Empreendedorismo Social

Por Rita de Cássia da Silva Mello | 28/05/2015 | Adm

RITA DE CASSIA DA SILVA MELLO

 EMPREENDEDORISMO SOCIAL

1. O conceito

Os empreendedores sociais estão sempre atentos aos problemas da comunidade, com suas ideias inovadoras tentam abranger o máximo de público possível. Os conceitos são muitos, mas a essência é uma só: a vontade de fazer o bem, não só de forma individual, mas de forma coletiva.

 

Para Ashoka (2014):

 

Os empreendedores sociais são indivíduos com soluções inovadoras para os problemas sociais mais prementes da sociedade. São ambiciosos e persistentes, enfrentando as grandes questões sociais Fonte: Oliveira, 2004

Em uma forma mais específica Oliveira (2007) afirma que o Empreendedorismo Social pode ser definido como:

 

Uma arte e uma ciência, um novo paradigma e um processo de inovação em tecnologia e gestão social, e um indutor de auto-organização social para o enfrentamento da pobreza, da exclusão social por meio do fomento da solidariedade e emancipação social, do desenvolvimento humano, do empoderamento dos cidadãos, do capital social, com vistas ao desenvolvimento local integrado e sustentável.

 

Oliveira (2004) destaca ainda que o empreendedorismo social se apresenta como um conceito em desenvolvimento, mas com características teóricas, metodológicas e estratégicas próprias, sinalizando diferenças entre uma gestão social tradicional e uma empreendedora.

 

Para Silva (2009), o conceito de Empreendedorismo Social ainda está em construção, porém há existência de um consenso entre alguns estudiosos que abordam características que são semelhantes as dos empreendedores empresariais. A parte que diferencia entre um para o outro é o fato da vontade de fazer o bem, não de forma individual, mas de forma coletiva.

 

 

2. O contexto do seu surgimento

Oliveira (2007) aborda que no fim do século XX e inicio do século XXI, fomos inundados de diversos acontecimentos que marcaram e estão marcando nossa história. O autor destaca e afirma que um desses acontecimentos mais marcantes durante este último século, é a Globalização.

Para Oliveira (2007), a sua conformação é paradoxal, visto que simultaneamente em que há diversos avanços tecnológicos, que são aliados aos avanços da informação, fazem-nos com que sejamos conhecidos como representantes da era do conhecimento, porém nos encontramo-nos também com o inverso. Níveis assustadores de pobreza, miséria, fome, uma extrema desigualdade social, desigualdade essa que abrange as áreas culturais, econômicas e instrutivas.

 

Essa constatação faz com que novos sujeitos, formas e ações se apresentem como alternativas emergentes contra o atual sistema e gestão da vida em sociedade, inclusive e, em específico, o empreendedorismo social. Isso porque a injustiça, a exclusão social e o fracasso do desenvolvimento social estão desafiando a raça humana a buscar uma nova forma de viver em sociedade, já não só pensando em si e em seu território, mas também na totalidade da vida no planeta, e que conheça, paradoxalmente, em nosso quintal, em nossa vida. (OLIVEIRA, 2007)

Com isso, inundados de uma vontade de fazer a diferença, de desenvolver serviços que gerassem mudanças sociais e estruturais, pessoas comuns da sociedade civil começaram a agir, e a partir da década de 1990 as atuações de diversas organizações também foram colocadas em prática sobre o conceito, conforme afirma Miranda et al. (2010).

Desta forma foi nascendo o termo empreendedorismo social. A princípio, estes novos causadores de mudanças geraram certo desconforto do governo e governantes, era como se eles estivessem prestando o serviço que eles não conseguiam realizar, portanto causando certa revolta. (OLIVEIRA, 2007).

 

Oliveira (2007) destaca ainda que devido a isso, as inovações e produtividade do campo social comparadas com o campo privado, seja na educação ou em direitos humanos, cresceram de maneira geral em uma escala e velocidade muito menores, esta lacuna representa o lento crescimento do terceiro setor, especialmente em países que o reconhecimento do empreendedor não é visto como a priorização do coletivo e sim do indivíduo.

 

O fato concreto é que a pobreza encarna o que há de mais desprezível e repugnante do sistema social humano, pois permite que seres da mesma espécie estejam em condições de subvida, enquanto uma minoria goza de uma vida de abundância e regalia. (OLIVEIRA, 2007)

 

A partir deste contexto social, novas formas e ações surgem como alternativas que ajudam a minimizar esses efeitos negativos instalados na sociedade. Para Oliveira (2007), “a injustiça, a exclusão social e o fracasso do desenvolvimento social estão desafiando a raça humana a buscar uma nova forma de viver em sociedade.” Assim, surge o Empreendedorismo Social.

 

 

 

 

 

 

 

3. O perfil do Empreendedor Social

 

Almeida e Moraes (2009) apud Drucker (2003) destacam que o Empreendedorismo deve estar em todas as áreas que envolvam instituições públicas ou privadas, ciências e organizações diversas. Para os autores, não existe importância quanto à área, visto que serão sempre necessárias para mantermos a constante evolução.

Para os autores, a atuação do Empreendedor Social tem como foco a expansão do trabalho, fazendo com que haja impacto social fundamental para que seu projeto seja estabilizado.

 

Oliveira (2007) no quadro à seguir destaca os conhecimentos, habilidades, competências e posturas que estão presentes no perfil de um Empreendedor Social:

 

 

 

4. A importância do Empreendedorismo na sociedade

O IBGE (2013) reuniu diversas informações sobre a realidade social brasileira através de uma Síntese de Indicadores Sociais. Esta pesquisa demonstra e possibilita um conhecimento da realidade social e as condições de vida da população brasileira no ano de 2013. De acordo com o IBGE:

 

Os indicadores selecionados levam em conta os eixos de condições de vida, desigualdade e exclusão social, assim como as dimensões espaço e tempo no tratamento de cada um dos temas – Aspectos demográficos, Famílias e domicílios, Educação, Trabalho, Padrão de vida e distribuição de renda e Saúde.

 

De acordo com a pesquisa, o IBGE (2013) revelou que a desigualdade de acesso à creche das crianças de 03 anos idade permaneceu significadamente nos últimos 10 anos. Conforme a figura 01 a seguir, a pesquisa revela que no Brasil a taxa de matrícula nessa faixa etária de idade é de 35,8%, enquanto países como México, Estados Unidos, Israel e outros são bem superiores ao nosso país.

 

Esses processos de exclusão social hoje atingem milhares de pessoas diariamente na sociedade e o poder público não possui a total capacidade de enfrentar com eficiência e eficácia essas grandes questões.

Assim, o papel do empreendedor social é de suma importância. Já que a partir de suas atuações, é possível informar, formar e transformar a sociedade como um todo, propiciando aos menos favorecidos oportunidades igualitárias perante a sociedade. Gerando assim um ciclo de oportunidades para o desenvolvimento pessoal e profissional.