ESPAÇO E SAÚDE: A CULTURA DO CORPO EM ACADEMIAS DE MUSCULAÇÃO

Por José Francinaldo Cosmo Pereira da Silva | 08/11/2024 | Saúde

SPAÇO E SAÚDE:
A CULTURA DO CORPO EM ACADEMIAS DE MUSCULAÇÃO
Space and health: body culture in borybuilding gyms
Espacio y salud: cultura corporal em gimnasios de musculación
SILVA, José Francinaldo Cosmo Pereira.
Graduando na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo no Centro Universitário Paraíso.
josefrancinaldo13@aluno.fapce.edu.br
FREIRE, Giovanna Garcez.
PINTO, Igor Miranda.
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RESUMO
Este artigo trata sobre academias de musculação, que são espaços especializados em práticas desportivas de exercícios de musculação que talham principalmente a modelagem do corpo e promovem o estado de bem-estar físico. Analisa a proliferação de academias e a motivação dos usuários em frequentar esses espaços de forma tão dedicada. O estudo aborda ainda a corpolatria, a influência das redes sociais e o impacto do ambiente na saúde física e mental. A pesquisa, conduzida através da análise de artigos, sites e um questionário aplicado a 56 entrevistados em Juazeiro do Norte, Ceará, revela que a maioria dedica uma parte significativa de seu dia em busca de um corpo ideal, influenciados pela imagem propagada nas redes sociais, com as academias de musculação desempenhando um papel crucial nesse processo. Além disso, constatou-se que algumas academias negligenciam a saúde de seus clientes devido à configuração do espaço e à falta de organização. Os resultados destacam a necessidade das pessoas se reafirmarem em um ambiente acolhedor, adotando uma identidade social e seguindo uma ideologia narcisista que pode ser prejudicial à saúde mental e física. Mesmo aqueles com objetivos de bem-estar estão sujeitos a academias mal planejadas, que acomodam muitos clientes, mas produzem poucos resultados. Com base nessa apuração, recomenda-se a criação de espaços similares às academias de musculação, porém focados no bem-estar e no crescimento identitário saudável, com instalações adequadas e projetadas com atenção às necessidades de diferentes públicos, respeitando suas metas e limitações individuais.
Palavras-chave: Academia de musculação. Bem-estar. Corpolatria. Saúde.
ABSTRACT
This article deals with bodybuilding gyms, which are spaces specialized in sports and bodybuilding exercises that mainly shape the body and promote a state of physical well-being. It analyzes the proliferation of gyms and the motivation of users to frequent these spaces in such a dedicated way. The study also addresses corpolatry, the influence of social networks and the impact of the space on physical and mental health. The research, conducted through the analysis of articles, websites and a questionnaire applied to 56 interviews in Juazeiro do Norte, Ceará, reveals that the majority dedicate a significant part of their day in search of an ideal body, influenced by the image propagated on social networks, with bodybuilding gyms playing a crucial role in this process. Furthermore, it was found that some gyms neglect their customers' health due to the space's configuration and lack of organization. The results highlight the need for people to reaffirm themselves in a welcoming environment, adopt a social identity and following a narcissistic ideology that can be harmful to mental and physical health. Even those with wellness goals are subject to poorly designed gyms that accommodate too many clients but produce few results. Based on this investigation, it is recommended the creation of spaces similar to bodybuilding gyms, but focused on well-being and healthy identity growth, with adequate facilities designed with attention to the needs of different audiences, respecting their individual goals and limitations.
Keywords: bodybuilding gyms. Well-being. Corpolatry. Health.
RESUMEN
Este artículo trata sobre los gimnasios de musculación, que son espacios especializados en deportes y ejercicios de musculación que principalmente moldean el cuerpo y promueven un estado de bienestar físico. Analiza la proliferación gimnasio de musculación y la motivación de los usuarios para frecuentar estos espacios de forma tan dedicada. El estudio también aborda la corpolatría, la influencia de las redes sociales y el impacto del espacio en la salud física y mental. La investigación, realizada a través del análisis de artículos, sitios web y un cuestionario aplicado a 56 entrevistados en Juazeiro do Norte, Ceará, revela que la mayoría
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dedica una parte importante de su día a la búsqueda de un cuerpo ideal, influenciada por la imagen difundida en las redes sociales con los gimnasios de musculación tienendo un papel crucial en este proceso. Además, se encontró que algunos gimnasios descuidan la salud de sus clientes debido a la configuración del espacio y la falta de organización. Los resultados resaltan la necesidad de que las personas se reafirmen en un ambiente acogedor, adopten una identidad social y sigan una ideología narcisista que puede ser perjudicial para la salud física y mental. Incluso aquellos con objetivos de bienestar están sujetos a gimnasios mal diseñados que dan cabida a demasiados clientes pero producen pocos resultados. A partir de esta investigación, se recomienda la creación de espacios similares a los gimnasios de musculación, pero enfocados al bienestar y al crecimiento de una identidad saludable, con instalaciones adecuadas y diseñadas con atención a las necesidades de los diferentes públicos, respetando sus metas y limitaciones individuales.
