Etapas para a Execução de Capeamento de Rodovias

Por Guilherme Petter | 13/06/2016 | Engenharia

Guilherme Petter ¹

Resumo: A pavimentação de uma rodovia é de suma importância, devido ao grande fluxo de veículos automotores hoje em dia. No presente artigo serão descritas e delineadas as etapas que constituem a execução de uma obra de capeamento de uma rodovia, bem como os instrumentos que são utilizados para tal. Assim, o artigo tem como objetivo o aprofundamento do tema acima descrito, da mesma maneira que visa explicar o funcionamento de algumas etapas, como a fresagem, a limpeza e lavagem da pista, a pintura de ligação, entre outros. O artigo baseia-se em pesquisas às normas regulamentadoras, em materiais didáticos, em diálogos com profissionais da área e principalmente em relatório de estágio supervisionado.

Palavras-chave: capeamento, etapas, rodovia.

Abstract: The paving of a highway is highly important , because of the flow of automotive vehicles nowadays. In this article are described and outlined the steps that constitute the execution of a work of capping of a highway, as well as the instruments that are used for this. Thus, the article aims the deepening of the issue above, in the same way that aims to explain the operation of some steps, such as milling, cleaning and washing of the track, lead painting, among others. The article is based on research to regulatory standards, teaching materials, in dialogues with professionals and mainly supervised probation report.

Key words: capping, steps, highway

  • INTRODUÇÃO 

Devido à imensurável importância dos meios de transporte terrestres, são necessárias, cada dia mais, as rodovias em boas condições. O capeamento vem se mostrando extremamente necessário, uma vez que o fluxo de veículos automotores vem crescendo diariamente, e consequentemente acarreta na danificação das estradas brasileiras.

            O capeamento é uma maneira de reconstituir o pavimento, e é um processo bastante complexo, pois envolve diversas etapas, tanto para o planejamento quanto para a execução. O presente artigo visa demonstrar e delinear algumas etapas fundamentais para a execução do capeamento, bem como a visualização da utilização de maquinário específico para cada etapa do processo.

            O estudo dessas etapas busca também esclarecer dúvidas relativas ao processo de execução e ao mesmo tempo aprofundar o conhecimento visando detalhes específicos das etapas.

            O presente artigo abordará quatro fases essenciais à realização do capeamento de uma rodovia, sendo elas a fresagem, a lavagem e a limpeza da pista, a pintura de ligação e a camada de CBUQ e baseia-se em pesquisas às normas regulamentadoras (DAER/DNIT), em materiais didáticos, em diálogos com profissionais da área e principalmente em relatório de estágio supervisionado.

  • ETAPAS DE EXECUÇÃO DE CAPEAMENTO

2.1 Fresagem 

Antes de iniciar a fresagem, deve-se fazer a marcação no local onde será executado o serviço. A fresagem a frio consiste no corte ou desbaste de uma ou mais camadas do pavimento asfáltico por meio de processo mecânico.

A remoção por fresagem é recomendada previamente à execução de camadas de recapeamento, e é executada em áreas com ocorrência de remendos em mau estado, áreas adjacentes a panelas, rupturas plásticas e corrugações, áreas com grande concentração de trincas e outros defeitos.

Todos os equipamentos devem ser examinados antes do início da execução da obra e devem estar de acordo com a NORMA DNIT 159/2011-ES.

O material resultante da fresagem deve ser imediatamente elevado para carga no caminhão e transportado para o local em que for reaproveitado ou para o bota-fora, devidamente aprovados pela fiscalização.

Durante a fresagem deve ser mantida a operação de jateamento de água, para resfriamento dos dentes da fresadora e controlar a emissão de poeira.

2.2 Limpeza e lavagem da pista 

As operações de limpeza, varrição e lavagem de pista, são executadas mediante a utilização de equipamentos adequados como caminhão pipa e vassoura mecânica, complementados com o emprego de serviços manuais.

Para limpeza da área fresada, a fim de preparação de pista para aplicação de revestimento, devem ser utilizadas vassouras mecânicas, que disponham de caixa para recebimento do material e jateamento de ar comprimido.

2.3 Pintura de ligação

A pintura de ligação se trata de uma emulsão asfáltica, aplicada sobre a superfície do pavimento existente, assim visando promover a aderência entre esta camada e o CBUQ.

A classificação das emulsões asfálticas e da pintura de ligação em geral encontram-se na norma do DAER-ES-P 13/91. As designações são feitas em função do tempo necessário para que ocorra a ruptura, dividida em lenta, média ou rápida, do teor de asfalto contido na mesma, e da carga iônica.

