EFEITOS DO TREINAMENTO RESISTIDO NA TERCEIRA IDADE

Por Gabriel Tenório Lemos | 05/06/2020 | Saúde

 

INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE ITUMBIARA

 

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

 

 

 

 

GABRIEL TENÓRIO LEMOS

NATHÁLIA SILVA DA COSTA

RUDSON MACEDO GONÇALVES

DANIELY FRANCO ARAÚJO BORGES

ALEFY JUNIOR SANTOS SILVA

ADRIENE GONÇALVES SOUZA

 

 

 

EFEITOS DO TREINAMENTO RESISTIDO NA TERCEIRA IDADE

 

 

ITUMBIARA-GO

 2020

 

GABRIEL TENÓRIO LEMOS

NATHÁLIA SILVA DA COSTA

RUDSON MACEDO GONÇALVES

DANIELY FRANCO ARAÚJO BORGES

ALEFY JUNIOR SANTOS SILVA

ADRIENE GONÇALVES SOUZA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

EFEITOS DO TREINAMENTO RESISTIDO NA TERCEIRA IDADE

 

 

Projeto interdisciplinar apresentado ao Curso de Educação Física da Associação Educacional Luterana do Brasil de Itumbiara, Goiás para obtenção de pontuação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ITUMBIARA-GO

2020

 

 

 

 

 

  1. INTRODUÇÃO

 

De acordo com Silva et al. (2014) o avanço tecnológico e o crescimento no que se refere as questões sociais, políticas e ambientais possibilitaram uma condição de vida favorável e por consequência houve um aumento na expectativa de vida. Segundo dado da Organização Mundial de Saúde estima-se que em 2050 a população idosa representará 20% da população e idosos acima de 80 anos fazem parte deste grupo crescente. Durante o processo de envelhecimento ocorrem diversas alterações, como, declínio na capacidade motora e orgânica, reduzindo assim diversas funções, tais como, flexibilidade, força muscular, capacidade cardiorrespiratória e velocidade.

O envelhecimento é um processo previsto que ocorre desde a geração, durante este período as alterações ocasionadas levam a maiores índices de morbidades, uma vez que, ocorrem transformações no aspecto físico, biológico e psicológico, bem como, a inatividade física é outro fator fundamental na diminuição de capacidade funcional e fisiológica do organismo. (CAVALCANTI, 2017)

Araújo (2014) afirma que as alterações advindas do envelhecimento são progressivas e inevitáveis na vida de qualquer ser humano, é um processo irreversível e contínuo, contudo, o exercício físico pode ser uma ferramenta que minimize ou atenue tais efeitos, proporcionando autonomia e diminuição no declínio da capacidade funcional do idoso. A inatividade física pode aumentar a incidência de patologias, assim sendo, é importante que o idoso seja incentivado à prática regular de exercício físico.

Fechine e Trompieri (2012) ressaltam que as doenças e os fatores de estresse ambiental podem influenciar na aceleração dos processos degenerativos oriundos do envelhecimento. Patologias cardiovasculares e cerebrais são algumas das enfermidades que acometem os idosos. Os autores ainda afirmam que o envelhecimento apesar de existir uma idade cronológica, é individual, visto que, idosos na mesma idade podem estar em um estado de saúde diferente devido ao estilo de vida, fatores ambientais que cada um está inserido.

Segundo, ainda, Shephard (2003) apud Fechine e Trompieri, p.12, 2012), a categorização funcional do idoso não depende apenas da idade, mas também de sexo, estilo de vida, saúde, fatores sócio-econômicos e influências constitucionais, estando provado, assim, que não há homogeneidade na população idosa.

 

                O surgimento de quadros patológicos faz parte das alterações oriundas do envelhecimento, do estilo de vida e histórico familiar. O sistema cardíaco sofre alguns danos, uma vez que, os batimentos cardíacos em repouso são diminuídos, o coração quando submetido a um esforço a sua capacidade e força são menores, por consequência surgem às patologias associadas ao sistema cardíaco. Em fases mais avançadas a aterosclerose pode comprometer o funcionamento do coração, ocasionando acidente vascular cerebral, ataque cardíaco e angina. A função pulmonar sofre grandes alterações, a elasticidade pulmonar é diminuída, em homens esse aspecto é considerável para o surgimento de doença coronária. A sarcopenia é outra alteração causada pelo envelhecimento, com esse decréscimo na massa muscular há a diminuição no metabolismo de repouso, declínio na força muscular, redução na força muscular e menor realização de atividades diárias, desta maneira os idosos com a musculatura enfraquecida, tendões e ligamentos com menor força de desaceleração são mais suscetíveis a quedas e fraturas. (FECHINE E TROMPIERI, 2012)

