Ensino de Fenómenos Térmicos com Recurso a Modelos de Fontes Renováveis de Energias Reconstruído a Partir de Materiais de Fácil acesso

MACEDO TOMÁS FAUSTINO – Mestrado em Educação e Ensino de Física- Universidade Pedagógica de Moçambique (Faculdade de ciências Naturais e Matemática). mafausti@yahoo.com.br, celular: +258-842216935

Resumo 

Este trabalho procurou analisar as potencialidades dos modelos de fontes renováveis de energia, reconstruídos a partir de materiais de fácil acesso, para o ensino de fenómenos térmicos, sobretudo na construção dos conhecimentos e aquisição de competências por parte dos alunos. Para o efeito foram realizadas entrevistas semi-estruturada no distrito de Nhamatanda, em três escolas secundárias, nomeadamente Escola Secundária de Tica, Escola Secundária de Metuchira e Escola Secundária Geral de Nhamatanda. Para cada escola, foram entrevistadas 3 professores de Física. Também foram feitas observações de 24 aulas de Física e foi aplicado um inquérito a 50 alunos. Os resultados mostraram que a maioria dos professores de Física das Escolas Secundárias de Nhamatanda não usam modelos de fontes renováveis de energia e outros modelos experimentais para o ensino dos fenómenos térmicos e grandezas termodinâmicas. Este facto é associado a carga horária reduzida, superlotação dos alunos e inexistência de aulas laboratoriais no ensino secundário. A aplicação dos modelos de fontes renováveis de energias no ensino dos fenómenos térmicos proporcionaram um alto nível de motivação dos alunos na aprendizagem, contribuiu na superação das dificuldades dos alunos na interpretação dos fenómenos térmicos e proporcionou o construtivismo durante o Processo de Ensino e Aprendizagem. Palavras-chave: Dificuldades, Energias renováveis, Ensino, Fenómenos térmicos e Modelos.

Introdução

A Física é uma área de saber que contribui para impulsionar o desenvolvimento tecnológico e sócio - económico do país. Esta área, também permite ao cidadão tomar decisões em relação a assuntos de carácter internacional, tais como a protecção do meio ambiente, a problemática do lixo tóxico, fontes de energias renováveis, transferência de energias sustentáveis, água entre outros. O conhecimento das leis e dos fenómenos físicos constitui um complemento indispensável à educação e formação cultural do Homem, não só em virtude do grande desenvolvimento tecnológico do mundo actual, como também porque o mundo da Física faz parte do nosso dia-a-dia. Não é de hoje que o ensino da Física, assim como a educação em geral, apresentam muitas dificuldades (Araújo e Abib, 2003). A Física por ser uma disciplina que lida com conteúdos que apresentam grande abstracção teórica, muitos alunos apresentam dificuldades para compreendê-la, e devido a isso se mostram muito desinteressados pelas aulas. A realidade vivenciada no ensino secundário, é de tal forma que a aprendizagem da Física, vem sendo concebida pelos alunos como uma disciplina de difícil compreensão e com uma vasta gama de fórmulas para ser memorizada. Os exemplos aplicados na sala de aula encontram-se totalmente distanciados com a realidade dos alunos, consequentemente há ocorrência de falta de motivação dos alunos na aprendizagem desta disciplina, este facto condiciona a maioria dos alunos a preferirem o estudo das disciplinas de letra quando estes transitam para o nível médio. Este estudo parte-se do pressuposto que os modelos de fontes renováveis de energias reconstruídos a partir de materiais de fácil acesso auxiliam na compreensão dos conhecimentos, no desenvolvimento das habilidades e aquisição de competências por parte dos alunos. Sabe-se que o professor ao ensinar a ciência deve desenvolver uma visão adequada sobre a natureza de tipos de modelos e ser capaz de avaliar o seu papel, especificamente no desenvolvimento de conhecimento científico.1 Esta ideia permite que, uma das intenções básicas da pesquisa, seja analisar as potencialidades dos modelos de fontes renováveis de energias reconstruídos a partir de materiais de fácil acesso para o ensino dos fenómenos térmicas e grandezas termodinâmicas no nível secundário. [...]