ESCOLA E FAMILIA: UMA RELAÇÃO NECESSÁRIA A FAVOR DA APRENDIZAGEM

Por Jucelma Lima Pereira Fernandes | 29/01/2021 | Educação

               

ESCOLA E FAMILIA: UMA RELAÇÃO NECESSÁRIA A FAVOR DA APRENDIZAGEM


Adriana Peres de Barros1

Eliane Santos Rezende Michelato2

Jane Gomes de Castro 3

Jucelma Lima Pereira Fernandes 4

Raquel Rocha Drews Valadares5

Valquíria Dias Rodrigues6


Desde o estabelecimento da educação infantil, ampliou seu papel no campo da cultura infantil, ajudando as crianças a se descobrirem, a se conhecerem, a aprenderem a se relacionar com os outros e a ampliar seus conhecimentos, bem como, estabelecer relações cognitivas, sociais e emocionais com seus pares. Neste viés, nos primeiros anos de vida da criança, são os mais significativos porque contribuem para a formação inicial de suas ideias, desejos e pensamentos e dão-lhes um significado a tudo ao em seu derredor. Nesse sentido, tanto em casa quanto na escola, a educação é de cunho complementar, o que se resume na troca de responsabilidades, pois a partir do momento em que ocorre a relação entre escola e família, a aprendizagem torna-se mais significativa. E os alunos continuam valorizando e respeitando a escola e seu próprio conteúdo de aprendizagem.

Portanto, percebe-se a necessidade de criar e desenvolver projetos que contemplem a relação entre família e escola de forma mais específica, pois falta às crianças um bom modelo de aprimoramento de habilidades sociais. A LDB (2004, p.27) pontua em seu Art.2º, que “a educação, dever da família e do estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Mittler (2003) complementa esse diálogo dizendo que:

Pais e mães são os primeiros, os principais e os mais duradouros educadores de suas crianças. Quando pais e profissionais trabalham juntos durante a infância, os resultados têm um impacto positivo no desenvolvimento da criança e na sua aprendizagem. Então, cada etapa do desenvolvimento deve buscar uma parceria efetiva com os pais. (MITTLER, 2003, p.210)


Nesse caso, a interação entre escola e família proporciona maior segurança para o aluno descobrir sua identidade e explorar o mundo de forma mais ampla. Lembrando que, por meio da confiança dos pais na escola e de sua contribuição para a educação dos filhos, eles se sentirão mais seguros, valorizarão a si mesmos e continuarão suas experiências durante a infância e a escola. Neste bojo, levando em consideração o modo de vida cultural e social dos mais diferentes grupos sociais é que a escola e a família devem trabalhar juntas para promoverem a autonomia e uma aprendizagem significativa, já que desde quando a criança identifica suas habilidades, vontades, anseios... ela se sente mais segura naquilo que faz. Uma vez que, a família e a escola são as maiores fontes construtora de valores nos primeiros anos das crianças. Sobre isso, Zagury (2002) problematiza da seguinte forma:


Hoje, a aproximação da instituição educativa com a família incita-nos a repensar a especificidade de ambas no desenvolvimento infantil. São ainda muitos os discursos sobre o tema que tratam à família de modo contraditório, considerando – a ora como refúgio da criança, ora como uma ameaça ao seu pleno desenvolvimento. (ZAGURY, 2002 p.175)


Da mesma forma, a escola e a família precisam se unir para defender o desenvolvimento dos alunos e dar suporte à sua vida adulta. Por que a escola e a família são uma equipe, é necessário compartilhar os mesmos padrões e princípios quanto aos objetivos que se desejam alcançar. No entanto, todos devem cumprir seu papel para orientar os alunos para um futuro mais brilhante e bem-sucedido, porque as escolas e as famílias são baseadas na combinação básica de aprendizado básico que fornece aos clientes uma prática social e escolar de sucesso.

