EMPREENDEDORISMO: FATORES CONDICIONANTES PARA EMPREENDER

Por Diego Augusto Beserra Machado | 05/05/2017 | Adm


FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ – FAP

Administração – 8º Semestre

 

 

 

 


DIEGO AUGUSTO BESERRA MACHADO

 

 




EMPREENDEDORISMO: FATORES CONDICIONANTES PARA EMPREENDER













Juazeiro do Norte – CE
2017

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo entender quais os principais motivos que levam um indivíduo a criar o próprio negócio, buscando inovar, crescer ou desenvolver sua atividade. Para chegar a tal objetivo se faz primordial o entendimento de empreendedorismo, para que depois possamos chegar aos tipos de empreendedores e assim entender o que condiciona as ideias e o amadurecimento destas para tornar-se um empresário.
Empreendedorismo significa criar empresas ou produtos novos, agregar valor, é saber identificar oportunidades e transformá-las em um negócio lucrativo. Envolve pessoas e processos que ao unirem-se tornam ideias em oportunidades que podem levar à inovação ou criação de negócios de sucesso. Aquele indivíduo que consegue detectar uma oportunidade e criar um negócio para obter lucros sobre ela ou que inova um negócio já existente, assumindo riscos moderados é um empreendedor.
Segundo o economista Joseph Schumpeter, empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais (CHIAVENATO, 2008, p. 00).
Neste trabalho serão analisadas as causas que fundamentam a criação de novos projetos, sejam estes para a introdução de uma nova empresa no mercado ou aperfeiçoamento de um negócio já existente. Sabendo-se dos fatores que condicionam um empreendimento será acessível a identificação dos dois tipos de empreendedores encontrados na literatura pesquisada, bem como as suas principais características.
A ideia de empreendedorismo vem tomando força no Brasil desde o final da década de 1990, devido ao crescente número da criação de novas pequenas empresas e por causa da globalização, que exige dos empresários uma inovação dos seus negócios para que resistam a competitividade. Para que houvesse a continuidade de negócios empreendedores o governo brasileiro e entidades de classe criaram programas e órgãos para apoiar o empresário. Podem-se citar exemplos como o Brasil Empreendedor, do Governo Federal, e o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Dados do SEBRAE mostram que no período de 1990 a 1999 foram constituídas no Brasil 4,9 milhões de empresas, dentre as quais 2,7 milhões são microempresas. O que indica que esses dados de criação de novas empresas só tendem a aumentar, devido aos vários apoios que são oferecidos aos empreendedores experientes ou não.
Uma das principais características do surgimento de novos empreendedores foi o aumento do índice de desemprego, onde os ex-funcionários viram-se obrigados a procurar alternativas de sobrevivência, sendo umas dessas a criação de novos negócios financiados pelas economias pessoais, fundo de garantia etc.
Como empreendedor é aquele que cria ou inova uma empresa de prestação de serviços ou criação de produtos, também se devem levar em consideração os negócios herdados por meio de vínculos familiares, os quais os herdeiros dão continuidade aos processos de desenvolvimento e continuidade empresarial.
Além disso, houve a “explosão” da Internet, que possibilitou a criação de empresas de atendimento online, permitindo negociações com todo o mundo. Esse tipo de empreendimento estimulou e estimula os jovens a quererem se destacar na sociedade e tornarem-se independentes.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Empreendedorismo