São considerados idosos indivíduos a partir de 60 anos, contudo, no que diz respeito a perda de massa magra nesta fase, existem alguns casos em que essa redução na função motora ocorre precocemente. O declínio das funções ao longo dos anos está associado ao envelhecimento, sedentarismo e doenças. O exercício na terceira idade vem como promotor do bem-estar social, psicológico e fisiológico, contudo é negligenciado em indivíduos nessa fase.  (CAVALCANTI, 2017)

“A musculação é uma prática sustentada nos princípios de treinamento com pesos que é um mecanismo mais eficiente na indução de respostas fisiológicas ao exercício (PINTO et al., 2008 apud ROCHA, 2013)”

A musculação é considerada um treinamento eficaz e seguro para qualquer indivíduo mesmo aquele com alguma debilidade. Na população idosa é uma modalidade de treino eficiente, uma vez que, é uma fase em que ocorre a diminuição de densidade óssea e na massa muscular e o treinamento com pesos além de diminuir o declínio das funções em geral, possibilita o aumento da massa muscular e óssea, minimizando os riscos de queda e possibilitando maior eficácia nas atividades do dia a dia. (ROCHA, 2013)

Diante do exposto, o presente estudo consiste em responder a seguinte pergunta: quais os efeitos da musculação (Treinamento resistido) na composição corporal e na capacidade funcional de idosos

Tem-se como hipótese que o treinamento resistido é uma ferramenta segura e eficaz no que se refere a melhora de composição corporal e na capacidade funcional de idosos, sendo considerado o tipo de treinamento ideal para essa população que busca preservar e diminuir os declínios oriundos do envelhecimento, como, diminuição da massa muscular, densidade óssea  e metabolismo basal, além, de dar autonomia ao idoso nas suas atividades diárias, aumentando assim o bem estar físico e emocional do mesmo.

O objetivo geral deste trabalho consiste em identificar o impacto do treinamento resistido na vida de idosos no que se refere à composição corporal e na capacidade funcional.

Como objetivo específico, busca-se identificar os benefícios inerentes a musculação na terceira idade, bem como, na composição corporal e na capacidade funcional do idoso.          

Como justificativa social desta pesquisa, este trabalho busca quebrar mitos e paradigmas a respeito do treinamento resistido na população idosa, uma vez que, são comprovados cientificamente todos os benefícios que os idosos usufruem ao se inserirem em um programa de treinamento resistido.

            No entanto a justificativa cientifica busca abordar mais sobre este tema tão atual e importante na sociedade atual, visto que, o crescimento da população idosa e a inatividade física são assuntos que são presentes e que devem ser discutidos para uma abordagem segura e eficaz dos profissionais de Educação Física.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2.REFERENCIAL TEÓRICO

 

           

2.1 BENEFÍCIOS INERENTES A MUSCULAÇÃO NA TERCEIRA IDADE.

           

            A prática regular do treinamento resistido na terceira idade é fundamental para diminuir os declínios causados pelo processo de envelhecimento, a atenuação na perda de massa muscular que se inicia após os 50 anos é de extrema importância, visto que, indivíduos praticantes de musculação possuem menor risco de quedas, se tornam indivíduos com autonomia na realização de atividade do cotidiano. O baixe índice de massa muscular está relacionado à diminuição do metabolismo de repouso, redução da densidade mineral óssea e aumento no risco de quedas. (FECHINE E TROMPIERI, 2012)

            A força muscular possui papel importantíssimo na saúde do idoso, pois diminui os riscos de queda, que por sua vez, é uma conseqüência da falta de massa óssea e muscular. A locomoção e o equilíbrio são dois aspectos importantes na qualidade de vida de indivíduos idosos, desta maneira a musculação é a ferramenta ideal para atenuar todos esses efeitos provenientes do desgaste causado pela inatividade física e envelhecimento. (ROCHA, 2013)

            “O exercício físico está associado à maior capacidade de trabalho físico e mental, oferecendo menor risco de doenças crônico degenerativas e redução da mortalidade precoce (NAHAS, 2001 apud SOUZA, p. 33, 2010).”

