Eleições: esperanças remotas
Por Osorio de Vasconcellos | 12/10/2013 | CrônicasResumo: Alude à dimensão espiritual na política como item filosófico.
Eleições: esperanças remotas
Pouca gente comprou a briga do “mensalão”.
Pouca gente tomou as dores do “mensalão”.
Porque o “mensalão”, por mais que haja punições e prisões, deixa a sensação de que não julgaram todos os envolvidos. Uma frustração inarredável.
O que aparece como expressão da justiça destila o gosto amargo de uma patranha triunfante. O triunfo do poder político sobre a verdade.
Dito de outro modo: o triunfo da dimensão psíquica, sobre a espiritual. Do sombrio sobre o iluminado. Do impulso bruto sobre o logos, sobre a cultura prenhe de sentido. Um estágio, convenhamos, pouco evoluído.
E por aí vai.
Com o ar assim contaminado, as eleições se aproximam. A campanha já está na mídia. De um lado, a herança presumida da dimensão psíquica. De outro, remotas esperanças de uma candidatura espiritual.
Espiritual, vale a pena enfatizar, no sentido filosófico da palavra. Nada a ver com religião ou misticismo.
Seja lá como for, remotas esperanças de um Brasil consciente.