Quando o indivíduo propõe-se, tenta ou põe em execução o próprio negócio ele está buscando empreender (FERREIRA, 2001), e consequentemente inserindo-se em um ramo que vem tomando espaço no mercado de maneira gradativa.
Tendo em vista que empreendedorismo é a busca de uma nova atividade, seja esta autônoma, uma nova empresa ou desenvolvimento de um negócio já existente (GEM, 2012), o empreendedor deve obter visão de futuro e assumir os riscos que possam aparecer no decorrer das realizações das atividades do seu negócio, além disso, deve ter iniciativa e saber organizar a sua empresa para que tudo dê certo.
Empreendedores são pessoas capazes de identificar oportunidades facilmente e que além de terem esse “radar” elas põe suas ideias em práticas, assumindo os riscos, independente de quais sejam. Com sua capacidade de tomar decisões, organizar e aperfeiçoar os seus recursos disponíveis está, direta ou indiretamente, ligada ao crescimento econômico do cenário ao qual atua (FILION, 1999).
Historicamente falando, houve um tempo, final do século XVII e início do século XVIII, em que o termo empreender era relacionado a um alguém que comprava insumo, transformava-o em produto e depois vendia para outrem, esse termo foi que deu origem ao atual significado da palavra, que já foi detalhado anteriormente neste trabalho (FILION, 1999).
2.2 Motivações para empreender

Aqui, neste tópico, se falará brevemente do tema central do trabalho em questão, pois foram poucos os materiais literários que expunham discursões sobre o determinado assunto. Porém isto não implica dizer que o escasso material de apoio para o conhecimento obtido foi inválido, pois será a partir da ausência de aprofundamento que se pretende avançar nos estudos sobre quais são os fatores condicionantes para empreender nos dias atuais.
A motivação para iniciar um empreendimento é que dá origem aos tipos de empreendedor, pois estes podem ser caracterizados a partir do momento o qual estão passando, ou seja, a oportunidade ou a necessidade é o que ditará o ingresso no universo empreendedor.
A motivação do comportamento do empreendedor para a abertura de novos negócios, de acordo com o relatório GEM (2009), apresenta duas forças propulsoras: a oportunidade e a necessidade. Oportunidade decorre quando se investe em um novo negócio a fim de aproveitar uma circunstância favorável percebida no mercado. Necessidade é consequência da criação de um negócio pela falta de alternativa satisfatória de trabalho e renda, quando essa é a melhor opção disponível num determinado período (Vicenzi; Bulgacov, 2012).
2.3 Tipos de empreendedor
Em relação à formação de um novo negócio, é possível identificar dois tipos de motivações para empreender, são elas; oportunidade e necessidade. São estes impulsos que dão origem aos principais tipos de empreendedor que são nomeados de acordo com o que os levou a iniciar um projeto empreendedor.
O empreendimento por oportunidade é aquele onde se usufruirá de alguma condição conveniente surgida no mercado, já o empreendimento por necessidade é aquele o qual o indivíduo parte da carência de uma ocupação, onde sua atividade é iniciada por não haver outra opção disponível e a única maneira de manter-se é criando o próprio negócio (BOM ÂNGELO, 2003 apud IPIRANGA; FIÚSA; BARROS, 2005).
De acordo com outras literaturas estudadas, constatou-se que os dois tipos de empreendedores previamente citados também podem ser identificados como voluntário ou involuntário, sendo o primeiro compatível com o tipo que aproveita as oportunidades que surgem e que iniciam seu empreendimento por via de realização profissional ou vocação instigada pela chance que lhe é apresentada, já o segundo, o involuntário, são aqueles indivíduos que não veem outra saída a não ser abrir o próprio negócio, porém, nesse último grupo também se enquadram os herdeiros de empresas que não podem simplesmente abandonar os investimentos familiares ( MACHADO; GIMENEZ 2000).
De acordo com pesquisas feitas pelo GEM (Global Entrepreneurship Monitor), em 2003, a motivação dos empreendedores brasileiros, na idade adulta, para a abertura de um empreendimento está em sua maioria ligada à oportunidade (RICCA, 2004).

