Efêmero, porém não esquecido
Por Edson Terto da Silva | 26/12/2011 | CrônicasAo longo deste ano de 2011, que chega ao final neste dia 31 de dezembro, os caros leitores acompanharam dezenas de Crônicas das Copas, com histórias alegres, tristes, comoventes e justas homenagens a jogadores que honraram a camisa da Seleção Brasileira. Na última Crônica do ano que finda, me ocorreu a idéia de lembrar do zagueiro José de Anchieta Fontana, um capixaba nascido em Santa Teresa (ES), em 31 de dezembro de 1940.
Conhecido simplesmente como Fontana, o zagueiro faleceu cedo, aos 39 anos, em 9 de setembro de 1980, de ataque cardíaco, e fazendo o que mais gostava, jogando futebol, numa partida entre amigos. Fontana não chegou a ser nenhum mágico das zagas do futebol mundial, mas sua passagem efêmera no mundo do futebol e na vida também contribui para esta simples homenagem contra o esquecimento do atleta.
Entre outros méritos, ele estava no grupo tricampeão de 70, era reserva dos zagueiros Brito e Piazza, naquela Seleção maravilhosa que tinha Pelé, Rivellino e tantos outros craques. Aliás, na estréia do Brasil em 70, na vitória de 4x1 sobre a Tchecoslováquia, Fontana jogou dois minutos, entrando no lugar do Piazza e foi titular na zaga no jogo contra a Romênia, com vitória brasileira de 3x2.
Segundo o refresco de memória chamado wikipédia, Fontana iniciou sua carreira no Vitória Futebol Clube, em 1958, mas só foi ser campeão capixaba de 1959 e 1962 no maior rival da equipe, o Rio Branco Atlético Clube. Foi para o Vasco da Gama onde formou dupla defensiva com Brito e em 1969, quando deixou o Vasco para defender o Cruzeiro, a dupla foi desfeita, mas não por muito tempo.
Em 1970, Brito foi contratado pelo Cruzeiro e os dois voltaram a jogar juntos. No mesmo ano, ambos foram convocados para a disputa da Copa do Mundo de 1970, sagrando-se tricampeões do mundo pelo Brasil. O detalhe interessante na Copa de 70 é que Fontana era reserva de Brito com quem jogara no Vasco e no Cruzeiro e de Piazza também do Cruzeiro.
Entre 8 de junho 1966 e 10 de junho de 70, Fontana fez 11 jogos pela Seleção, não marcou nenhum gol, encerrou a carreira profissional de futebol em 1972 e por ironia do destino morreria oito anos depois, disputando uma partida de futebol entre amigos. Ficam aqui nossas homenagens, respeito e admiração pela paixão que o zagueiro Fontana tinha por sua profissão, que acabou coroada com título na Copa do México, em 70.