Nessa perspectiva, a integração entre a família e a escola, na interação que se estabelece entre a escola e a família, amplia os conceitos e conceitos estabelecidos pelas crianças. O objetivo é aproximar as famílias e fazer com que aprendam a ser diferentes, tendo como objetivo criar situações e condições necessárias, promover o processo de ensino, enriquecer as relações interpessoais e estabelecer ações comuns que se estendam a toda a comunidade escolar e familiar. Lembrando que a conjugação da escola e da família na função educativa dos alunos é fundamental para o sucesso de todos, portanto, devem ser a cumplicidade dos alunos em toda a trajetória escolar, principalmente na educação infantil, onde a maioria dos valores são estabelecidos e acolhidos ao longo da vida. Uma vez que, a participação da escola na sistematização dos saberes do sujeito, não tira da família o dever social para com seus filhos. Osório (1996, p.82) apresenta que, “não se deve delegar à escola tarefas que continuam sendo da família. Cabe a esta oferecer a criança e ao adolescente a pauta ética para a vida em sociedade”.

Sob este prisma, a família é a primeira educadora da criança e responsável pelos seus primeiros passos. Szymanzki (2003 p.22) “é na família que a criança encontra os primeiros “outros” e, por meio deles, aprende os modos de existir – seu mundo adquire significado e ela começa a constituir-se como sujeito”. Corroborando com isso, a família não deve apenas criticar a escola, nem ser responsável acreditar que ela é a responsável e pelos fracassos escolares de seus filhos. Mas ser parceira da escola, assim estará contribuindo e complementando o ensino-aprendizagem de seus filhos.

Portanto, é muito importante que as escolas e as famílias atinjam os mesmos objetivos de forma sincronizada e coordenada, forneçam garantias de segurança para o desenvolvimento geral dos alunos e forneçam uma base para se tornarem cidadãos importantes para que tenham a capacidade de enfrentar as consequências da convivência. O conflito e a complexidade gerados pela sociedade. Consistente com isso, esta combinação de família e escola ajuda a estreitar o fosso existente entre escola e família, o que mostra a relevância do papel da escola como ambiente educador e da colaboração da família na vida escolástica dos filhos.

Assim, enfatizar a experiência, os modelos de comportamento e as situações cotidianas causará um aprendizado importante, que afetará a personalidade e o caráter da criança. Em vista disso, é vital entender e compreender os desejos e opiniões dos alunos, atender às suas necessidades, explorar suas qualidades e potenciais e ajudá-los a superá-los nas atividades escolares diárias. Em consonância a isso, Maranhão (2004) alega que aquilo que a:              


[...] família e escola julgavam suficiente no que tange à educação, já não é. O ideal é que pais, professores e comunidade estreitem seus laços e torne a educação um processo coletivo. Mas não cabe aos professores educar os pais. Seu alvo é o aluno, independente da história familiar que carrega e o influencia. (MARANHÃO, 2004, p.89-90)


Portanto, as escolas têm a responsabilidade de criar oportunidades e ambientes para promover a socialização dos alunos do ensino doméstico a partir de reuniões, eventos ou atividades diárias. Porque é nesses momentos que a troca de informações e conhecimentos sobre a sociedade do aluno e a vida escolar é repassada para pais e professores. Ou seja, o papel social da escola vai muito além do ensino. Neste cenário, a comunicação entre a família e a escola é crucial e vital que as famílias possam encontrar links nas escolas que promovam o conhecimento da formação das crianças. É por isso que a comunicação entre família e escola é tão importante, pois só assim irão entender como podem contribuir com a educação dos filhos. Nestas condições, Reis (2007) ressalva que:


Os pais devem tomar consciência de que a escola não é uma entidade estranha, desconhecida e que sua participação ativa nesta é a garantia da boa qualidade da educação escolar. As crianças são filhos e estudantes ao mesmo tempo. Assim, as duas mais importantes instituições da sociedade contemporânea, a família e a escola, devem unir esforços em busca de objetivos comuns. (REIS, 2007, p.06)


Assim, de fato, espera-se que esta parceria entre a família e a escola promova uma mudança no pensamento da comunidade escolar e proporcione uma experiência importante para os alunos e todo o pessoal vinculado, isso faz com que a educação seja vista como responsabilidade coletiva da sociedade, das famílias e das instituições educacionais. Portanto, é necessário compreender que a possível conexão harmoniosa entre família e escola não pode ser subestimada. Dessa forma, o diálogo, aliança, parceria, companheirismo e interação devem se tornar a linha de contato entre escola e família.

