Era dos Extremos.

Por Edjar Dias de Vasconcelos | 10/03/2013 | História

 

 

Era dos Extremos.

Como devemos entender o século que passou um breve século, anos que vão da primeira guerra mundial ao colapso da URSS, o que poderá ser entendido retrospectivamente nesse momento da história do mundo.

Quando o comunismo tinha tudo para prevalecer na história inclusive ajudou a salvar o liberalismo após vencer o exército alemão, uma realização exuberante do exercito vermelho, o que não estava premeditado, mas as estratégias foram mudadas pelos nazistas.

O século passado foi encerrado é necessário ser entendido, é o propósito do livro do grande historiador e pensador Eric Hobsbawm: Era dos Extremos. Não sabemos o que virá, mas tudo que acontecer no próximo século de certa forma estará relacionado com o século que passou.

A História de certo modo tem continuidade, um tempo histórico não poderá ser separado por outro como continuidade, o que aconteceu no século XX, será sempre fundamental para entender o século vindouro. Nada deixa de ser o que era, num piscar de olhos, motivo da necessidade permanente, fundamento e princípio defendido pela Filosofia de Hegel.

Não tem como duvidar que no final do século passado terminou-se uma era, um novo tempo histórico iniciou, com a queda do muro de Berlim, nova redefinição da sociedade capitalista, o mundo caminha na perspectiva de um mesmo lineamento político e econômico o neo- liberalismo.

A anterioridade foi um momento de catástrofe, estendeu dos anos 1914 e foi basicamente até aos anos 1940, depois da segunda grande guerra mundial, seguiram após, alguns anos de pleno desenvolvimento econômico de tal modo que levou a falência da sociedade socialista.

O modelo soviético extinguiu-se porque não pode dentro da sua própria lógica desenvolver com as contradições da exploração do capitalismo.

Uma sociedade não cresce nela mesma sem  mecanismo de exploração interna e externa, ao que se propunha ao propósito da justiça, não realizada pela contradição da sua evolução.

Aconteceu, portanto, uma grande transformação social, os anos que vieram mudaram profundamente a sociedade de tal modo que ninguém antes poderia ter imaginado a sociedade humana num período tão breve incomparável historicamente.

Na perspectiva do liberalismo econômico ao que se refere ao modelo contrário à proposição do leste europeu. O muro desmanchava-se em farinha o cimento já não segurava as mais diferenças sociais em comparação, por exemplo, as duas Alemanhas uma pobre outra rica, tudo segundo a ideologia por uma questão de política de Estado.

Quanto ao neoliberalismo contraditoriamente podemos entender esse período como uma época de ouro, desse modo foi até durante esse tempo de desenvolvimento, mas na ultima parte do século, o mesmo não foi bom para uma parte significativa do mundo, particularmente para URSS e consequentemente para o leste europeu sem referir terras distantes do centro do capitalismo.

A decomposição de parte do mundo, sobretudo, do mundo socialista, incerteza e crise, a falta de perspectiva para o velho modelo soviético, ao que sobrou ao resto da Europa que não escolheu o capitalismo, crise e catástrofe.

Ideologicamente não existia outro caminho, a crise acelerava, a pobreza avançava a falência não apenas da sociedade produtiva, mas também do próprio Estado.

Enquanto a outra parte da sociedade riqueza e bem estar social, o mundo socialista estava definitivamente desabando, era necessário urgentemente fazer as reformas, não poderia ser na perspectiva do mesmo modelo.

O século em referência passou por esse período de desenvolvimento, no entanto, entrou numa era desconhecida, mas não necessariamente conturbada, isso não significa a plena certeza, porque não sabemos qual o verdadeiro rumo da história, mas entendemos que os anos vindouros levaram a uma contra revolução a queda do muro europeu.

Não é necessário recordar de teorias metafísicas, daqueles que defendem o final da história, porque isso não será possível, pelo menos enquanto existir espécie humana.

 A  História continua viva, as ideologias deixaram de existir, e hoje apesar do mais rápido desenvolvimento pós-guerra a humanidade não se sente segura na sua principal ideologia o neoliberalismo.

As décadas que vão da primeira guerra mundial a segunda, um tempo sem nenhuma perspectiva de desenvolvimento social e econômico, durante esses anos mais de quarenta anos foi de calamidades e calamidades.

