ENSINO SUPERIOR: A Pesquisa como ferramenta pedagógica.

Por MICHELINE RODRIGUES OLEGIN | 08/08/2011 | Educação

UNIC ? UNIVERSIDADE DE CUIABÁ

ENSINO SUPERIOR: A PESQUISA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA.
¹ Micheline Rodrigues Olegini
² Cilene Maria Lima Antunes Maciel

RESUMO
O ensino superior é hoje fator essencial para a qualificação profissional,sem dúvida é um dos pilares para o desenvolvimento de qualquer país.O presente artigo cujo o tema é "Ensino Superior: A pesquisa como ferramenta pedagógica", tem por finalidade abordar as questões que permeiam a pesquisa como prática educativa e a importânica do profissional da educação estar habilitado a usá-la. É a ferramenta da reconstrução da prática pedagógica de modo a condicionar nossos futuros profissionais a usufruir da pesquisa cinetífica para um melhor resultado em suas vidas profissional e humana.

PALAVRAS-CHAVES: Ensino superior, pesquisa, ferramenta,reconstrução.


ABSTRACT
HIGHER EDUCATION: RESEARCH AS A PEDAGOGIC TOOL.
¹ Micheline Rodrigues Olegini
²Cilene Maria Lima Antunes Maciel
Nowadays higher education is essential for professional qualification; undoubtedly it is a very important part for any country development. This article which the theme is "Higher education: Research as a pedagogic tool" aims at boarding this frequent questions involving the practice of research that is both an educative and important tool that the professional must be prepared to use. It is the tool of practical pedagogic reconstruction in a way that our future professionals may have the scientific research on their side for a better result in their lifes, both professional and human
Key words: Higher education, research, tool, reconstruction


1 INTRODUÇÃO
Quando falamos em ensino superior logo imaginamos salas de aulas repletas de alunos e todos com muita expectativa do que verão nos próximos anos, ansiosos para que seus professores detenham todo conhecimento e os transmitam para que saiam profissionais aptos para o mercado de trabalho. Este artigo fala sobre a necessidade de formarmos profissionais não só com conhecimentos tecnicistas, mas bagagem teórica embasada no compromisso com a formação de cidadãos, profissionais com responsabilidade social, senso crítico, pensadores, formadores de opinião, agentes de transformação de uma sociedade mais justa igualitária.
E para isso, vamos buscar através de pesquisa bibliográfica, com uma abordagem qualitativa,o entendermos com profundidade um fenômmenô específico, ou seja, a pesquisa científica como ferramenta pedagógica. Torna-se necessário abordar também que o profissional da educação saiba trabalhar a ferramenta de modo a não transferir a aula para o aluno, mas sim, mostrar a importância e da pesquisa na vida acadêmica e profissional dos mesmos.
















2. CONCEITUANDO A PESQUISA

Marconi e Lakatos define que a pesquisa pode se considerada um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. É a utilização de um método científico para responder a determinadas questões, é um procedimento de reflexão que permite descobrir novos fatos, dados, espécies, em qualquer área do conhecimento.
A pesquisa conceituada de uma forma simples é a busca de respostas propostas, a busca do novo, da mudança, do prazer pela descoberta, importa saber que seja qual for o nível de pesquisa bem como seu método de abordagem, todas elas tem que se pautar num criterioso método de investigação planejado e redigido dentro das normas pré estabelecidas pela ciência aplicada.
Demo (2007,p.86 e 87) considera critério da pesqisa o questionamento reconstrutivo,por conter, no espírito, o que é comum a todo processo educativo escolar e universitário, e, ao mesmo, permitir sua realização própria em ambiente acadêmico, incluindo elaborações mais avançadas e mesmo sofisticadas.
Seja com finalidade básica para simples satisfação de adquirir conhecimento ou a pesquisa aplicada voltada para solução de problemas concretos e, sendo a pesquisa uma oportunidade de compreensão de multiplos saberes, dos multiplos textos e contextos, das multiplas realidades e dos multiplos atores. Entendo que esta ferramenta é parte fundamental para a construção de novos saberes e recontrução das práticas pedagógicas pois a partir do momento que o mundo reconhece que o conhecimento é um capital intelectual, o professore, agentes de tranformação, precisa também reconhecê-lo e usá-lo em nossas universidades e utilizando a pesquisa científica como parte desse processo do novo saber, de uma nova metodologia para a formação de acedêmicos comprometidos com a seriedade e realidade dos estudos, tornando o mundo inteligível mediante interpretações ordenadas por meio da subordinação mútua entre enunciados em que se assenta o conhecimento científico. (TEIXEIRA, 2005:91)











