rio
Amo as coisas simples.
Deveras, ignorei as mais complicadas.
Elas serviram-me de contratempo
Quando eu morrer, não quero choro
Veja o que fizemos juntinhos
Amo a poesia! Os versos alexandrinos
Feita por um aprendiz
Amo a aurora! Amo todos vocês
Apenas não mencionei, mas meu coração
Falava alto em alto batimento
Ah! A dúvida faz parte de nossos pensamentos
Tortos, desiguais. Quão eloquentes.
Vejo o poema da exatidão
Só a morte é certeira! Imbatível, provável.
A vida tem seus mistérios
Deus irá explicar em vossos corações
Sigo o meu caminho! Minha jornada
Na montanha do meu destino
Subi os degraus.
Completei minha trajetória
Eis-me a teu dispor. Ao ouvir uma bela melodia,
Contempla! escuta e ouve. Vê a distinção
Ò morte! Ò vida eterna! No eterno Plano.
Descansarei de agora em diante...
Wilamy Carneiro é escritor, professor e poeta. Membro da ALMECE - Academia de Letras dos Municípios do Ceará. Patrono da Cadeira nº 97 da cidade de Forquilha no Ceará. Autor dos livros “Tempo de Sol’ – Tudo se pode Sonhar e Livro “O Zé dos Sonhos”. Colaborador dos artigos na web. Autor da poesia "Bela loucura" e "A poesia é um saco". Dentre seus cordéis " A Chegada do Cantor Beclchior no Céu" “O Barão de Sobral”. "Padre Sadoc - Um Homem de mente Brilhante". Escreveu Literatura Popular com o tema “ Diz que Conhece Sobral”. Autor do Projeto Corredor Cultura da Princesa do Norte – Largo dos Poeta. O Projeto Resgate Histórico e Cultural de Domingos Olímpio, sua residência em Sobral.