Palabras clave: Gimnasios de musculación. Bienestar. Corpolatría. Salud.
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ESPAÇO E SAÚDE: A CULTURA DO CORPO EM ACADEMIAS DE MUSCULAÇÃO
Introdução
Este artigo aborda temas relacionados ao consumo de bem-estar em academias de musculação e à interação entre espaço e corpo. Ele inicia-se com uma análise da valorização do corpo como um objeto de consumo e de validação social, buscando conexões com o histórico antigo entre políticos, sociólogos e intelectuais de cada época. A pesquisa identifica ainda valores associados à saúde e ao corpo e como eram tratados de acordo com cada cultura e espaço.
Apresenta tipologias de academias atuais como aplicação de estudo sobre os praticantes de atividades físicas nesses locais e como esse estilo de vida é propagado através da mídia, que é capaz de moldar os espaços com tendências de redes sociais, que nem sempre têm a saúde como prioridade. Busca uma elaborada síntese do que é prioridade para o indivíduo em seu tempo de consumo. Até que se crie uma ponte entre o valor do corpo em cada parte da história e a relação com o que é estética atualmente e como esse comportamento de valorização física pode ser influenciado pelo espaço em que é praticada.
A preocupação com o corpo e sua aparência existe desde a pré-história, com os povos primitivos utilizando métodos de pintura para rituais com o propósito de agradar deuses e espantar maus espíritos (Power, 2004). Assim como no Egito, os cosméticos eram parte integrante da higiene e da saúde. Exemplo disso é o uso de bálsamos, cremes para a pele feitos de cera de abelha e azeite de oliva (Bayer, 1993). Durante a renascença, as mesmas premissas de cuidados com a pele e a aparência permaneceram.
No período do Renascimento, a civilização ocidental fez a transição da história medieval para a moderna. Uma das práticas mais comuns era depilar as sobrancelhas e a linha dos cabelos para mostrar uma parte maior da testa – acreditava-se que isso fazia as mulheres parecerem mais inteligentes. As fragrâncias e os cosméticos eram usados, embora não fosse costume usar cores muito fortes nos lábios, bochechas e olhos. Os cabelos eram meticulosamente penteados e enfeitados com ornamentos ou perucas. Muitas mulheres descoloriam os cabelos, porque ser loira era um sinal de beleza (D’Angelo; Lotz; Deitz, 2001; Suenaga, 2012).
Segundo Kury, Hargreaves e Valença (2000), com o início da Idade Contemporânea e a Revolução Industrial, os cosméticos ficaram mais acessíveis à população devido à produção em larga escala. E no século XXI, com o desenvolvimento de tecnologias capazes de alterar composições químicas e o uso de nanocosméticos que melhoram ativos na pele, máquinas e equipamentos sofisticados, a busca pela estética perfeita está cada vez mais comum (Lopes, 2017). Portanto, é justificável que cada época tenha se adaptado às novas descobertas, criando valores e elaborando uma estética cada vez mais robusta, mesmo dependendo dos poucos recursos.
A concepção dos modelos de beleza e as suas relações com as práticas sociais devem, entretanto, ser contextualizadas no tempo. Assim, tendemos a nos comportar de maneiras diferentes, em cada ambiente em que nos encontramos, considerando que as atitudes têm sido, ao longo do tempo, apropriadas para cada situação e lugar. A forma como agimos e como utilizamos nossos corpos, como meio de expressão têm, portanto, um fundo cultural e devem ser situadas em cada sociedade e em cada época (Santos, 2009, p. 89).
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“No mundo atual, construir um modelo do corpo está associado ao sucesso, traduzido pela conquista de melhores posições sociais e profissionais” (Santos, 2009, p. 87). Esta citação traduz o significado do corpo como um objeto de conquista e exemplo modelo. Pode ser interpretado como um troféu de superioridade que a própria sociedade concedeu baseado em filtros de beleza e estética. Segundo Santos, o corpo é, simultaneamente, agente e objeto, dentro de um jogo de forças na rede social e, assim, torna-se um depositário de marcas e de sinais desses embates, que o tornam um verdadeiro campo de provas (Santos, 2009).
Problemática
A pesquisa aborda um problema social relacionado ao ideal do corpo perfeito, um conceito antigo presente em diversas esferas sociais e históricas. Indivíduos empenham-se em modificar sua constituição genética na busca por resultados muitas vezes inatingíveis naturalmente, recorrendo a cirurgias, medicamentos, dietas extremas e um comprometimento excessivo em academias de musculação, inclusive utilizando anabolizantes.