Esta parceria não deve ser apenas em uma data determinada, precisa ser frequente e permanecer a mesma todos os dias, demonstrando a família que sua presença e participação na vida escolar de seus filhos são fatores fundamentais para seu sucesso na escola e na sociedade. Pois a família é a principal fonte de referência dos alunos, e a escola surge em sua vida sistematizando e ampliando seus conceitos, espaços e conceitos, sentimentos e conhecimento de mundo. Complementando esse raciocínio, Mittler (2003, p. 237) argumenta que, “nenhuma escola é uma ilha e nenhuma escola pode ter sucesso sem desenvolver redes de parcerias com sua comunidade local, com pais de alunos passados, presentes e futuros, com outras escolas e outras agências”. Desta forma, comprova-se a necessidade de interação dos pais com a escola, pois, como ressalta a autora, “A escola não é uma ilha”, e por não ser uma ilha, não vai caminhar sozinha, precisa do apoio de todos para que melhore o ensino e a aprendizagem. Szymanzki (2003) em seus relatos afirma que:


Uma condição importante nas relações entre família e escola é a criação de um clima de respeito mútuo – favorecendo sentimentos de confiança e competência -, tendo claramente delimitados os âmbitos de atuação de cada uma. [...] A intermediação da comunidade, com a participação de seus representantes, também abre perspectivas de uma parceria, na qual a troca de saberes substitua a imposição e o respeito mútuo possa fazer emergir novos modelos educativos, abertos à contínua mudança. (SZYMANZKI, 2003, p.75)


Sabemos que a construção do conhecimento humano é uma tarefa muito longa e iniciada desde o seu nascimento, principalmente nos primeiros anos de construção do caráter pessoal. A família é o primeiro universo com o qual as crianças entram em contato depois das aulas, então as duas instituições devem estabelecer uma relação de confiança, pois é disso que as crianças precisam para melhorar seu processo de aprendizagem. Para Reis (2007), a escola é um complemento da educação da família, portanto, os pais devem buscar sempre monitorar o desempenho educacional dos filhos. Já Mittler (2003, p.205) diz que é necessário: “[...] inventar modos novos de trazer os professores e os pais para uma relação de trabalho melhor é válida para a própria causa e também beneficia todas as crianças, os pais e professores [...]”. Enfim, a parceria entre família e escola, é essencial na formação escolar do educando, pois, contribui com sua aprendizagem e sua preparação para a vida adulta.


Referencias

LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Lei nº 9394/96. Brasília: Senado, 1998.


MARANHÃO, Magno de Aguiar. Educação brasileira: resgate, universalização e revolução. Brasília, Plano: 2004.


MITTLER, Peter . Educação Inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre, Artmed: 2003.


OSÓRIO, Luiz Carlos. Família Hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.


REIS, Risolene Pereira. Relação família e escola: uma parceria que dá certo. Mundo Jovem: um jornal de ideias. p. 06. Ano XLV –n° 373, 2007.


SZYMANZKI, Heloisa. A relação família/escola: desafios e perspectivas. 1ºreimpressão. Brasília, Plano Editora: 2003.


ZAGURY, Tânia. O professor refém: para pais e professores entenderem por que fracassa a educação no Brasil. Rio de Janeiro, Record: 2006.

   1    Graduada em Pedagogia pela Universidade Paulista-UNIP, Especialista    em: Educação Infantil e Alfabetização, pela AVEC- Associação    várzea-grandense e Ensino e Cultura e Psicopedagoga pela FIC –    Faculdade Integrada de Cuiabá e Auxiliar de Higienização rede de    ensino pública Municipal de Rondonópolis.

   2    Graduada em Pedagogia pela UFMT, Especialista em Psicopedagogia pela    UNIGRAM e professora da rede de ensino pública Municipal de    Rondonópolis.

   3    Graduada em Ciências Biológicas e Pedagogia pela UFMT-Universidade    Federal de Mato Grosso e especialista em Ecoturismo e Educação    Ambiental pela UFLA.

   4    Graduada em Pedagogia pela UFMT, Especialista em Psicopedagogia pela    FIVE e Mestranda em Educação pela UFR.

   5    Graduada em: Pedagogia; Especialista em Psicopedagogia e professora    na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

   6    Graduada em: Pedagogia; Especialista em Psicopedagogia e professora    na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

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