2.4 Características dos empreendedores
Os primeiros passos para ser um empreendedor é ter criatividade e força de vontade para fazer evoluir um negócio. Também é preciso que se encontre disposto a enfrentar os problemas, de modo a solucioná-los de um jeito menos agressivo a si e aos outros componentes da empresa, sendo assim uma pessoa entendida de que estará sempre a correr riscos, porém determinada a ultrapassa-los.
”O empreendedor tem como característica básica o espírito criativo e pesquisador. Ele está constantemente buscando novos caminhos e novas soluções, sempre tendo em vista as necessidades das pessoas. A essência do empresário de sucesso é a busca de novos negócios e oportunidades, além da preocupação com a melhoria do produto” ·.
Segundo Bom Ângelo (2003), as principais características de um empreendedor são as seguintes: poder detectar oportunidades prematuramente em relação a outros; ser criativo de maneira a direcionar essa qualidade para obtenção dos objetivos; creem arduamente nas suas habilidades; aperfeiçoam o tempo e os recursos disponíveis; ariscam-se moderadamente na busca da inovação; busca oportunidades; tem espírito de liderança e sabe ser carismático; tem iniciativa e poder de decisão definido; busca sempre o crescimento e mudança; sempre que inovar; procura cumprir sua missão dentro da organização; sabe preservar a cultura da sua organização (apud BARROS; FIÚSA; IPIRANGA 2005).

3. METODOLOGIA
Esta pesquisa que aqui se apresentou é considerada do tipo bibliográfica, pois surgiu a partiu de materiais que foram obtidos através de outras pesquisas anteriores, utilizando dados teóricos de outros autores. Também pode ser considerada do tipo documental, a qual se utilizou de vários documentos (livros, jornais, pdfs etc.) e de acordo com estes foram desenvolvidas, e ainda pretende-se expandir investigações e análises. Além das características anteriores este documento é de abordagem qualitativa, a qual não foi traduzida em números, pois esta é uma etapa que se pretende alcançar posteriormente.
A presente pesquisa será tomada como ponto de partida para a mensuração de dados de caráter quantitativo e maior aprofundamento sobre quais os fatores condicionantes para empreender, onde serão feitas entrevistas com atuais e futuros empreendedores para ter-se uma noção dos fatores que os levaram ou os impulsionam a entrar no mercado com o próprio negócio, se isto se fez ou se fará por meio de oportunidades ou necessidades.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Francisco Sávio de Oliveira; FIÚSA, João Luis Alexandre; IPIRANGA, Ana Silvia Rocha. O empreendedorismo como estratégia emergente de gestão: histórias de sucesso. Revista O&S, v. 12, n. 33, 2005.
CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor: empreendedorismo e viabilização de novas empresas: um guia eficiente para iniciar e tocar seu próprio negócio. 3ª ed. São Paulo: Saraiva 2008.
DEGEN, Ronald Jean. Empreendedorismo: uma filosofia para o desenvolvimento sustentável e redução da pobreza. Revista de Ciências da Administração, v. 10, n. 21, p. 11-30, 2008.
DORNELAS, José Carlos Assis. Transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. – 9ª reimpressão.
FILION, Louis Jacques. Empreendedorismo: empreendedores e proprietário- gerentes de pequenos negócios. Revista de Administração, São Paulo, v. 34, n. 2, p. 05-28, 1999.
G1. Disponível em: http://m.g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2012/07/empreendedorismo-esta-cada-vez-mais-frote-no-nordeste-do-brasil.html. Acesso em: 26 ago. 2013.
GEM, 2012. Global Entrepreneurship Monitor: Empreendedorismo no Brasil 2012.
MACHADO, Hilka Pelizza Vier; GIMENEZ, Fernando Antônio Prado. Empreendedorismo e diversidade: uma abordagem demográfica de casos brasileiros. In: Encontro sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, 2000, Paraná. 1º Encontro da EGEPE. Paraná, 2000, p. 132-143.
RICCA, José Luiz. SEBRAE: o jovem empreendedor. Revista Estudos Avançados, São Paulo, v. 18, n. 51, 2004.
SIGNIFICADOS. Disponível em:http://www.significados.com.br/empreendedorismo/. Acesso em: 26 ago. 2013.
VICENZI, Siomara Elias; BULGACOV, Sérgio. Fatores motivadores do empreendedorismo e as decisões estratégicas de pequenas empesas. Revista de Ciências da Administração, v. 15, n. 35, p. 208-221,2013.