Um achado relevante da pesquisa foi a influência das redes sociais na opinião pública. Essas plataformas, como revistas e Instagram, frequentemente promovem padrões de beleza inalcançáveis para a maioria, o que pode afetar tanto a percepção corporal quanto a saúde mental dos indivíduos. A busca por resultados muitas vezes irrealistas pode desencadear ansiedade e depressão, dada a discrepância entre expectativas e realidade.
As academias de musculação foram incluídas na análise como locais que fomentam a cultura da adoração ao corpo e dessas tendências sociais. O foco excessivo na estética corporal, promovido nesses espaços, muitas vezes negligencia abordagens mais saudáveis para o bem-estar físico e mental. Além disso, a configuração inadequada desses ambientes, com a presença de espelhos e a proliferação de imagens de corpos "perfeitos" em redes sociais, pode distorcer a autopercepção corporal dos frequentadores, ignorando o impacto do ambiente na construção dessa percepção.
Objetivo geral
Esta pesquisa tem como objetivo analisar a influência do ambiente das academias de musculação na promoção do bem-estar físico e mental.
Objetivos específicos
1.
Identificar o motivo que leva os usuários de academias a buscarem metas imersivas em beleza estética num padrão estabelecido pela própria sociedade.
2.
Pesquisar tipologias de academias para entender o que cada uma pode oferecer em termos de expectativas e de identificação pessoal;
3.
Buscar uma perspectiva de bem-estar e tempo de qualidade, instigando os praticantes a realizarem seus exercícios com novos princípios, buscando um ambiente agradável e eficiente.
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Metodologia
Foram realizadas pesquisas em artigos científicos e acadêmicos, websites e literatura especializada, que exploram a evolução histórica da estética ao longo do tempo, bem como o conceito de corpolatria e as ideologias correlatas ao corpo, abrangendo tanto o bem-estar mental quanto físico dos indivíduos. As investigações também englobam uma análise das redes de academias de musculação e suas estratégias de mercado, as quais frequentemente se alinham com os interesses do seu público-alvo, podendo adotar metas tradicionais ou buscar inovadores métodos de desenvolvimento pessoal.
Adicionalmente, foi conduzida uma pesquisa de campo em quatro academias de musculação em Juazeiro do Norte, Ceará, acompanhada de um questionário direcionado aos frequentadores dessas instalações. O questionário iniciava com questões sobre gênero e idade dos entrevistados, seguidas por indagações sobre suas motivações e eventuais queixas em relação à adesão e permanência nas academias, bem como seus objetivos ao frequentá-las. O estudo incluiu ainda uma avaliação do ambiente acadêmico, considerando a variedade de serviços oferecidos, a qualidade do suporte prestado e a estrutura física, abrangendo tamanho e organização dos espaços.
O que é corpolatria e sua associação com as redes de academias atualmente.
“A corpolatria e os transtornos da imagem corporal estão presentes nas discussões em torno da ditadura do corpo perfeito” (Sueitti, 2015, p. 103). Essa problemática utiliza o conceito de saúde para disseminar a cultura de um corpo torneado com músculos volumosos e definidos como uma demonstração de bem-estar, mas na verdade sujeita o corpo a um padrão estipulado pela mídia e por influenciadores que acaba por trazer distorções corporais que podem afetar significativamente a funcionalidade do corpo. “A relevância deste assunto encontra-se no expressivo aumento de academias, adeptos à musculação, cirurgias plásticas, etc. Diante dessa realidade ditadora, o paradoxo é alcançar o corpo perfeito, ainda que se exponha à ameaça de transtornos psicológicos” (Sueitti, 2015, p. 103).
Segundo Sueitti (2015) a corpolatria é o resultado de uma ideologia narcisista que dispõem de discursos apelativos que estabelecem um padrão de corpos torneados. “A musculação que, apesar do seu aspecto aparentemente inofensivo, torna-se um dos dispositivos mais utilizados para alcançar as transformações do corpo requerido por tal discurso” (Sueitti, 2015, p. 103).
O corpo deve ser, como insiste Luciano, magro, mas bem desenvolvido – encorpado pela prática do exercício, mas não gordo ou exageradamente musculoso como um halterofilista dos dias atuais. Os músculos devem ser bem trabalhados (“talhados”), com abdome tipo “tanquinho” e peitoral definido; o torso deve revelar a crista do ilíaco, a acentuada linha ou vinco que se estende do topo da virilha ao quadril e que só podem ser vistas quando os músculos são exatamente bem desenvolvidos e a taxa de gordura é excepcionalmente baixa – essa linha era enfatizada de tal maneira pelas esculturas gregas que era impossível copiá-las na vida real. As coxas são poderosas, as panturrilhas nitidamente delineadas... (Goldhill, 2007, p. 22).