3. A PESQUISA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA
São muitas as disciplinas em que a aula expositiva é necessária, muitas vezes tornando-se difícil o uso de outras ferramentas pedagógicas para uma melhor fundamentação. Mas cabe ao professor a criatividade e conhecimento de causa para inserir uma das melhores ferramentas, a pesquisa.
Essa ferramenta permite a interação do aluno, transformando ele em um aluno ativo, participativo. Ela permite o estreitamento da relação professor-aluno, aluno-livro, aluno com o meioa cadêmico e até mesmo com a sociedade. Um dos segmentos de pesquisa é a de campo, e desse modo permitimos ao aluno a interação com a prática, a realidade e posteriormente de posse de vários dados, transformam a sala de aula em campo de debate, oficinas, seminários, workshops,etc.
As hipóteses para uma pesquisa colocadas em salas de aula traçam um norte a ser seguido pelo aluno, pois, para se pesquisar, precisamos do problema e, a partir das leituras essenciais préviamente sugeridas pelo professor esse aluno começa a agregar novos conhecimentos, acumular mais perguntas, pois as dúvidas e opiniões surgirão. Entã está formado mais um plano de aulas para várias outras aulas, é extremamente enrriquecedora a ferramenta "pesquisa". É como eu digo, o que pra muitos professores é impossível adotar o lúdico numa aula de nível superior, para mim, com a ferramenta pesquisa torna-se possível sim, e mais, proporcionam aulas prazerosas e criativas.Pois a criatividade também é resultado do processo de pesquisa pois permiti ao aluno que exponha suas descobertas.
"Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, contatando intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade (FREIRE, 1996, p.29)".
Podemos ver que o uso dessa ferramenta pedagógica desenvolve o senso crítico, a parceria, trabalho em equipe, curiosidade, criatividade, comunicação, interação e ética, sim, porque como diz Paulo freire temos que formar nossos alunos profissionais éticos mas, a "ética que diz não é a ética menor, restrita do mercado, que se curva obediente aos interesses do lucro", é a ética com responsabilidade social, e acima de tudo, ética com compromisso de respeitar a si mesmo antes de qualquer valor comercial. E para apoiar essa ideologia, Edgar Morin comenta que,"Necessitamos civilizar nossas teorias, ou seja, desenvolver nova geração de teorias abertas, racionais, críticas, reflexivas, autocriticas, aptas a se auto reformar.
Falando de outro ponto importantissímo que a pesquisa trabalha é a critividade, essa que nas palavras de José Predebon é uma característica de nossa espécie, e não um dom especial,basta praticá-la para melhor fazê-la. A partir do momento que motivamos o aluno a pesquisar, fazer interpretação dos através de estudos de caso,sabendo aproveitar e explorar ao máximo suas interpretações, permitimos que ele deixe de simplismente copiar , reproduzir, para interpretar com autonomia seu segundo passo será saber fazer, saber refazer. Pedro Demos afirma que, na primeira condição o de copiar, reproduzir, o aluno é simplismente objeto de ensino, já na segunda condição passamos a construir um sujeito com propostas próprias com tom próprio e marca pessoal, e ele completa dizendo, o aluno ao interpretar com propriedade a informação, para relacioná-la com a vida concreta saberá usa-la como insumo alternativo; elaborará a partir da informação, posicionamentos alternativos para que passe da posição de "informado" à de informante, informativo, informador.
Então vamos, vamos reconstruir nossas aulas, transformar nossas universidades tradicionalistas em berços de grandes pesquisadores, ouvintes participantes ativos de uma sociedade que se complementa. E mais uma vez usando as palavras de Pedro Demo sobre a "reconstrução do conhecimento, como maneira própria escolar da educação, transformando o aprender entendido como ser ensinado, treinado o aprender a aprender", certamente estaremos dando um rumo novo ao didática do ensino superior. O fato de nós, professores, sermos agentes de transformação nos intíma a firmar compromisso com a sociedade acadêmica por uma formação de nível superior melhor a cada ano, já que conhecimento é dinâmico e mutável.






















