ELOGIO À CIÊNCIA
Por FERNANDO CÉSAR BASTOS | 18/10/2014 | ArteSem a Ciência, eu não estaria vivo. Em 2009, meu coração deu sinais de cansaço (doença que já havia tirado a vida de minha mãe, tias e tios). Fui levado às pressas ao hospital, de onde saí com quatro pontes de safena e uma mamária. Segundo o chefe cirurgião, sem a cirurgia, eu teria no máximo uma semana de vida, pois havia sofrido um enfarto no caminho para o hospital.
Mas a Ciência me salvou.
E ela vem salvando milhões de pessoas em todo o mundo desde que os antibióticos, a penicilina e novas drogas foram inventadas, bem como pelo desenvolvimento das técnicas cirúrgicas.
Em nossa cultura, temos a tendência diante de um caso de cura de uma pessoa doente, agradecer somente a Deus. Mas dificilmente damos os créditos aos médicos.
Não quero dizer que a fé não tem seu quinhão de importância. Tem sim, e a própria Ciência comprova. Pessoas que tem fé, que oram para serem curadas têm mais chances de cura do que aquelas que perderam a fé (que não têm esperança de cura).
No entanto, até os não religiosos podem ser beneficiados pela fé. Pois fé não significa apenas crença no poder de Deus; fé pode ser também traduzida por confiança em si mesmo, em certeza de que obterei êxito no final, e portanto, até ateus podem ter fé e serem beneficiados por ela.
Mas a fé do religioso ou a fé do ateu que está num leito de hospital vale pouco ou nada, se não tiver a presença da Ciência, e se os médicos não forem bons profissionais.
Os pais que desejam curar um filho com câncer ou graves problemas cardíacos devem enviá-lo ao hospital para fazer quimioterapia ou submetê-lo a uma cirurgia cardíaca. Não tentem deixar a criança em casa e esperar curá-lo apenas com orações. Não é uma boa ideia.
No século 14, a peste negra (bubônica) causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida ao ser humano pelas pulgas de ratos matou 1/3 da população da Europa, cerca de 75 milhões de pessoas. A forte religiosidade do povo, que enchia as igrejas pedindo proteção aos céus não adiantou em nada. Se naquele tempo, houvesse mais higiene, e a medicina fosse a mesma de hoje, certamente as mortes seriam mínimas.
Imagina o ebola se a Ciência estivesse ainda no nível da Idade Média. Seria mais uma epidemia. O ebola só não está ceifando mais vidas porque a Ciência o controla.
A fé como falei é importante (tanto do crente quanto do ateu) pois ela contribui para que nosso sistema imunológico se fortaleça, aceitando melhor os medicamentos e facilitando a cura. Mas não se fie somente nela. Sem a Ciência, ainda teríamos milhões de pessoas morrendo por tuberculose ou um simples resfriado.
Este artigo é minha homenagem e gratidão à Ciência, e a todos os médicos e enfermeiros que me ajudaram a ter alguns anos de vida a mais.