ESTUDO DE CASO FRENTE À EVASÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA NO SESI – MACAU/RN
Por Francisca Tânia Gomes de Menezes Silva | 21/10/2019 | EducaçãoRESUMO
O presente artigo traz em seu conteúdo levantamento de dados que são oriundos da problemática da evasão escolar na modalidade de ensino denominada EJA – Educação de Jovens e Adultos. Apresenta em seus autos considerações sobre os níveis de aprendizagem, possibilidades dos motivos que levam a evasão, o perfil do aluno de EJA, um breve relato da origem dessa modalidade e por fim, os índices comparativos na coleta de dados. Antecipamos que nosso trabalho levou para a base de pesquisa os alunos da EJA de uma instituição que trabalha em sistema de parceria com a indústria e tem uma proposta diferenciada, mas que é regida pelos parâmetros do ensino de jovens e adultos sem ultrapassar os limiares da legislação educacional, contudo uma dialética própria, a qual se apropria de metodologias freirianas e revela suas peculiaridades o que ressalta ao analisar os índices dos alunos de instituições públicas e os alunos com curso diretivo ao universo laboral, como é o caso dos discentes do SESI. De todo modo, a intenção maior é discutir as possibilidades de elevar a escolaridade com qualidade e sem tanta evasão, haja vista ser de interesse da clientela em suas vidas cotidianas.
INTRODUÇÃO
A Educação de Jovens e Adultos no Brasil, tem se constituído ao longo da história da educação tem respondido, secundariamente, expectativas e as necessidades, da clientela destinada a uma parcela do processo formativo pela incapacidade da aproximação, à educação, seja pela inadequação das propostas existentes, que têm traduzido uma concepção segmentadareduzindo o conhecimento ou por fatores que vão além da competência da escola.
O problema da evasão escolar, na EJA, preocupa a instituição e seus representantes, ao perceber alunos com pouca vontade de evoluir através da educação ou com importantes atrasos na sua aprendizagem. Os esforços que a escola, na pessoa da direção, equipe pedagógica e professores fazem para conseguir a frequência e aprovação dos alunos não asseguram a permanência dos mesmos. Pelo contrário, muito se evadem.
Diante desta realidade, este trabalho objetiva analisar os agentes provocadores da evasão, buscando soluções junto à escola, aos professores e aos familiares apontando ações pedagógicas que contemplem reflexões sobre a trajetória, da modalidade de ensino no Brasil, bem como as bases legais nas quais estão regulamentadas.
O aluno da EJA está inserido em uma sociedade, marcada pelo avanço tecnológico e pela exclusão. Portanto, ao ingressar nesta modalidade de ensino o sujeito não estará apenas sendo alfabetizado, mas começará a ter acesso a várias vivências que lhes são relevantes para conhecer, o mundo no qual vive e agem sobre ele, como também o direito de exercer a cidadania com sua criticidade sendo capaz de emitir sua ideologia fundamentada na base educacional que lhe fora impresso.
Os direitos dos alunos estão assegurados na Constituição Brasileira, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9.394/96 – as quais regulamentam que o ensino da EJA deve ser qualitativo. Nas análises realizadas, mostram elementos suficientes para que recuperem a EJA, tanto do ponto de vista da sua história, quanto do ponto de vista e da efetividade das políticas que têm contemplado.
Deste modo, a EJA, enquanto parte de um projeto educativo global, está associada à luta por uma educação básica de qualidade para todos e uma política de desenvolvimento nacional e regional que valorize a equidade e a qualidade do ensino ofertado.
A pesquisa procura analisar os motivos que levam os alunos a abandonar a escola bem como a visão dos mesmos; analisar as condições físicas, materiais e humanas da escola.
No Brasil, atualmente, existem mais de 60 milhões de jovens que se evadem das escolas por vários motivos, dentre eles: as drogas, a desestruturação familiar a busca pela sobrevivência, a empregabilidade, a corrida por melhor qualidade de vida, mecânica utilizada por alguns profissionais e o equivocado pensamento de que alunos da EJA estão fadados ao fracasso. É preciso que a sociedade respeite, compreenda e acolha aos alunos da EJA, considerando que estes vivenciem problemas ao longo de suas vidas, dentre eles: preconceitos sociais e linguísticos, discriminação, baixa e autoestima.
É fundamental que as equipes escolares de EJA conheçam, discutam e aprofundem essas orientações, estabelecendo princípios para uma atuação coerente com sua realidade. Da mesma forma, o conhecimento das especificidades da educação de jovens e adultos e o registro das ações desenvolvidas, por essa modalidade da Educação Básica precisam constituir uma preocupação das secretarias de educação, das diferentes instâncias do nosso sistema educacional. É preciso considerar que a evasão escolar é uma situação problemática, que se produz por uma série de determinantes.
Geralmente, a educação de jovens e adultos, deixa claro que homens e mulheres analfabetos, com baixa formação, são frutos do processo social excludente que foi construído por um sistema que se sobressai aquele que consegue o domínio da leitura e da escrita e como resposta, ou melhor, consolo a falha do sistema educacional, traz na modalidade de ensino um currículo voltado para o ensino regular e não para a clientela atendida gerando um abismo entre conhecimento construído em seu cotidiano, que muitas vezes é ignorado, e o saber sistematizado que já tem herança e contato com o fracasso escolar. [...]