            O exercício resistido (musculação), como é popularmente conhecido é um tipo de treino que desenvolve diversas capacidades físicas, sendo considerada uma modalidade completa que abrange diversos públicos e objetivos. Na população idosa é a modalidade mais indicada pela sua aplicabilidade e possibilidade de adaptação, até mesmo para pessoas debilitadas, apresentando baixo risco de lesões. (ROCHA, 2013)

            Silva et al. (2014) afirma que é consensual a respeito da importância da musculação na terceira idade, pois, o treinamento de força estimula o aumento de massa muscular, massa óssea e o fortalecimento articular, bem como, melhoras no sistema cardiovascular e metabólico, contribuindo para o controle do peso corpóreo e capacidade funcional do idoso. Desta maneira a qualidade de vida e autonomia do indivíduo é conservada ou restituída se inserido nesse tipo de treinamento.

O sistema biológico mais comprometido com o envelhecimento é o Sistema Nervoso Central (SNC), responsável pelas sensações, movimentos, funções psíquicas (vida de relações) e pelas funções biológicas internas (vida vegetativa). (CANÇADO E HORTA, 2002 apud FECHINI E TROMPIERI, p. 123, 2012).

 

            Durante o envelhecimento o sistema circulatório fica comprometido e ao mesmo tempo o sedentarismo favorece a diminuição da circulação de sangue e oxigênio ao Sistema Nervoso Central, desta forma, a quantidade de fluxo de sangue para o cérebro e oxigênio nas células nervosas é comprometida, por isso, o exercício é importante para aumentar o aporte sanguíneo e de oxigênio aos sistemas de forma mais efetiva. (FECHINE E TROMPIERI, 2012).

            A autonomia, a diminuição nos riscos de quedas, prevenção e/ou declínio da sarcopenia, tratamento de doenças, como, artrite, doenças pulmonares, são alguns dos diversos casos patológicos em que o treinamento resistido pode ser efetivo, melhorando ou revertendo o quadro, a perda de massa magra pode levar a algumas destas disfunções citadas anteriormente, portanto essa intervenção é benéfica e essencial.  (ROCHA, 2013)

Segundo Estorck; Erba e Correa (2012) apud Rocha (2013), a musculação em idosos é uma forma de diminuir os declínios de força e massa muscular relacionados com a idade, resultando em uma melhor qualidade de vida. Assim, diversos estudos apontam sobre os benefícios do treinamento resistido em idosos, demonstrando que os mesmos obtiveram ganhos de força muscular, melhoria da saúde e capacidade funcional, tornando-se mais independentes e entusiasmadas.

 

            Souza (2010) considera a prática regular de exercício resistido na terceira idade fundamental para a preservação do tecido conjuntivo elástico nos músculos, tendões, ligamentos e cápsula articular além de diminuir o risco no desenvolvimento de doenças crônicas degenerativas. Os benefícios oriundos desta prática vão ser influenciados pela intensidade, volume, repouso, sono e alimentação, desta maneira, todos esses aspectos devem ser orientados.

            Exercícios aeróbicos, de flexibilidade são importantíssimos, contudo, a musculação no que se refere à prioridade sem dúvida é indispensável. Os exercícios combinados podem ser interessantes, se a aplicabilidade for possível em detrimento do tempo disponível e frequência do aluno. (ROCHA, 2013).

            A perda de flexibilidade, agilidade, bem como, a diminuição de força muscular são os efeitos provenientes do envelhecimento, o treinamento resistido é considerado a melhor ferramenta na preparação física, pois, desenvolve as capacidades físicas que vão se deteriorando no decorrer do tempo. Os idosos podem usufruir dos benefícios que a musculação proporciona, tais como, diminuição da pressão arterial, percentual de gordura, manutenção do metabolismo basal e aumento na massa magra, além, das questões psicológicas, como, diminuição de ansiedade, estresse, aumento da auto-estima, confiança e autonomia. (MARQUEZ et al. 2016)

2.2 COMPOSIÇÃO CORPORAL E CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO.

 