4. O PROFESSOR COMO AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO
Falar da pesquisa como ferramenta pedagógica no ensino superior, há também de se falar do professor, esse que tem nas mãos o conhecimento e a tarefa de colaborar com a formação do acadêmico. Muitas são as profissões que exigem constantemente a reciclagem, mudanças de paradigmas, quantas profissões tem que mudar o formato, a maneira de trabalhar para atender a demanda ou mudança de mercado. Então, porque muitos professores linha dura, dizem, eu sou assim, minha linha de trabalho é essa e ponto, pobres alunos universitários, no ínico, ávidos por novos conhecimentos, depois, decepção com a ditadura dos docentes. É possível a todo momento encontrarmos alunos decepcionados com aulas nas faculdades, dizem que o professor não tem compromisso em conquistá-los, fazê-los gostar do que estão ouvindo, fazê-los entender o real motivo de se estudar aquela materia, cabe a esse professor buscar aperfeiçoamento, qualificação.
De nada serve, a não ser para irritar o educando e desmoralizar o discurso hipócrita do educador, falar em democracia e liberdade mas impor ao educando a vontade arrogante do mestre (FREIRE,1996 pg.62).
Antes concluiamos que o professor detentor do conhecimento, como profissional pronto e acabado não precisava mais de uma formação continuada, hoje porém, ja entendemos que essa mesma formação continuada é puro e simplismente o compromisso de um desenvolvimento profissional para ser agente transformador e multiplicador das teorias, de modo que o aluno possa e sinta-se capaz de contribuir para o seu próprio conhecimento, sim, vejam só, Paulo Freire afirma que o de que se precisa é um sua formação permanente, o professor se perceba e se assuma, porque professor, como pesquisador. Ora, o aluno livre da ditadura do professor tem a chance de interagir, tirar suas conclusões, realizar grandes debates em cima de uma teoria onde o professor e o aluno ganham , pois o aluno ouve um agente que tem no mínimo mais experiência de causa do que ele e com isso agrega novos conhecimentos e valores, o professor precisa compreender que o aluno ao expor suas indagações, muitas vezes contrarias a do próprio professor, nesse momento que pode-se possibilitar a espoxição grande idéia, transformando-a em tese, ou podemos como professor ditador dono da verdade, tolher qualquer iniciativa de um possível profissional pesuisador. Essa é a beleza da pesquisa, o quanto ela mexe com os alunos, o professor, a metodologia em geral. A obrigação que um professor de nivel superior te, em formar profissionais reflexivos, instigadores, fomentadores de novos conhecimentos, é o que torna essa profissão uma das mais lindas do mundo.
Fazemos então um convite ao professor universitário, um convite a mudança, um convite a conhecer essa ferramenta pedagógica, ferramenta transformadora pois pode tornar uma aula de nível superior em uma aula lúdica que muitos profissionais da educação acreditam ser impossível e muitos ainda, defendem que não cabe a ludicidade nas universidades, esqueceram-se que a critividade só ocorre onde a liberdade de expressão, de ação e de movimentos. Marcelo Galvão em seu livro Criativa Mente, faz um trocadilho com a palavra criatividade "Mente Criativa,Cria ativamente;Criar ativa a mente; Criativamente e CRIATIVA MENTE", ora, não poderia haver definição melhor para o uso da pesquisa como ferramenta pedagógica do que esses trocadilhos. Vamos lembrar de como era na infância onde perguntavamos tudo, e depois, reconstruimos as respostas no nosso mundo infantil, Hoje, temos a obrigação de continuarmos perguntando tudo para que não cesse a nossa ânsia de saber, e se não soubermos, vamos pesquisar.
O papel do professor é lançar a dúvida, mas também é papel dele ajudar o aluno a chegar num concenso plausivel, não absurdo, passivel de ser seguido adiante, não me espanta a dificuldade que os acadêmicos tem de fazer um resumo, TCC, monografia, pois ao longo de seu curso foi tolhida a oportunidade de expressão, de expor suas opiniões ainda que absurdas, mas cabe ao professor justamente trabalhar essa idéia a fim de moldá-la a ponto de ser aproveitada, e pronto, formamos aí um excelente profissional capaz de pesquisar, expor, discutir e defender suas idéias.
Demo (2007, pg.86) diz que o "Curriculo intensivo representa a tradução curricular da educação pela pesquisa, fazendo, pois, da pesquisa como princípio científico e educativo o cerne da questão", diz respeito a importância da formação do idividuo com competência humana, equilibrada, pautada na eficiência do estudo sistematizado de modo a contribuir para a formação do conhecimento, dentro dos pricípios científicos necessários para a categoria de profissionais da pesquisa.























CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos que a pesquisa como ferramenta pedagógica trabalha vários aspectos do estudante universitário, O fato de ao longo dos níveis de ensinos fundamental,básico e médio onde não foi permitido ou não foi usado de maneira correta essa ferramenta, temos estudantes universitários com grande difículdade de diálogo, escrita, percepção crítica, e sem sede de conhecimento, muitos entram na universidade pensando que terão tudo a mão, e quando descobrem que terão que correr atrás do conhecimento, muitos desistem, trocam de curso, criticam o professor dizendo que estão enrolando a aula. É aí que entra a figura do professor como agente de mudança, claro, daquele que tem compromisso com a docência, esse terá que reconstruir esse aluno preparando-o para o universo da ciência e pesquisa.
Nossa proposta de reconstrução no ensino superior através da ferramenta pedagógica, a pesquisa, é para que gerações futuras possam deixar de serem imitadores, que copiam, reproduzem e fazem provas para passar a serem curiosos, indagadores, formadores de opinião, participantes ativos em sua própria formação.
que os conhecimentos descobertos e construídos com base em fatos levantados por procedimentos de pesquisa e idéias avançadas são apresentados em trabalhos que demonstram o desenvolvimento do raciocínio lógico e sua Concluo que os conhecimentos descobertos e construídos com base em fatos levantados por procedimentos de pesquisa e idéias avançadas são apresentados em trabalhos que demonstram o desenvolvimento do raciocínio lógico e sua fundamentação, viabilizando transações e negociações essenciais do capital intelectual, para esta e para futuras geraçõesfundamentação, viabilizando transações e negociações essenciais do capital intelectual, para esta e para futuras gerações.
















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