ESTÁGIO SUPERVISIONADO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: UMA EXPERIÊNCIA DOCENTE EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Por WALTER LUIZ CÂMARA TEODORO | 24/02/2018 | Educação

ESTÁGIO SUPERVISIONADO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS:

UMA EXPERIÊNCIA DOCENTE EM EDUCAÇÃO FÍSICA

 

TEODORO, Walter Luiz Câmara[1]

RESUMO

O presente relato de experiência tem como objetivo mostrar através da vivencia no Estágio Supervisionado do curso de Educação Física do UNIFACEX o processo de inclusão escolar. Para tanto, foi tomado como base uma escola pública localizada na zona sul de Natal/RN que apesar de suas limitações estruturais, não tem medido esforços para acolher este projeto. Para tanto este relato teve como principal objetivo o de observar de que forma os professores de educação física estão se organizando para inserir o aluno com deficiência no contesto escolar levando em conta a falta de recursos e de infraestrutura. Neste sentido, os apontamentos realizados pelos estagiários deste relato de experiência buscam cooperar com a escola para que os envolvidos nesse processo busquem recursos para que efetivamente a inclusão seja inserida efetivamente proporcionando condições para uma educação de qualidade para todos.

PALAVRAS-CHAVE: Relato de experiência. Estágio supervisionado. Educação inclusiva.

 

[1] Licenciado em Educação Física pelo Centro Universitário FACEX do Estado do Rio Grande do Norte e Especialista em Educação Infantil/Anos Iniciais do Ensino Fundamental.  E-mail: walter_nedved@hotmail.com

1 INTRODUÇÃO

O número de crianças com algum tipo de deficiência na rede regular
de ensino do país cresce a cada ano. Este crescimento é resultado  da mobilização de toda a sociedade brasileira. A Constituição Brasileira de 1988 garante o acesso ao ensino fundamental regular a todas as crianças e adolescentes, sem exceção, e deixa claro que a criança com necessidade educacional especial deve receber atendimento especializado complementar, de preferência dentro da escola. A inclusão ganhou reforços com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, e com a Convenção da Guatemala, de 2001, que proíbem qualquer tipo de diferenciação, de exclusão ou de restrição baseadas na deficiência das pessoas.

Neste contexto, as pessoas com deficiência ganharam espaço na sociedade quebrando paradigmas conceituais que por ventura os impediam de ter acesso ao âmbito escolar, participando ativamente da sociedade cumprindo com seu dever como cidadão ativo e participativo dentro da sociedade.

Inclusão é integrar a educação para todos, sem separação de categorias de aprendizagem, ou seja, um regime escolar único, capaz de atender a todos os cidadãos, independentemente de sua condição. Desta forma os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. MEC/SEESP (2008).

O exercício da cidadania e igualdade para todos, engloba um processo educacional e social em que as questões das mudanças tornam-se imprescindíveis para que as escolas se tornem centros de conexão total dos indivíduos. Sendo necessárias não só mudanças de infraestrutura,  mas também da reformulação de todos os aspectos que envolvem a escola, pois colocar um aluno deficiente junto com os demais, sem oferecer um mínimo de condições para que ele desenvolva suas atividades, não é inclusão.

Torna-se importante frisar que todos devem estar engajados nesta luta para que aconteça o processo de inclusão. No entanto, mesmo com essa perspectiva conceitual transformadora, as políticas educacionais implementadas não alcançam o objetivo de levar a escola comum a assumir o desafio de atender as necessidades educacionais de todos os alunos. (BRASIL, 2008). Sabe-se que as mudanças muitas vezes são difíceis, mas devem acontecer. E muitas vezes vão além da boa vontade das pessoas que fazem parte do processo, pois dependem de que a escola ofereça condições mínimas e necessárias que o aluno com algum de deficiência se sinta inserido no contexto das aulas.

Atender as diferenças foi o que vem garantir o Decreto nº 3.956/2001 reafirmando que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas. Desta forma, vem garantir a inclusão das crianças com deficiência na mesma forma de ensino em que as demais crianças estão inseridas. Garantindo  assim o exercício dos direitos humanos e de suas liberdades fundamentais. Assim, este Decreto tem importante repercussão na educação especial, compreendida no contexto da diferenciação, adotado para promover a eliminação das barreiras que impedem o acesso à escolarização. BRASIL (2001).

Na perspectiva de saber como fazer a inclusão escolar nas escolas regulares, é que iremos trabalhar neste relato de experiência, pois durante nossa vivência enquanto estagiários percebemos que ainda há um grande distanciamento entre o que trata as leis normativas para a educação inclusiva e o que efetivamente encontramos no dia a dia.

Desta forma foi durante nosso processo de Estágio Supervisionado Obrigatório do curso de Licenciatura em Educação Física no UNIFACEX, em escolas públicas da cidade de Natal/RN que podemos observar a maneira com que está sendo oferta a inclusão aos alunos nestes locais. Podemos perceber que os ambientes carecem de estruturas básicas até mesmo para ofertar atividades tais como, ausência de quadra, ginásio e outro espaço apropriado para a prática das aulas de educação física. Além disso, muitas das vezes observamos a carência de materiais essenciais tais como bolas, redes, brinquedos e demais equipamentos para a prática das aulas.

Diante dessas observações durante nosso período de estágio I e II surgiu o seguinte questionamento: De que forma as escolas públicas estão se organizando para receber a inclusão e como está se dando tal fato por parte dos professores de educação física? Tendo em vista que esta temática está sendo bastante discutida nos dias atuais e que ainda carece de uma melhor conscientização por parte dos gestores das Secretarias de Educação, dos Gestores das Escolas bem como por parte dos próprios professores, este relato de experiência tem como principal objetivo observar de que forma os professores de educação física estão se organizando para inserir o aluno com deficiência no contesto escolarlevando em conta a falta de recursos e de infraestrutura. E como objetivos específicos os de identificar as ações do gestor da escola, diante da sua realidade, para inserir os alunos com deficiência e de perceber como os demais alunos absorvem a inclusão nas aulas.

Para elaborar este relato de experiência tomamos como base a Escola Estadual Ferreira Itajubá, objeto de estágio supervisionado obrigatório II, situada na zona sul de Natal/RN. Onde podemos perceber que o processo de inclusão ainda se encontra em estado bastante elementar dado ao fato da falta de condições estruturais da escola, bem como da falta de materiais e equipamentos para que efetivamente o professor pudesse desenvolver as aulas de Educação Física voltadas para este conceito. Fato este que nos chamou a atenção para a temática e nos fez participar mais ativamente, enquanto futuros educadores físicos, na elaboração de atividades que buscassem alternativas para trabalhar com os alunos de maneira igualitária.

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