Erro: o que faço com ele?
Por Anissis Moura Ramos | 02/05/2018 | PsicologiaLidar com os nossos erros é algo muito difícil, principalmente quando nosso ego é mais inflado, quando somos mais onipotentes. Ficamos frustrados, decepcionados, gastamos várias horas dos dias pensando como fomos errar, sofrendo por isso, no entanto, sabe-se que errar faz parte da vida do humano.
É comum vermos pessoas que, ao errarem ficam presas ao sentimento de culpa, não conseguindo reagir, como se isso pudesse corrigir o erro. Não se dão conta ou não sabem que a culpa é algo que nos paralisa e não nos permite reagir, inclusive bloqueia a nossa capacidade de pensar. Diferente da responsabilidade, que nos move e nos permite refletir sobre o nosso erro.
Erro não significa incompetência, incapacidade, falta de habilidade, mas mostra que podemos falhar enquanto humanos, mesmo quando temos o conhecimento. O erro terá o peso que dermos a ele, se tivermos humildade para ver que precisamos aprender algo através dele, provavelmente, terá um peso menor.
Infelizmente, a nossa tendência é ficar apegados aos aspectos negativos, muitas vezes, preocupados com o que os outros vão pensar a nosso respeito e isso mostra o quão narcisista somos, pois quem disse que os outros estão pensando e se preocupando com o nosso erro? Não percebemos que o nosso lado narcísico, a nossa vaidade só nos leva ao sofrimento e que isso já é um erro.
Errar é compreendido por muitos como a impossibilidade de continuar algo, isso ocorre porque o erro aciona a crença que a pessoa tem de não ser capaz. As crenças se formam através de informações que nos foram passadas, por meio de falas ou comportamentos, nos primórdios de nossa vida. É comum vermos pais traçarem comparações entre os filhos, esquecendo que são pessoas diferentes. Também, vemos pais ou familiares dizerem que a criança não faz nada certo, que tem dificuldades, etc. Isso faz com que o indivíduo se perceba como incapaz ou incompetente, consequentemente, ao errar, esses sentimentos afloram e faz com que não queira dar continuidade aos seus propósitos. Afinal, o erro confirmou o que escutou durante o seu desenvolvimento.
Olhar e compreender o erro como uma oportunidade de crescimento, de rever a forma como estamos conduzindo as coisas em nossa vida, aceitarmos que não dominamos tudo e que o erro faz parte da vida do humano, não só alivia o nosso sofrimento, mas proporciona o nosso crescimento enquanto ser. Agora, para que isso aconteça, faz-se necessário que estejamos abertos a mudanças, a aprender com os nossos erros e sermos humildes para aceitarmos que mesmo detendo conhecimentos, podemos falhar.
Errar, todo mundo erra! O que cada um faz frente ao seu erro é uma decisão pessoal. Pode-se aprender com ele ou sofrer por ele, a escolha é livre!