Estado: O elefante que comanda as nossas vidas

Por BRUNO VOGEL | 10/09/2016 | Sociedade

Hoje, pautamos nossas discussões políticas, em direita e esquerda, o que em tese quer dizer se queremos alguém que é obcecado em controlar o indivíduo (com quem se casa, se deve ou não interromper uma gravidez, o que vai ler, o que vai escrever...) ou outro que é obcecado em controlar o estado (meios de produção, empresas, imprensa...). Mas seja por um lado ou de outro, estamos escolhendo sobre formas de controle, estamos discutindo qual a maneira que o estado usará para nos controlar e pautar nossas vidas. Em qualquer uma das situações estamos escolhendo sobre quem irá decidir as grandes questões individuais da nossa vida e principalmente, quem e como gastará o nosso dinheiro.

O brasileiro paga, em média, quase R$ 8.000 em impostos federais, estaduais e municipais, seja diretamente ou através de impostos em produtos, serviços e demais encargos. Com este dinheiro esperamos que o Estado suprisse nossas necessidades de saúde, educação e segurança. Só que o que vemos é que para realmente conseguirmos atender a estas necessidades de forma adequada, precisamos recorrer à contratação de empresas privadas: planos de saúde, escolas/faculdades particulares, seguros e recursos de vigilância patrimonial. Ou seja, pagamos para o Estado e pagamos de novo para outros. Alguns não tem condições de pagar novamente por estes serviços e ficam a mercê dos serviços oferecidos pelo Estado e todos sabemos o que acontecem em hospitais super lotados e como está o nível do ensino de nossa rede pública (a saber, em 2015 o índice que mede a qualidade de nosso ensino, IDEB, ficou mais uma vez abaixo da meta, que era de 4,7, atingindo uma nota geral de 3,7, o que significa que está estagnado nesse patamar, desde 2005).

Então por que discutimos qual Estado queremos que nos controle? Se este Estado que recebe grande parte de nossos recursos não nos atende de forma adequada e, pior, desperdiça uma quantia absurda em esquemas de corrupção e em má gestão de recursos. Por que estamos presos em uma rançosa disputa ideológica que nos é ensinada e que somos estimulados a nela permanecer, uma eterna dialética entre esquerda e direita e por um dos lados, discutimos, brigamos, vandalizamos...  Deveríamos discutir se queremos, ou não, que o Estado controle e determine estes aspectos fundamentais da nossa vida. E na minha visão a resposta é NÃO! Não quero que um sistema ineficaz, institucionalmente corrupto, centralizador e lento administre grande parte dos recursos por mim produzidos e me proporcione o atendimento aos recursos básicos para minha existência, até por não conseguir fazê-lo com qualidade.

E a opção existe. Chama-se LIBERALISMO:

econ fil pol doutrina baseada na defesa da liberdade individual, nos campos econômico, político, religioso e intelectual, contra as ingerências e atitudes coercitivas do poder estatal.

No liberalismo, o Estado é mínimo, deixa de ser produtor e passar a ser fiscalizador, se preocupa com pouco e não define o que você deve pensar ou como deve agir. O Estado age e interfere quando alguém lesar o próximo ou para regular abusos de mercado. Não é o desaparecimento do Estado, mas sim um Estado enxuto, com uma máquina menor e menos onerosa, sem empresas estatais servindo de caixa eletrônico para financiamento indevido de campanhas eleitorais. O próprio fato de o Estado ser menor, se envolver em menos coisas, gerenciar menos recursos e não gerenciar grandes empresas, o torna menos interessante para o político profissional, que se alimenta dos recursos e benefícios do Estado para conseguir: verbas, favores, cargos...  

Então as questões são: devemos realmente nos preocupar para qual lado o Estado irá nos puxar, direita ou esquerda, ou devemos lutar para termos um Estado menor e menos controlador? Devemos permanecer nessa eterna gangorra direita-esquerda? Para quem serve este atual Estado gigantesco, arrecadador e burocrático?