Ensino Médio: para a vida? Para o mundo do trabalho? Ou para o jovem?
Por Iza Aparecida Saliés | 27/12/2009 | EducaçãoEnsino Médio: para a vida? Para o mundo do trabalho? Ou para o jovem?
A Lei de Diretrizes E Bases da Educação Nacional – LDB estabelece a organização do ensino em dois níveis Educação Básica e Ensino Superior. A Educação Básica, com 3 etapas de ensino, Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.
O Ensino Médio, última etapa da Educação Básica, tem como finalidade aprofundar os conhecimentos do ensino fundamental e preparar o estudante para a vida e para o mundo do trabalho. Esta etapa de ensino ainda não está consolidada como um espaço tempo escolar próprio para eles, então, faz-se necessário que o Estado invista mais na estrutura básica necessária para ofertar aos alunos da rede pública de ensino o que eles não possuem em casa para complementar os estudos.
A escola para jovem precisa ter um espaço com possibilidades de oferecer ampla diversidade de atividades escolares, sociais e recreativas. Segundo Gimeno a escola deve proporcionar ao jovem todo apoio para que ele possa superar suas necessidades advindas das suas condições sociais e econômicas que interferem no processo ensino aprendizagem deles.
Só para citar um exemplo, se o jovem não possui um computador em casa, e o trabalho do professor é uma pesquisa, como esse aluno vai fazer esse trabalho?
Então a escola precisa estar aberta para acolher esse jovem carente de aporte tecnológico necessário que os professores utilizam como ferramenta para contribui com a compreensão dos conhecimentos científicos úteis para contextualizar o mundo, facilitando o entendimento dos conteúdos disciplinares da escola.
As especificidades e necessidades desses jovens são pontos fundamentais para o sistema de ensino começar a pensar novas formas, alternativas e metodologias de ensino, que possam de fato transformar o Ensino Médio em um ensino que promova a formação humanística e integral, com disciplinas e conteúdos interessantes, investigativas, provocantes e próprias para a linguagem dessa geração.
Sei que não é fácil para o professor mudar sua prática pedagógica aprendida na universidade e sedimentada na sala de aula, não é confortável rever todos os procedimentos didáticos e metodológicos de antanho e ter que reconstruir rapidamente, tudo para atender exigências do mundo em que vivemos fazendo com que a sociedade cobre novos comportamentos, conhecimentos e habilidades que vão requere um outro modo de ensinar e aprender da escola.
Como sabemos, as necessidades contemporâneas são referenciais que norteiam a trajetória social de nossos jovens, e como a escola é o espaço onde essa construção é preparada, então, não podemos deixar o ensino que eles precisam sendo praticado ainda nas antigas aulas expositivas do professor ou de leitura do Livro Didático.
Parece que não, mais ainda temos professores utilizando dessa prática ou só essa, não quero dizer que essas metodologias não devem ser utilizadas, só que, hoje temos um universo de possibilidades, alternativas de inovações pedagógicas que podemos usar para tornar o assunto da aula mais significativo.
Penso que o Ensino Médio merece estudos mais profundos quanto ao seu currículo de ensino, quanto à atuação docente, assim sendo, faz-se necessário atitudes mais contundentes por parte do Estado, vejo que ao incentivar a implementação do Projeto Político Pedagógico da Escola de modo que a escola entenda que o projeto é um processo que precisa ser construído pela via da discussão coletiva do currículo de ensino de forma participativa, e a relação dialógica pode ser o norte da sua elaboração e que as ações planejadas sejam factíveis, assim sendo, podemos rever a escola que temos para termos a escola que precisamos.
O Ensino Médio que estamos oferecendo não está ainda na sua plenitude, os índices mostram que há problemas estruturais que apontam a urgente necessidade de mexer nas entranhas da escola para promover um ensino mais significativo onde os conceitos estudados na escola própria sirvam para a vida eles, ou seja, que apresente um currículo de ensino que estejam articulados com a vida com o mundo do trabalho, com o trabalho além de abordar os clássicos conteúdos da formação geral.