“Pode-se dizer sem muita hesitação que, na contemporaneidade, as academias de ginástica constituem um dos signos mais emblemáticos da cultura da corpolatria instaurada em nosso tempo. Nesses redutos, via de regra, desfilam corpos malhados, bem como outros que buscam alcançar tal status” (Estevão e Babrichevsky; 2004, p. 14). Dessa forma, as academias de musculação são frequentadas por pessoas saudáveis, em geral
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com recursos financeiros e orientação nutricional privilegiada, visando metas estéticas e em busca de objetivos voláteis e transitórios. Homens e mulheres submetem-se a diversas atividades físicas em busca do corpo idealizado esteticamente, exibindo-se em busca de reconhecimento afetivo, enquanto investem seu tempo nesses espaços de mercantilismo corporal (Estevão e Babrichevsky, 2004, p. 15).
A mídia e seus influenciadores na prática de exercícios físicos.
Ao analisar o fenômeno da corpolatria e sua relação com a concepção de saúde e bem-estar no Brasil, percebe-se que as redes sociais desempenham um papel fundamental na conexão entre praticantes de musculação e influenciadores da saúde associada ao corpo perfeito. "No mundo atual, a construção de um modelo corporal está ligada ao êxito, refletido na conquista de melhores posições sociais e profissionais" (Santos, 2009, p. 87). Santos (2009) também destaca que esse empenho acaba por dividir os indivíduos em duas categorias: os dedicados, disciplinados e determinados, e os preguiçosos e indisciplinados. Ao vincular a aparência à personalidade, avaliando o caráter das pessoas com base na adesão a um modelo ideal (Santos, 2009).
A mídia alimenta as miragens do ego. Enquanto os estudos sobre a subjetividade esforçam-se por denunciar os vultos fantasmagóricos que se escondem por trás dos axiomas das crenças, as mídias fazem pesar a balança para o lado das ilusões. Quem ganha a batalha no coração dos incautos? Certamente, as mídias, pois as imagens, que elas incessantemente passam, dão robustez ao imaginário que alimenta as miragens do ego (Santaella, 2004, p. 125).
A beleza é frequentemente associada à saúde, o que pode levar os indivíduos a sentirem-se pressionados a buscar um padrão que os torne "saudáveis" (Sudo e Luz, 2007). Essa concepção distorcida da saúde é particularmente evidente em mensagens e publicações no Instagram e em revistas eletrônicas, que promovem um ideal corporal específico tanto para homens quanto para mulheres. Tal cenário levanta preocupações entre as autoridades de saúde, que se veem obrigadas a impor restrições às informações divulgadas sobre saúde física.
Qualquer comentário sobre hábitos alimentares, por exemplo, desencadeia, em geral, uma tagarela, bizarra e infantilizada competição de quem faz mais exercícios; quem como menos gordura; quem é capaz de perder mais quilos em menos tempo; quem deixou de fumar há mais tempo; quem ingere mais vegetais, alimentos e fármacos naturais etc. Em paralelo a isto, todo consumo de comida com alto teor calórico é precedida de verdadeiro atos de contrição e rituais preventivos de expiação da falta a ser cometida. Os que não aceitam jogar o jogo são vistos como problemáticos, do ponto de vista emocional, já que se entregam, sem escrúpulo, à autodestruição física e moral. Afinal, sem a boa forma, não teremos oportunidade alguma de ser vencedores. O mal do século é o mal do corpo (Costa, 2004, p. 199).
À medida que avançamos na tecnologia, cresce a necessidade de nos reconectarmos com o significado da condição humana. Os profissionais que se dedicam ao bem-estar corporal, à estética e ao exercício físico desempenham um papel crucial ao orientar os indivíduos em relação aos seus hábitos e metas, sem que estes precisem seguir tendências ou ideologias enganosas propagadas na internet. Segundo Goldenberg (apud Estevão e Babrichevsky; 2004, p. 14), "em virtude da mais nova moral da 'boa forma', a exposição do corpo nos dias de hoje demanda dos indivíduos não apenas o controle de seus impulsos, mas também o controle da própria aparência física".
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A influência do espaço no bem-estar físico e mental dos praticantes de exercícios físicos.
Neste contexto de crescente valorização da estética corporal e do cultivo do ego, as academias de musculação destacam-se como locais primordiais para esse propósito. Ao estarem amplamente difundidas fisicamente, passam a desempenhar um papel significativo no tecido urbano e no dia a dia da população, como já mencionado. Assim, é pertinente analisar como esses estabelecimentos lidam com a organização administrativa e a diversificação de seus objetivos.
