Espectro
Por Ailton Araújo de França | 31/01/2016 | CrônicasQue P é essa o espelho!
Ele teima em dizer o que não pergunto!
Sabe aquele menino “inxirido”, irritante e metido
Que corre à sua frente pra contar as coisas,
Igual alguém que conta o final do filme na porta do cinema?
É o espelho!
Não pedi opinião, nem pergunto,
Mas ele, de teimoso, afirma que o tempo passou.
E ainda diz mais: eu?
Eu continuo aqui!
E impassível, nem esboça ar de riso – sou espelho!
Cale-se! Respondo.
Mas, quer saber, eu nem acredito no que ele diz!
Somente quando às vezes, a máquina não quer obedecer,
Ainda assim, eu sei que posso, minh’alma afirma.
Às vezes eu mango dele – tu sabes de nada!
Ainda bem que tenho uma mente fértil, fácil mente,
E de mente, rapidamente me reorganizo.
Arrisco-me sempre ao futuro, aos planos e me esqueço do tempo.
Afinal, espectro é somente sombra,
Embora que assombra às vezes, você especular.
Ainda bem que ele não mapeia ou reflete minha mente,
Senão iria querer assombrar também.
Todavia, que personalidade é essa o espelho,
Que zomba de mim e teima em querer me decifrar,
Adivinhar quem sou, como sou, como me sinto ou como estou?
Que quer determinar aonde e como vou?
Por vezes, até mesmo, quer me transformar
Em esboço de si,
Ora, ora, ora, tenha Graça!
Espelho, espelho!
Ô meu!
Quem te fez apreender que este que agora estou, sou todo eu?
Ailton França