Nenhum homem razoavelmente inteligente apostaria que o capitalismo iria sobreviver na Europa, a ponto de produzir a grande revolução socialista ao que veio a desfalecer posteriormente.

Até mesmo os Estados Unidos salvo da guerra parecia próximo ao colapso, à economia do mundo perdia definitivamente qualquer perspectiva, as instituições liberais não tinham mais nenhuma funcionalidade, a Europa completamente destruída.

A esperança Americana apostava numa possível loucura o enfrentamento do exército vermelho com as tropas de Hitler, se não fosse exatamente o fato, até os americanos entrariam completamente na falência, para sorte dos neoliberais os soviéticos venceram.

O que é duro para os comunistas, quando eles eram comunistas, porque hoje são todos neoliberais, foi ter a consciência que o comunismo salvou o capitalismo, os comunistas salvaram exatamente com medo de uma teoria que não era exatamente capitalista defendida pelo movimento nazista alemão, mas a pior das contradições ao recuperar o capitalismo os comunistas tiveram também que serem neoliberais.

O liberalismo desapareceu definitivamente entre os anos 1917 e 1942. Restaram tão somente os Estados Unidos e a Austrália, enquanto avançam pelo resto do mundo, particularmente a Europa a ideologia fascista, movimentos e regimes autoritários sobre as ruínas do desenvolvimento econômico.

A democracia só se salvou por um movimento inesperado, por um fato não previsto pela história, aconteceu uma aliança incomum entre o capitalismo liberal e o comunismo, basicamente, a vitória sobre Alemanha foi sem dúvida obra do exercito vermelho, significa que o capitalismo foi salvo pelo comunismo e ao ser salvo assassinou seu benfeitor.

Mas na verdade essa aliança capitalista comunista que ajudou a Europa e aos Estados Unidos vencerem a ideologia política fascista, sobretudo, na década de 1930 a 1940, é de fato o aspecto terrível do momento da realização da História política. A derrota dos regimes totalitários.

Mas se não fosse esse movimento, o mundo com certeza seria outro, o liberalismo não teria prevalecido na História pós-pensamento político econômico. O capitalismo foi eventualmente salvo pelo exercito vermelho.

É o grande paradoxo histórico nas relações entre capitalismo e comunismo que na maior parte do tempo, com exceção do breve período, na maior parte do século desenvolveram posições irreconciliáveis.

A vitória soviética sobre Hitler foi uma benção para sociedade capitalista aquele momento perdido sem rumo histórico, foi a recuperação da história, do caminho da política da redefinição da ideologia e do Estado, mas o grande benfeitor teve que sumir do mapa econômico.

Na verdade o nazismo foi derrotado pela luta desencadeada por forças militares ligadas ao comunismo, a grande revolução de outubro, se não fosse o desempenho soviético, a Alemanha não perderia a guerra, com efeito, talvez a História do mundo com certeza seria outra.

Não teria posteriormente sobrevido à economia capitalista, se os Estados unidos tivessem enfrentado os nazistas, a URSS teria novo cenário na história da política, o comunismo seria imposto ao mundo.

Hitler era inteligente, para ganhar o campeonato teriam que vencer as duas últimas partidas, era tudo ou nada, os soviéticos apostavam que Hitler iria escolher jogar o primeiro jogo com a seleção americana, quando contrariamente, mudou por estratégia as regras e enfrentou o exército vermelho que deu ao exército alemão um banho de sangue.

A guerra teria que ser reiniciada, entre os dois finalistas, resolveram ambos ficar com a taça, dividiu o mundo por zona de influência os americanos endureceram financiaram golpes de Estados pelo mundo inteiro, sobretudo em países da sua estratégia de desenvolvimento capitalista entre eles o Brasil.

O conflito da segunda guerra foi transferido para o terceiro mundo até libertar definitivamente das ideologias socialistas o que aconteceu definitivamente com a queda do muro de Berlim.

Fecharam as cortinas acabou se o espetáculo, a escuridão tomou-se novo destino, ainda antes do publico deixar o teatro uma nova crise iniciou, com o mecanismo de desaceleração do modelo produtivo fundamentado no neoliberalismo, mas tudo que vier acontecer agora, não será mais no breve século, mas no novo e exuberante século XXI.

Edjar Dias de Vasconcelos.