Nas academias de ginástica e musculação se retomam, com poucas variações, a organização e o desenvolvimento das premissas e práticas do treinamento desportivo: a divisão dos espaços das salas de musculação, a especificidade do trabalho de acordo com o sexo e a faixa etária, a organização dos exercícios balizada pelos programas referenciados no treinamento de atletas. (Vaz; 2004, p. 137)
Essa perspectiva de um ambiente segregado ou associado a uma faixa etária específica e a um público homogêneo está se tornando obsoleta no contexto empresarial atual. As academias buscam aumentar sua base de clientes, mas é crucial questionar se estão adaptando seus serviços para atender às necessidades individuais de cada usuário de forma eficaz. Os motivos que levam as pessoas a frequentarem uma academia podem variar consideravelmente, desde a reabilitação de lesões até a busca por perda de peso ou a procura por um escape do estresse cotidiano.
Ao entrar nessas academias, descobri um universo que parecia ser apenas a cópia perfeita daquilo que a mídia [novelas e revistas femininas, principalmente] veiculava. A decoração, em primeiro lugar, se parecia com a dos estúdios de televisão (Malhação, da TV Globo), com muita iluminação e cores destinadas a criar atmosferas como as da televisão (Estevão e Babrichevsky; 2004, p. 15).
A atmosfera presente nas academias contemporâneas reflete o que muitas pessoas buscam, com instalações bem equipadas, incluindo espelhos estrategicamente posicionados ao redor. O ambiente tende a ser mais sombrio, com iluminação projetada para realçar a exibição do corpo nas plataformas de mídia social, estimulando o engajamento almejado pela influência midiática. Conforme Santos (2009) destaca, os espelhos revestem significativa parte das paredes, harmonizando-se com os equipamentos, enquanto a iluminação ambiente é ajustada para atender às diversas atividades, com as portas de vidro permitindo a entrada de luz natural durante o dia.
O espelho parece relacionado a um processo de avaliação pessoal, revelando-se como um referencial de confirmação de que as pessoas estariam mais ou menos inseridas na norma. E esse processo de confirmação é acionado a todo o momento, pois exige uma vigilância constante de que nada possa escapar ao controle (Santos; 2009, p. 92).
Conforme Vaz (2004), as academias estruturam seus espaços de forma segmentada por especialização, um aspecto crucial nos ambientes acadêmicos. A organização desses espaços é meticulosa, permitindo a concentração do trabalho em cada capacidade física ou região corporal específica (Vaz, 2004). Essa abordagem viabiliza a elaboração de um plano de distribuição dos equipamentos, destinando cada área interna da academia a um propósito distinto de aprimoramento corporal. Tal estratégia facilita a concentração e foco dos utilizadores durante suas atividades físicas.
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A área reservada para o trabalho aeróbio, por exemplo, divide-se, na grande academia, em salas de ginástica cujas modalidades atendem de maneira específica a determinados objetivos... A sala de musculação corresponde ao espaço destinado ao desenvolvimento e delineamento dos músculos. As máquinas geralmente são agrupadas de acordo com cada região corporal. Assim, formam-se os setores de peito, de braços, de coxas, de costas etc. (Vaz; 2004, p. 138).
“O espaço altamente organizado, a infraestrutura impressionante e os aparelhos de alta tecnologia transmitem a ideia de que os corpos que preenchem o ambiente devem ser adequados a este ideal de perfeição” (Vaz; 2004, p. 140). Nas academias, como mencionado anteriormente, o espelho e a balança simbolizam a voz da verdade, revelando os resultados na busca pela "perfeição" corporal.
Com a diversidade de métodos de crescimento e aprimoramento corporal disponíveis, as academias expandem suas modalidades de ensino e serviços, oferecendo planos que incluem acesso a diferentes produtos, variando em termos de preço e ampliando o alcance de seu público (Furtado; 2009). Conforme observado por Roque, as academias estão cada vez mais adotando estratégias para diferenciar seus produtos e serviços, incluindo equipamentos de última geração, uma variedade de modalidades esportivas e de lazer, e uma especialização em segmentos específicos, como o público feminino e a terceira idade (Roque, 2012).
Estudo de tipologias de academias de musculação e seus princípios de consumo.
Conforme o site TECNOFIT (Denicievicz; 2022), atualmente, existem quatro tipos predominantes de academias que se distinguem por seus serviços e planos: Low Cost, Full Service, Boutique e Academia de Nicho. O modelo Low Cost é conhecido por seu baixo custo e replicação de serviços e mão de obra. Optar por esse modelo permite oferecer mensalidades mais acessíveis e disponibilizar um espaço com uma variedade de equipamentos, proporcionando aos alunos maior liberdade para realizar seus treinamentos. Por outro lado, o modelo Full Service oferece uma ampla gama de opções e modalidades de exercícios, proporcionando uma experiência completa aos praticantes. Apesar dos investimentos em infraestrutura, profissionais e demais exigências de uma academia de grande porte, o custo-benefício para os alunos é uma das vantagens que atrai novos adeptos (Denicievicz; 2022).
