ESPÍRITAS VERSUS ESPÍRITAS

Por Fernando Rosemberg Patrocínio | 22/03/2016 | Filosofia

Dias atrás um companheiro de Doutrina questionou-me acerca dos espíritas não se entenderem sobre muitas coisas, e, sobretudo, quanto ao fato da Criação Espiritual; uns, mais ortodoxos, dizem que o Espírito fora criado na condição de Simples e Ignorante (ESI); e, outros, que acompanham os progressos doutrinários, alegam que o Espírito fora criado como Ser Puro e Consciente (EPC), situação em que, parte de tal comunidade, perdendo sintonia para com a Ordem da Lei, se desqualificara pela Involução (Queda Espiritual) que os levara às situações penosas da Evolução como Espíritos Simples e Ignorantes (ESI), mas que estarão de retorno à pátria distante pela quitação de sua dívida para com a citada Lei.

Mas o fato é que tal desentendimento decorre:

a) Primeiro: do fato do Espiritismo, codificado no Século 19, ser uma Doutrina incompleta, mas suscetível de ampliar-se em seus desenvolvimentos ulteriores, pois que tal Doutrina é de ordem essencialmente evolutiva; e:

b) Segundo: do fato do Espiritismo codificado, infelizmente, permitir-se contradições - conquanto não tão relevantes - o que é compreensível por tratar-se de uma Ciência do Infinito, cujas bases, progressivas, avançam, como muito avançaram no Século 20 que se findara.

Ora, consultemos de Allan Kardec, “O Livro dos Espíritos” de 1857 e o definitivo de 1860 (já vimos isto) e veremos, infelizmente, ou não, o quanto o segundo se distingue do primeiro; e, mais ainda: conforme Kardec mesmo (e também já vimos isto), citado “Livro” não é um tratado completo de Espiritismo, mas tão só constitui uma base de pontos fundamentais que se devem desenvolver pelo estudo e pela observação.

Logo, quem prender-se, demasiado, ao codificado no Século 19, irá se surpreender com os seus avanços do Século 20, e, portanto, muitos de tais espiritistas, mais conservadores, não acompanharam e não acompanharão os progressos do Espiritismo, e ficarão adstritos ao Século 19, o que é compreensível, pois que adotamos práticas de livres pensadores, conquanto sejamos espiritistas de distintas faixas evolutivas e doutrinais.

Assim, pois, tais obras codificadas, e suplementares, admitem que o Espírito fora criado na condição de Simples e Ignorantes (ESI), o que firma, no Espiritismo, o seu caráter de ‘Modelo Evolutivo’. Porém, tais obras mesmas, aqui e ali, passam a impressão de que não é realmente assim, pois uma das “Revista Espírita” (Allan Kardec), por exemplo, informa que somos Seres decaídos e coisas que tais, o que atesta e preconiza, pois, o ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’: da Queda Espiritual, ou involutiva, e de sua Redenção pelas Normas do Cristo, ou seja: pela evolução dos que se quedaram como Espíritos Simples e Ignorantes (ESI).

E, mesmo “O Livro dos Espíritos” (AK) comenta algo sobre a queda do homem; ora, queda do homem é queda do Espírito, seu comandante, afinal; e “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (Allan Kardec – 1862 - Ide) também alega algo atinente à queda espiritual, como já visto e citado noutro texto de nossa autoria, ao afirmar:

“Meu Pai, curai-me, mas fazei que minha ALMA DOENTE seja curada antes das enfermidades do meu corpo; que minha carne seja castigada, se preciso for, para que minha ALMA se eleve até Vós com a BRANCURA que tinha quando a Criastes”. (Opus Cit.).

Ora, este texto é tão claro quanto aquele outro da “RE”; ele se refere ao “tempo” em que sua ALMA fora gerada pelo Criador; se refere, pois, à sua BRANCURA, e, portanto, à sua PUREZA, o que pressupõe um ESPÍRITO PURO E CONSCIENTE (EPC) que, por sua incúria e sua doença mesma, se despotencializara de seus dons psíquicos e decaíra como ESPÍRITO SIMPLES E IGNORANTE (ESI) para a nova trajetória evolutiva dos Mundos materiais.

Logo:

-INVOLUÇÃO E EVOLUÇÃO,

-QUEDA E SALVAÇÃO

O que fora citado e confirmado pelos mais distintos Povos da Antiguidade; o que fora citado e confirmado pelos Profetas do Velho Testamento; o que fora citado e confirmado pelo Evangelho de Jesus; o que fora citado e confirmado por muitas passagens do Espiritismo codificado no Século 19, como visto; o que fora citado e confirmado no Século 20 pelos dois maiores missionários do Cristo: Pietro Ubaldi e Francisco Cândido Xavier e Suas Vozes do Altíssimo, Vozes Perenes da Verdade Universal, da Verdade em Deus-Pai, nosso Justo e Amoroso Criador.

Autor: Fernando Rosemberg Patrocínio:
Articulista, Coordenador de Estudos Doutrinários, Palestrante e Escritor.
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