Escola, Educação e Juventude

Por Wasley Santos | 02/07/2009 | Resumos

Por Wasley Santos

 

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998. (p: 103 – 132).

 

 

Considerando que os Parâmetros Curriculares Nacionais são divididos estrategicamente em volumes, neste, de introdução, a quarta parte, que é intitulada “Escola, adolescência e juventude”, pretende provocar a necessidade de a escola conhecer melhor os educandos do ensino fundamental. Tendo em vista que a Educação Básica se constitui como um período bastante profícuo na vida escolar do educando, esse documento apresenta qual é o papel da escola, enquanto instituição social de ensino; o papel da família na participação da vida acadêmica do educando, bem como a função desempenhada por outras referências não institucionalizadas, como o grupo de colegas da escola, do bairro, a mídia etc; destacando as influências de tais referências para a construção da identidade do adolescente-jovem estudante.

 

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, referenciais para a renovação e reelaboração da proposta curricular, reforçam a relevância de que cada escola formule seu próprio projeto educacional, compartilhado por toda a equipe pedagógica e partilhado ainda com a família e com a comunidade para que a melhoria da qualidade da educação resulte da co-responsabilidade de todos que o construíram. Sob um olhar acurado ao educando adolescente e jovem, esses parâmetros afirmam que a forma mais eficaz de elaboração e desenvolvimento de projetos educacionais envolve a criação de projetos mais específicos, voltados para os anseios e necessidades prementes do adolescente e jovem nessa fase do ensino fundamental.

 

Através de uma metodologia de abordagem dialética, o documento adota como ponto de vista predominante os pressupostos da Ciência da Sociologia da Educação e da Psicologia da Adolescência, e isso é perceptível por uma apuração crítica inferida pelo leitor. Diante de tal pressuposição teórica, fundamenta-se no documento a reflexão sobre a tarefa que a escola tem de levar em consideração alguns caracteres relacionados à vivência dos educandos adolescentes, que são jovens e que vivenciam um momento significativo do ponto de vista da construção de suas identidades e de elaboração de projetos de inserção na sociedade.

 

Podem-se traçar, analogamente, no documento, alguns conceitos veiculados sobre o ser adolescente e jovem, com outros motes que antes já haviam sido professados por teóricos em estudos sobre a cognição e o comportamento psicossocial na adolescência.  Tomando como ponto de partida as análises feitas por Otto Rank e Eric Erikson, a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais de corroborar com a elaboração da identidade e do projeto de vida dos educandos torna-se relevante, pois se sabe que na contemporaneidade a identidade é construída em um processo de aprendizagem, como propuseram Rank e Erikson, o que implica o amadurecimento da capacidade de integrar o passado, o presente e o futuro (naquilo que os contém) e também articular a unidade e a continuidade de uma biografia individual.

 

Sendo assim, a quarta parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais apresenta especial interesse para os estudantes de cursos de licenciaturas de faculdades e universidades do país e, sobretudo, ao “mestre do saber” – o professor –, docente e regente de classe que, na labuta do fazer pedagógico, pode, sem hesitar, recorrer ao documento toda vez que buscar apoio às discussões, reflexões e desenvolvimento do projeto educativo da escola, servindo esse documento como modelo útil, do ponto de vista metodológico.