Já as academias Boutique destacam-se por um atendimento e planos individualizados, incluindo espaços de spa e relaxamento, e ambientes personalizados que se valem das redes sociais para divulgação imediata. Optar por esse nicho possibilita atingir um público específico em busca de treinamentos de alto valor agregado, embora as mensalidades possam ser superiores à média de mercado. Por outro lado, os custos de investimento e manutenção são igualmente elevados. Por fim, as academias de nicho direcionam-se a segmentos específicos do mercado, contando com profissionais especializados em áreas como dança, estúdios de funcionalidade e atendimento especializado a adultos idosos, com a responsabilidade de cumprir as promessas de resultados.
Estes são apenas alguns exemplos dentre os diversos existentes, incluindo centros direcionados ao fisiculturismo e à calistenia. Com a multiplicidade de abordagens para o aprimoramento físico e especializado, surge a necessidade de preencher a lacuna de oferecer um serviço personalizado aos clientes, criando um ambiente equipado, com áreas segmentadas e a incorporação de novas modalidades, como natação, aulas de dança e até artes marciais. Tais iniciativas demandam um projeto específico e harmonizado
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com a estrutura existente, de modo que os frequentadores consigam identificar e diferenciar os ambientes, mantendo o foco na prática de exercícios físicos.
No contexto de uma avaliação espacial das academias de musculação em Juazeiro do Norte, Ceará, foi desenvolvido um questionário contendo as seguintes perguntas: Qual é o seu gênero? Qual é a sua idade? O que o motivou a começar a frequentar uma academia de musculação? Qual é a sua motivação atual para continuar frequentando a academia? Se pudesse apontar uma crítica sobre a sua academia, qual seria? Você frequentaria uma academia com mais janelas do que espelhos ou espaços mais arejados do que fechados e escuros? Por que você acredita que o número de frequentadores de academia tem aumentado ultimamente? Este questionário, intitulado "O que te leva a frequentar a academia?", foi administrado a frequentadores de academias na cidade, resultando em 56 respostas.
As duas primeiras perguntas visavam identificar o público-alvo das academias. Com base nas respostas, constatou-se que 53,6% são do sexo feminino e 80,4% dos 56 entrevistados têm entre 19 e 25 anos, confirmando a presença significativa do público feminino nesse nicho e o crescente interesse dos jovens em cuidar da saúde física. Esses dados levam ao terceiro questionamento, que aborda os motivos que levaram a essa adesão às academias.
Gráfico 1 e 2: primeira e segunda pergunta do formulário – O que te leva a ir à academia?
Fonte: Fotomontagem autoria própria, 2024;
A justificação mais frequente é a busca por ganho de massa muscular, reforçando a prevalência da corpolatria como uma ideologia associada a corpos volumosos e tonificados. Em um contexto social e histórico marcado por instabilidade e mudança, no qual as estruturas tradicionais de identidade - como família, religião, política e trabalho - estão enfraquecidas, é plausível que muitos indivíduos ou grupos estejam adotando o corpo como uma forma de expressão ou representação do eu (Goldenberg, 2002).
Gráfico 3: terceira pergunta do formulário – O que te leva a ir à academia?
Fonte: Autoria própria, 2024;
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É observável que questões como ansiedade e depressão são fatores motivadores para a frequência às academias. Muitos dos usuários são jovens recém-saídos do ensino médio ou ingressando em faculdades e universidades, conscientes da importância da saúde mental e emocional, conceitos amplamente difundidos nas redes sociais. O engajamento no universo fitness surge como uma resposta a essas preocupações e pode até servir como um conforto em momentos de dificuldade que geram essas angústias.
Analisando a assiduidade e o tempo dedicado pelos usuários, e considerando os objetivos do estudo, a quarta pergunta no Gráfico 4, estimula a reflexão crítica dos participantes para identificar eventuais queixas em relação às academias. Mais de 30 respostas apontam a lotação como o principal problema. A base teórica deste documento indica o contínuo crescimento do setor fitness, refletindo a crescente preocupação com o corpo. Contudo, paralelamente ao aumento da clientela, percebe-se que o dimensionamento do espaço em relação ao número de frequentadores é inadequado. A falta de planejamento ou consulta ao público-alvo revela que a rede de academias está mais focada em atrair novos clientes, enquanto os atuais apontam a necessidade de adaptar essa captação à capacidade física do espaço disponível.
