ESTAR

Por Lúcio brito | 20/04/2010 | Poesias

Faz-me estar ao seu lado e caminho.

Pedaços de sombra nos seguem mudas,

Seguem-nos mudas, mas não caladas,

Pois nos falam da quente areia quente,

E me pego no meu olhar olhando sozinho

Dentro das casas, pra trás, ficam surdas

As roupas, nos varais, ainda molhadas

E crianças, de dentro, olham sorridentes.

 

Caminho ao seu lado

Caminho quase calado

Fico sem poder pensar

O lugar, no momento, é vago.

O que é estar ao seu lado?

De onde vem esse devaneio?

Andando posso estar parado

Seus olhos, olho, não leio.

Atravesso o meu eu para poder vê-la

E entre nossos olhares que se cruzam

Penso, em meu pensar, não perdê-la.