ERÊS, A LINHA DAS CRIANÇAS E A EVOLUÇÃO DOS SERES ENCANTADOS.

Por Pablo Araujo de Carvalho | 03/09/2015 | Religião

A linha das crianças dentro da Umbanda é uma das principais linhas de trabalhos, é uma das vigas mestras da religião, pois desde o inicio da religião juntamente com as linhas de caboclos e pretos-velhos já se faziam presentes e realizavam excelentes trabalhos de curas e aconselhamen- to, tudo de uma forma pura e singela que é a forma característica desses seres infantis. Essa é uma linha espiritual que desde sua primeira manifestação deixara alguns pontos de interrogação, tais como: de onde vêm esses espíritos infantis? Como e quando desencarnaram? O desencarne ainda se deu em tenra idade? E muitas outras perguntas que intrigavam e ainda intrigam as mentes dos médiuns que os manifestam. Pois bem, aprendemos que esses espíritos infantis, não são espíritos humanos de crianças que tiveram uma passagem na carne e que desencarnaram em tenra idade, e sim que são espíritos infantis que segue uma evolução em uma realidade paralela a nossa e que são regidas por outros princípios. Nessa dimensão paralela esses espíritos ao serem gerados por Deus, passam a ser adota- dos por um par de Orixás que serão seus tutores até que criem maturidade e passem para outro estagio evolutivo já maduros e adultos, sendo uma réplica do seu orixá tutelar. Aprendemos que cada Erê tem a regência do seu pai e mãe orixá, uns são filhos de Iansã e ogum, outros de Oxossi e oxum, outros de Oxalá e Yemanja, etc. Perguntamos: Erê qual é o seu nome, a tio meu nome é Pedrinho da praia, meu papai é Xangô e minha mamãe é Yemanja. Esse ser infantil ou Erê quando se tornar maduro e passar para outro estagio evolutivo já como um espírito adulto ele será um Xangô intermediador ligado aos mistérios da vida que é o cam- po de Yemanja. Esses seres infantis não são eternas crianças e sim têm o seu estagio evolutivo deixando de ser crianças e passando a ser um jovem já em outro estagio e plano natural evoluti- vo. Pois daí em diante desdobrara toda a natureza que herdou de seu pai e mãe como qualida- des que os distinguiram. Sendo assim o nosso pai Orixá Ogum pessoal que nós incorporamos nas giras de Umbanda, assim como todos os nossos Orixás pessoais, não foram gerados por Olorum (Deus) como orixás já maduros e completos, esses mesmos orixás pessoais que incorporamos hoje já foram os Erês de ontem, embora ate chegarem a esse estagio atual tenha se passado milhares de anos, pois a evolução deles se processa de forma mais natural e menos acelerada que a nossa humana. Agora os Orixás Maiores, esses sim foram gerados por Deus plenos em si, pois são quali- dades Dele que se individualizaram, sendo assim O Pai Ogum Maior, foi gerado por Olorum (Deus) como o manifestador de sua qualidade ordenadora, portanto já fora exteriorizado como uma Divin- dade-Mistério plena em si mesmo, Assim como tosos os outros Orixás Maiores. Voltando a linha dos Erês, este estagio encantado da vida onde a evolução destes espíritos infantis se processa, eles são regidos por dois pares de Divindades-Mistério que são Orixás Maiores e que regem o mistério da renovação e o da concepção da vida no qual na Umban- da os denominamos de Orixá Maior Oxumarê e Orixá Maior Oxum. Esses orixás são os orixás pa- tronos e regente de todos os estágios infantis, pois criança é sinônimo de renovação e concepção. Já como polos opostos complementares dessa mesma linha, temos dois pares de Divin- dades-Mistério que são Orixás Maiores e que regem o mistério da estabilidade e da maturidade e senilidade na vida, no qual na Umbanda os denominamos de Orixá Maior Omolu e Orixá Maior Nanã Buruque, orixás responsáveis por este estagio da evolução que é simbolizado pelo mistério ancião, e um dos espíritos manifestadores desse mistério são os pretos-velhos. Sendo assim temos dois polos opostos de uma mesma linha que se complementam, pois um esta na renovação e concepção e outro esta na estabilidade e maturidade, um rege a criança imatura em tenra idade e outro rege o velho, sábio e maduro no tempo. Velho este que já foi criança e que se renova em seus netos ainda dando os seus primeiros passos na vida. Neto esses que luta para evoluir e acompanhar os passos de seus pais e avós. Assim é a linha das crianças que amadurecerão em seus pais e avós e assim e a linha dos pretos-velhos que se renovarão em seus netos, assim e a linha da evolução, assim é a linha da Umbanda Sagrada. Saravá Umbanda