Uma das queixas mais recorrentes está relacionada à insuficiência de equipamentos ou à frequente ocorrência de equipamentos danificados. Além do espaço limitado para a prática de exercícios, observa-se também a ausência de um estudo direcionado para a implementação de tecnologias. Em muitas situações, visando economizar nos gastos de manutenção e aquisição, as empresas optam por alocar recursos limitados, resultando em uma escassez de investimento. Essa falta de investimento contribui para a superlotação da academia, prejudicando a capacidade de atendimento aos usuários.
Como consequência desse cenário, os frequentadores da academia podem sentir-se desmotivados e até mesmo desvalorizados. A falta de equipamentos em boas condições pode impactar diretamente no desempenho dos treinos, levando a resultados aquém do esperado. Para contornar essa situação, é essencial que a gestão da academia busque soluções criativas e eficientes para garantir um ambiente propício ao desenvolvimento de todos os usuários.
Gráfico 4: quarta pergunta do formulário – O que te leva a ir à academia?
Fonte: autoria própria, 2024;
A crescente quantidade de usuários pode ser explicada pela quinta pergunta, apresentada no gráfico 5, que aborda a busca pelo corpo ideal, um dos principais motivadores para a adesão de novos membros, juntamente com a busca pelo bem-estar através da prática de exercícios físicos. Ao analisar a interseção entre a busca por uma estética ideal e a procura pelo bem-estar, nota-se um equilíbrio delicado entre a
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estética e a saúde. É essencial ressaltar que, embora a motivação inicial possa ser estética, é crucial que os
praticantes de atividade física encontrem prazer e satisfação nesse processo, visando não apenas o aspecto
visual, mas também o fortalecimento físico e mental. Desta maneira, a prática de exercícios físicos transcende
a mera aparência, transformando-se em uma jornada de autoconhecimento e autocuidado.
Gráfico 5: quinta pergunta do formulário – O que te leva a ir à academia?
Fonte: autoria própria, 2024;
A pesquisa realizada revelou uma tendência de insatisfação devido à superlotação das academias na região.
Diante desse cenário, surge a indagação sobre a quantidade de estabelecimentos desse tipo na cidade. Ao
pesquisar no Google Maps por "Academias em Juazeiro do Norte", a visualização na imagem 1 revela uma
surpreendente quantidade de academias, considerando a população da cidade, que alcança 286.126
habitantes, conforme o censo de 2022 do IBGE. Uma observação rápida revela mais de 50 academias
distribuídas pela localidade, com uma concentração significativa no centro. Isso sugere que a oferta de
academias não é escassa, porém, os empreendimentos não estão conseguindo atender adequadamente à
demanda dos clientes.
Figura 1: Pesquisa “academias em Juazeiro do Norte” no Google Maps
Fonte: Fotomontagem autoria própria, 2024;
centro
Academias
de musculação
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E a última pergunta seria uma reflexão interna para os questionados, se eles frequentariam uma academia com mais janelas do que espelhos ou espaços mais arejados do que fechados e escuros, que se trata de uma questão espacial e projetual de escolha do ramo que a academia irá tomar, caso a academia ofereça uma variedade de modalidades, como natação e treino funcional, é esperado que o ambiente apresente uma distribuição mais generosa de aberturas. Além disso, a estrutura arquitetônica torna-se um elemento fundamental, projetada especificamente para a prática das atividades propostas. Assim, a pergunta tem como objetivo compreender a importância que os usuários atribuem ao espaço físico, bem como o impacto positivo que um projeto bem elaborado pode proporcionar mentalmente aos frequentadores, otimizando o funcionamento da academia.
Em paralelo à questão, foram capturadas fotografias de academias locais para ilustrar as considerações sobre a estrutura e a espacialidade, corroborando os comentários sobre a disposição, os efeitos da iluminação e as dimensões do ambiente onde os equipamentos são instalados.
Figura 2: academias em Juazeiro do Norte, Ceará
Fonte: autoria própria, 2024;
Figura 3: academias em Juazeiro do Norte, Ceará
Fonte: autoria própria, 2024;
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As Figuras 2 e 3 se revelam contraditórias em relação ao design dos ambientes, mas do mesmo ramo comercial, um com mais clareza e pouco espaço de circulação, deixando o ambiente mais vívido com bastante entrada de luz natural, porém devido sua pequena configuração em casos de lotação se torna um espaço enclausurado. E o outro ambiente mais sóbrio com destaque da distribuição de espelhos na parede e uma característica destacável com o uso do preto em toda sua estrutura, teto, paredes e piso, confirmando a projeção de um ambiente distorcido do tempo de consumo dentro daquele ambiente.
Gráfico 6: sexta pergunta do formulário – O que te leva a ir à academia?
