Escolhas 2

Por Apolinario Albuquerque | 20/06/2011 | Crônicas

Escolhas 2


Acordei bem cedinho ? o sol não havia saído, eu já estava de pé ? pensando sobre meu dia: completar uma semana inteira de exercícios sem dores, entregar o orçamento hoje ou segunda-feira, levar o carro para limpeza semanal, levar meus netos ao cinema, escrever a crônica da semana ? meu dever de casa: tudo ? tudo mesmo, como e, principalmente, se Deus quiser e, Deus sempre quer quando você acredita. Vejam o que nos diz o escritor Roberto Shinyashiki, no seu livro "O Sucesso é ser feliz" - Ed. Gente:
Dizem que na Índia ? acredita-se que Deus pronuncia apenas a palavra ´sim`. Na verdade, Ele não diz sim para o que as pessoas pedem, mas para aquilo em que elas acreditam. Se você não acredita na felicidade, Ele apenas pode ajudá-lo a ver que tem razão.

Finalmente, depois de ouvir uma seleção de vídeos do "You Tube" ? senti que estava na hora de cuidar do dever de casa. Todos indistintamente deveriam conhecer a riqueza dessa página ? porque é um manancial de informações de hoje e de ontem ? quem por acaso, poderia imaginar fosse possível encontrar ? no original ? O Ébrio de Vicente Celestino, com a interpretação do próprio. Pense uma músicas, pense um vídeos ? procure e você certamente encontrara.

E quem hoje, curiosos, ou profissionais, não tem acesso às informações do mundo globalizado, certamente não está preparado para ser um profissional de ponta na atividade que abraçou, que escolheu para contribuir com o crescimento da sociedade. Lá na Internet, encontramos todos os conhecimentos que são necessários ao desenvolvimento e a compreensão de suas atividades e podem facilmente encontrar um esclarecimento. Mas é fundamental que se mantenha o espirito aberto aos termos e locuções falados na grande rede, porque lá a língua nacional é o Inglês.

Aldo Rabelo ? o nosso Deputado Federal ? Tentou fazer um projeto de lei tentando coibir o uso dos estrangeirismos em nosso meio. Como se o conhecimento alargado por termos em Inglês pudessem nos tolher de algum modo. Ou se viessem a transformar em invasores da nossa cultura e pudessem por si só, nos limitar a capacidade de amar o Brasil. O que causa desgostos e tristeza, certamente, são outras coisas.

Uma nação que tem identidade não permite se limitar ou constranger por falar e compreender termos técnicos em uso no mundo todo. Pergunte a qualquer estudante se ele sabe o que é: "Facebook"; "Twitter", "Google", "Windows", e avalie se esse conhecimento o faz diferente ou irresponsável, aqueles que são diferentes e irresponsáveis o são por outros motivos que não estão aqui em discussão, apenas por saber o significado de um termo de largo uso, tanto aqui como na Europa, na Asia, na Oceania ? em Quixeramobim, Xique-Xique ou onde for. Não pode ser objeto de censura ou preconceitos prévios, tão ao gosto da sociedade brasileira.

Observe como o Dicionário eletrônico Houaiss ? define "Estrangeirismo"

"influência geralmente forte da cultura, dos costumes etc. de determinada nação sobre outra ou sobre uma parcela significativa dos indivíduos desta."

Mas, temos de considerar o seguinte: embora exista uma palavra correspondente em nosso idioma, a mesma não é a usual no mundo ? nem mesmo no nosso dia a dia. Experimente você escrever num papel e entregue para alguém - "enviei uma mensagem para sua sogra" e veja onde o interlocutor vai buscar ? na Caixa do correio do seu prédio, certamente. Agora diga o mesmo usando que : "enviei um e-mail para sua sogra". Aonde você acha que o cidadão vai procurar. No computador, evidentemente ? Estamos falando de linguagem universal e não nacional e muito menos emocional.

Portanto, temos de ter muito cuidado ? primeiro não sair por aí defendendo teorias antigas e retrogradas que nos conduzem a preconceitos e a dificuldades de comunicação ? que afinal é o princípio a ser preservado. Temos de aprender a pensar e agir segundo o tempo em que vivemos e viver no mundo como ele hoje se nos apresenta, sem ficar romanceando a utopia de um tempo que um dia existiu. A realidade de hoje é, sem dúvida, completamente, diferente e mais complexa do que foi no passado recente, negar isso é viver uma realidade que não existe mais.

Por exemplo ? podemos ilustrar termos que os nossos canais de televisão usam abundantemente: como "Prequela" que a enciclopédia Wikipédia nos esclarece como: "Uma prequela é um trabalho que contém elementos passados no mesmo universo ficcional..." e, passamos a usar o termo como "técnico" perfeitamente inteligível para os profissionais dá área ou aqueles que lidam estreitamente com esse meio, como radio, jornais.

Em português encontramos o termo:
reminiscência ? 1) imagem lembrada do passado; o que se conserva na memoria 2) lembrança vaga ou incompleta 3) sinal ou fragmento que resta de algo extinto.

O qual poderia ser utilizado ? mas como dissemos acima, não foi adotado no uso corrente profissional, e assim não há como fugir do uso comum e massificado daquele que é conhecido por todos.

Outro exemplo ? O termo Remake ? também entra no rol dos termos técnicos usados pela mídia, significando, segundo a Wikipédia: Remake é o nome de que comumente se dá a novas produções de filmes, telenovelas, jogos seriados e outros.

O Dicionário Houaiss ? tem uma tradução para isso: Regravar ? significando "Tornar a gravar" - O que também é utilizado correntemente, sem traumas ou dores por quem o usa. Portanto ? Estamos diante do surgimento de um sinônimo para enriquecimento de nossa linguagem.

Aliais como ocorre, exatamente com o termo Reboot ? que já encontra correspondente em português para seu significado, e assim ficamos uma linguagem enriquecida para uso geral. No Dicionário Houaiss encontramos o termo - Reinicializar ? significando "restaurar (situação, estado ou valor inicial de sistemas, dispositivos, computadores ou variáveis)".

A que se ter um cuidado especial nas censuras descabidas, para não cairmos no vazio das discussões estéries, que nada de valioso produzem, Nada constroem e nada criam.

Devemos lembrar que no começo do século IXX a língua estrangeira dominante era o Frances ? que nos legou tantos termos (crepe, croquete, chefe, croissant, paetê, colete, croqui) e a tantas críticas dos azedos de plantão. Logo, após o aparecimento do automóvel, surgiram as primeiras aparições em nosso meio dos termos técnicos em inglês e junto também a grita e a adaptação.

É portanto uma questão de observar o mundo e seu movimento, por um prisma mais aberto, mais compreensível, para que possamos ? nos livrar da bílis raivosa indesejáveis e desnecessária. Sejamos, pois como os Romanos que ao invés de criticarem seus colonizados os Gregos, preocuparam-se mais em aprender com eles o que eles tinham de culturalmente de melhor.

Nível de excelência profissional se caracteriza por trabalhos calcados em fatos e verdades provadas e também em visão aberta destituída de preconceitos e complexos, de uma perfeita noção do tempo e do lugar onde atua, com disposição sempre consciente que o seu melhor pode e deve ser buscado independente de ideologias, credos, para que possa sem doenças intelectuais contribuir com o crescimento e integração da raça humana na terra.

Apolinario de Araujo Albuquerque Rio, 20 jun 2011.
nario2010@gmail.com