A taxa utilizada varia entre 0,4 e 0,6 l/m². Antes da aplicação, a emulsão asfáltica deve ser diluída na proporção de 1:1 com água, a fim de garantir uniformidade na distribuição desta taxa. A água empregada na mistura deve estar livre de itens nocivos, como sais ácidos e material orgânico.

A aplicação da pintura de ligação é feita através do caminhão espargidor, o qual está equipado com bomba reguladora de pressão e sistema completo de aquecimento, que permite a aplicação do material betuminoso em quantidade uniforme.

O caminhão espargidor aplica a emulsão asfáltica por meio de bicos espargidores instalados em uma barra transversal. Faz-se necessária a limpeza e a regulagem dos bicos antes do início de cada operação, pois a uniformidade e a regularidade da aplicação do ligante são fundamentais no desempenho do revestimento executado.

            O depósito de material betuminoso, quando necessário, deve ser equipado com dispositivo que permita o aquecimento adequado e uniforme do conteúdo do recipiente. O depósito deve ter capacidade tal que possa armazenar a quantidade de material betuminoso a ser aplicado em, pelo menos, um dia de trabalho. 

2.4 Camada de C.B.U.Q. 

Após a aplicação da pintura de ligação aplica-se a camada de CBUQ, que é um composto de materiais que formam uma camada de revestimento flexível. Esta é resultante da mistura a quente de agregados miúdos, graúdos e cimento asfáltico de petróleo (CAP 50/70), obtido da destilação fracionada do petróleo. É considerado um material termossensível e, além de suas propriedades aglutinantes e impermeabilizantes, possui características de flexibilidade e alta resistência à ação da maioria dos ácidos inorgânicos, sais e álcalis.

            A mistura dos agregados com o cimento asfáltico é realizada em função da característica viscosidade-temperatura do ligante, e sua usinagem segue o que foi desenvolvido pelo laboratório, onde é indicado a granulometria dos agregados e demais características.

            O CBUQ é transportado por caminhões com caçamba térmica devidamente enlonadas até o momento da descarga, a fim de evitar perdas de temperatura, o que prejudicaria a compactação do mesmo.

            Ao chegar na obra, o caminhão faz o descarregamento no silo da vibroacabadora, que se desloca empurrando o caminhão fazendo o espalhamento do material e uma pré-compactação.

Conforme especificação do DNIT-ES 031/2006,deve-se controlar a execução do pavimento e a qualidade do mesmo,  controlando sempre a espessura da camada,  dos alinhamentos e do acabamento da superfície.

Para a compactação da massa asfáltica é utilizado o rolo tandem, o qual faz a compactação das juntas antes da entrada do rolo de pneu. Após o término da rolagem do rolo pneumático, o tandem é reutilizado com a finalidade de tirar as marcas dos pneus que ficaram na pista.

3  CONCLUSÃO

Sendo observada a complexidade e importância da realização de capeamento nas estradas, é interessante ressaltar que por trás de algo aparentemente simples existem diversas etapas complexas, tanto na fase se execução quanto na fase de planejamento.

É necessário frisar também que, com a realização deste estudo, foi possível verificar o quão custoso e trabalhoso é recapear uma estrada/rodovia. E que também é contundente a realização deste trabalho, visto que as estradas brasileiras, atualmente, encontram-se em péssimas condições de uso.

Por fim, tendo sido realizado o estudo do tema acima referido, foi importante realizá-lo de forma profunda e ao mesmo tempo simples, abordando os aspectos essenciais, assim transformando um tema complexo em um de fácil acesso ao público leigo, que desconhece termos muito específicos relativos à engenharia, no tocante a pavimentações.

REFERÊNCIAS

SENÇO, Wlastermiler. Manual de técnicas de projetos rodoviários. São Paulo: Pini, 2008.

CHEMIN, Beatriz F. Manual da Univates para trabalhos acadêmicos: planejamento, elaboração e apresentação. 3 ed. Lajeado: Ed. da Univates, 2015.

BRASIL. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. Manual de Pavimentação. 3 ed. Rio de Janeiro, 2006.

BRASIL. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. Diretrizes básicas para estudos e projetos rodoviários: escopos básicos / instruções de serviços. 2 ed. Rio de Janeiro, 2005.

BRASIL. Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem. Especificações gerais: DAER- ES- P 13/91. Porto Alegre, 1998.

BRASIL. Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem. Normas de Projetos Rodoviários. Porto Alegre, 1991. v.1.

PETTER, Guilherme. Relatório de Estágio Supervisionado: pavimentação asfáltica. 2014.

DNIT. Disponível em: <http://www.dtt.ufpr.br/Pavimentacao/Notas/DNIT031_2006_ES.pdf>. Acesso em:  13 out. 2014.

DNIT. Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/normas/DNIT159_2011_ES.pdf>. Acesso em:  10 out. 2014.