Fonte: Autoria própria, 2024;
Mas com a pesquisa da sexta pergunta do formulário, a respeito dessa indagação sobre janelas e espelhos é visível que os entrevistados estariam dispostos a frequentarem academias mais abertas e claras, mas há uma reluta significativa de 32,8% das respostas sobre esses espaços sofrerem alterações, mas isso pode ser explicado pela narrativa consumida na maioria das academias de musculação de que o espaço deve ter foco e transparecer ambicioso quanto a status e reputação da marca. Ainda, 22,4% dos entrevistados se mostram abertos a frequentarem um estilo de academia mais diverso se referindo as características apresentadas.
Resultados
Feita a análise das academias e seus usuários, foi confirmado o que a história e dados dos artigos analisados afirmavam, as pessoas passaram a frequentar as academias de musculação na busca de um corpo perfeito, com objetivos específicos como o ganho de massa muscular, ou emagrecimento, também notória uma participação ativa das mulheres nesses objetivos tendo em vista que a dissipação desse espaço está cada vez mais acessível.
As pessoas estão em busca de se reafirmarem sua identidade, muitas vezes buscam a academia como um refúgio acrescendo seu valor emocional nos músculos e resultados adquiridos por cada um, há uma fragilidade na juventude que corrobora essa tese de que as pessoas querem ter uma solução para os problemas pessoais em locais de descontração e almejam objetivos que nem sempre estão ao alcance, mas devido o círculo de amizades dentro daquele ambiente que fortalece o desejo de cumprir metas e que incentiva a participação ativa em eventos e até serve de modelo de imagem nas redes sociais com hashtags e marcação em publicações, elas se prestam a continuar a fazer parte das estatísticas da corpolatria e narcisismo corporal.
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Assim como brevemente abordado, as academias estão se preocupando em alimentar a ideologia do corpo colocando mais espelhos nas salas, mais equipamentos em uma ordem de valor que amplia os desejos dos usuários, incorporam um ambiente sóbrio e escuro com pouco iluminação natural e mais fechados para que a sensação de que o tempo ali dentro não é importante e sim o que você está fazendo lá, como sua participação está sendo avaliada. Assim como concluiu SUEITTI:
Se faz necessário, nesse momento compreender os malefícios da distorção da autoimagem corporal. Oriundos da obsessão pela atividade física, e a obrigatoriedade dos exercícios, está posicionada como um tipo de transtorno ainda não identificado como patologia. Somente a partir da caracterização do comportamento dos praticantes de musculação será possível diagnosticar os malefícios da ditadura do corpo torneado (SUEITTI, 2015, p. 106).
Considerações finais
Foi reconhecido que os seres humanos são sensíveis e que a humanidade é influenciada por desejos, conquistas e exposições. As ideologias sobre o corpo e a estética têm existido desde tempos antigos e continuam até hoje, com diversas fontes de informação e divulgação sobre esses temas. Um ponto crucial é que a maioria dos frequentadores de academias de musculação são considerados narcisistas, vendo alguns dos resultados serem inalcançáveis.
As academias também atendem a uma variedade de clientes que buscam se recuperar de lesões ou doenças psicológicas, criando um grupo que requer atenção especial, embora não necessariamente de profissionais qualificados. Para atender a esse público de forma eficaz, é essencial um planejamento de gestão e um plano estratégico com serviços especializados e infraestrutura adequada. Dessa forma, eles podem contribuir para a satisfação desse público diversificado.
São inúmeras propostas que vão além do estudo abordado, mas o foco da pesquisa é entender onde surgiu o problema, apresentar exemplos e constatações das justificativas e concluir um resultado já esperado sobre as academias de musculação. Essas instituições presentes nas redes sociais e no cotidiano de várias pessoas, frequentam ou não esses espaços, exercem influência cognitiva na saúde e bem-estar dos indivíduos.
Recomendações
Devido ao estudo se tratar de uma análise qualitativa de percepção da saúde física e mental de usuários de academias de musculação, é recomendável que a partir de uma abordagem de estudo espacial geográfica, com estudo sobre normas, legislação e recomendações, dentro da cidade de Juazeiro do Norte seja desenvolvido um projeto análogo as academias de musculação, que corresponda a um ambiente que instiga a procura por prática de exercícios físicos e vá além de uma meta de condicionamento físico.
Propondo um espaço dedicado ao bem-estar e metas individuais de cada usuário, e que se preocupa com sua permanência e satisfação. Por meio de técnicas de construção e ambientação adequadas a estrutura a ser construída. Podendo incorporar tendências projetuais do ramo da arquitetura como meio de propagação para uma arquitetura mais saudável que eleva a construção a um nível de influência estética sobre seu design e ramo abordado, criando um vínculo parecido com acomodações de lazer, que excede as expectativas do limite entre o esperado e o construído melhorando resultados e mudando a perspectiva de espaço e saúde.
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