ELEGIA AO RIO DE JANEIRO
Por LUNAS DA SILVA MACHADO | 13/02/2009 | PoesiasDesengano.
O culto soberano
Que seu semblante
Encerra.
Leve o rio,
Tudo seja.
Velem o grão.
Ave, Sombra.
Se ausente de teu seio
Exilado choro
A tua desventura,
E nas áureas entranhas
Da azul, fértil terra
Buscais o pranto
E a guerra.
Leve o rio,
Tudo seja.
Velem o grão.
Ave, Sombra.
Mas sendo a ventura
Assim tão rigorosa
Co'a minha pátria ausente...
Destinado o berço amado
Ao mais profundo reino,
A mais bela
Das gentes.
Leve o rio
Teu desejo.
Amanheça sempre
A aurora.
E se na eterna beleza
Da rica natureza
O loiro fogo queima...
Cruel a desventura,
Cruel por não ter cura.
E se no azul dos céus
A abrasadora chama
Da nuvem mais escura...
Gigante a quem tocara
A parte pobre e cara
Da dura desventura.
Leve o rio
Teu desejo.
Amanheça sempre
A aurora.
E se um povo assim belo,
Em condições rigorosas,
De tantos sacrifícios
E abismais precipícios
Vive vida tão dura...
Cruel a desventura,
Cruel por não ter cura.
Leve o rio,
Tudo seja.
Velem o grão.
Ave, Sombra.
Leve o rio
Teu desejo.
Amanheça sempre
A aurora.