ERVAS MEDICINAIS

Por Gabriel Sodre Maia | 15/06/2011 | Arte

AS ERVAS MEDICINAIS:

A ESSENCIA NA SAÚDE INDIGENA

Recentemente as ciências buscam elucidar sobre as ervas medicinais, como outrora não tivesse existido. No antagônico, os indígenas já tinham o uso dessas ervas e jamais precisavam das medicinas alternativas.
Querer explicar aos indígenas os que são ervas medicinais no mínimo perdem tempo, ou seja, agora as ciências aproveitam à bondade dos conhecimentos milenares desses povos, pois abusam a inocência dos mesmos. Por meio da plantas medicinais cada povo inventava a partir dos seus conhecimentos, o poder da cura dessas ervas. Pois todas elas têm seu poder, e todas curam a partir da doença, isso requer o conhecimento, e o povo indígenas tem os seus especialistas conhecedores de todas as ervas, como o médico ou farmacêutico conhecem o remédio da farmácia. O conhecimento indígena junto com as ervas medicinais tem o poder de curá-la de várias doenças graves, pois recentemente a ciência insiste de explicar essa sabedoria milenar desses povos.
Portanto a cultura indígena, especialmente do alto rio negro-Am, preparam-se seus jovens para eles se especializarem em várias áreas da cultura e uma delas o conhecimento da ervas medicinais, acompanhando de seus pais ou avôs, indicando e explicando cada ervas e suas finalidades para a cura da doença. A ciência indígena não se aprende de noite para o dia, leva tempo e preparo requer muita vontade e competência, pois ele será o futuro responsável da sua sociedade. E os seus semelhantes quando caem na enfermidade busca a ajuda desta pessoa conhecedor das ervas, assim valorizavam o conhecedor e as ervas medicinais. Na outra vertencia do preparo do jovem requer muito mais da disponibilidade do rapaz e a compreensão da família, ele precisa-se de três coisas:
1) Saber ouvir: O jovem na sua imensa bondade é obrigado a se levantar a partir da meia noite todos os dia, para ouvir o relato do Pai ou de um Ancião, até às 4:00 da madrugada, a partir desse horário o jovem segue-se para o banho matinal ou simplesmente para a pesca. Quanta responsabilidade!
2) Meditação: Havia alguns dias para meditação, e o jovem disponibilizava na reminiscência, ele era um acadêmico cultural e tinha o seu teste de conhecimento, tudo era feito dentro dos padrões culturais, onde posteriormente não haja a desculpa de "não ouvi e nem sei". Meditar a partir de meia noite é o horário adequado para esse jovem, longe da preocupação diurnal.
3) Abstinência Sexual: Um dos fatores mais essencial para a formação de um jovem indígena. No âmbito da preparação o candidato jamais pode e deve se usufruir da relação sexual, caso contrário ele torna-se pessoa inadequado para tais fins. Apos a preparação final, o jovem de livre espontânea vontade tem o direito de escolher a sua futura esposa. Pois já se encontra disponível, competente e maduro, para assumir a sua responsabilidade de exercer no âmbito da sociedade indígena.
Dependendo de cada etnia isso leva 5 ou 6 anos, e tem seu inicio a partir de 10 anos, para que não haja o imprevisto, isso mostra a sua maturidade e sabedoria.
O povo indígena esta sempre em sintonia com a natureza.


Texto: Gabriel Sodre Maia ? (Akito, indígena tukano) da 1ª linhagem dos líderes indígenas e é Acadêmico da Pedagogia Intercultural pela Universidade do Estado do Amazonas-UEA