Estudo da prevalência de sintomas de incontinência urinária em praticantes de atividades físicas de alto impacto na região do Alto Tietê, Estado de São Paulo, Brasil.
Por EDSON COSTA | 09/08/2009 | ResumosIntrodução: segundo a International Continence Society, a incontinência urinária (IU) é definida como qualquer perda involuntária de urina, podendo trazer várias consequência negativas na vida das mulheres, sendo que de todas as mulheres incontinentes, cerca de 50% têm IU de esforço, 30% IU mista e 20% IU de urgência. A IU atinge mulheres de todas as idades e os fatores de risco são inúmeros, tais como obesidade, tosse e levantamento de peso repetitivo, paridade, gravidez e cirurgias uro-ginecológicas. As atividades físicas que aumentam a pressão intra-abdominal constituem um importante fator de risco pois podem causar danos à inervação e aos músculos do assoalho pélvico.Durante os esforços intensos, em atividades de alto impacto, os ligamentos não podem sustentar as mesmas durante longos períodos prejudicando, assim, os próprios ligamentos, tecido conjuntivo e músculos do assoalho pélvico pelo aumento da pressão intra-abdominal Objetivo: avaliar a prevalência de sintomas de incontinência urinária (IU) em praticantes de atividades físicas de alto impacto. Metodologia: participaram desta pesquisa 60 mulheres, praticantes de modalidades esportivas de alto impacto, com idade entre 18 e 35 anos, na região do Alto Tietê, no estado de São Paulo. As modalidades incluídas foram voleibol e basquetebol praticadas no mínimo duas vezes por semana, na forma de Torneios e Campeonatos amadores.As mulheres da amostra foram nuligestas, sem antecedentes cirúrgicos, sem obesidade e não-tabagistas.Foi aplicado o questionário padrão ICIQ-SF. Resultados: Foi utilizado o teste t-Student, os dados foram tratados estatisticamente e contemplados em tabelas e gráficos onde observou-se que 63,33% das entrevistadas apresentaram um ou mais sintomas de perda involuntária de urina e 36,67 % não apresentaram sintomas.Os sintomas mais frequentes foram perda de urina, em pequena quantidade, uma ou mais vezes ao dia, associadas ao esforço físico repetitivo e urgência isoladas.As taxas de prevalência de IU em atletas e praticantes de atividades físicas de impacto são descritos por vários autores no último triênio e este fato independe da etnia das amostras. Cerca de 30% das mulheres jovens apresentam IU e este índice aumenta quando da pratica de esportes de impacto. Conclusão: A atividade física é de extrema importância para o ser humano, porém, sua prática não deve causar danos ortopédicos nem tampouco ao sistema genito-urinário. Através do conhecimento de fatores predisponentes da IU, cria-se a oportunidade da prevenção e tratamento fisioterápico do assoalho pélvico e da orientação médica especializada em Medicina Esportiva minorando danos subsequentes das atividade físicas de alto impacto.