            A capacidade funcional pode ser analisada de forma ampla e pode ser estabelecida neste caso como a capacidade de realizar atividades do cotidiano, a independência na realização de quaisquer atividades, como subir escadas, carregar compras, segurar sacolas pesadas. O exercício físico, bons hábitos alimentares, a ausência de vícios podem ser fatores essenciais na manutenção da capacidade funcional de um indivíduo idoso. Sendo assim, a musculação na terceira idade vem corroborar na manutenção da massa muscular, equilíbrio, agilidade e controle de peso corporal, que por sua vez, diminuem os riscos de quedas e traumas que são frequentes nessa fase. (ROCHA, 2013)

            A composição corporal é um parâmetro que indica se um indivíduo é saudável ou não, alto percentual de gordura corporal pode ser prejudicial, principalmente se estão localizadas na região do tronco e abdomen, pois, os riscos de doenças cardiovasculares são maiores, bem como, diabetes, artrite degenerativa, doença nos rins, hipertensão, problemas de postura e resistência orgânica.

O idoso sofre modificações que impossibilitam o uso das medidas antropométricas, pois, a perda progressiva da massa magra e o aumento da gordura corporal alteram a elasticidade da pele provocando alterações nos resultados. Por isso os métodos mais utilizados para a medição dos volumes corpóreos e indicadores de gordura são o IMC e RCQ. O IMC demonstra o nível de obesidade corporal, e o RCQ que demonstra o diagnostico de obesidade central. Medidas que medem de maneira aproximada a gordura corpórea e abdominal (CABRERA; JACOB FILHO, 2001 apud SOUZA, p. 22, 2010)

 

                Atualmente o índice de pessoas com perfil lipídico alto é cada vez maior e é considerado um fator de risco no desenvolvimento de diversas doenças, associados ao envelhecimento esses fatores são nocivos a saúde e a longevidade. Desta maneira, a inclusão de idosos em programas de exercício físicos, como, a musculação podem reduzir o perfil lipídico e desenvolver outras capacidades importantes na qualidade de vida dos mesmos. No que se refere a eficácia do treinamento resistido objetivando a diminuição no perfil lipídico, ainda não é consensual na literatura, alguns estudos comprovam a eficácia do TRP, porém, combinado com exercício aeróbico, afirmando que ele isolado não foi possível constatar diminuição significativa no perfil lipídico. (PAULA et al., 2014)

            Treinamento de força e/ou resistido não era proposto como tratamento ou prevenção de patologias em idosos ou indivíduos hipertensos e cardiopatas, em alguns casos eram contra indicados pelos médicos. No momento atual, existem vários estudos que apresentam diversos benefícios do treinamento resistido para indivíduos da terceira idade, inclusive os que possuem patologias citadas anteriormente. (AGUIAR et al. 2014)

 No estudo feito pelo Ministério da Saúde (Brasil, 2006), relativo aos efeitos do exercício resistido, foi reportada e documentada a redução do risco de morte por doenças cardiovasculares, melhora do controle da pressão arterial, na postura, no controle do peso corporal, modificações no perfil lipídico, melhora nos níveis de glicose sanguínea, na enfermidade venosa periférica, na função intestinal, nos quadros álgicos, nas respostas imunológicas, na qualidade do sono, na ampliação dos contatos sociais e na diminuição do estresse e da ansiedade; é especificamente aconselhável na prevenção e auxílio de diversas patologias crônicas degenerativas, tais como: diabetes, hipertensão, entre outros; além de possibilitar uma melhora nas funções diárias do idoso, como subir escadas, levantar-se, tomar banho, abrir e fechar portas etc. (Cripa, Guerra, & Azevedo, 2009, Radaelli, et al., 2014 apud AGUIAR et al, p. 204, 2014).

 

                Pesquisas apontam que a musculação quando bem orientada e respeitada à individualidade biológica do idoso, aumenta consideravelmente a força e a resistência, proporcionando a diminuição do percentual de gordura, aumento da massa magra e massa óssea e melhorias na socialização na sala de musculação. (AGUIAR, et al. 2014)

            Rocha (2013) afirma que idosos acima de 65 anos caem pelo menos uma vez ao ano e esse achado corresponde a 40% dos idosos, a perda de massa muscular e da densidade mineral óssea podem estar relacionados ao desequilíbrio e fraqueza muscular. Essa incapacidade funcional acomete grande parte dos idosos por diversos fatores, a inatividade física é um deles, portanto, o treinamento resistido auxilia no ganho e manutenção de massa muscular, melhoras na marcha e no equilíbrio, aspectos essenciais para minimizar os riscos de quedas.

            Jovens ou idosos submetidos ao treinamento resistido respondem de igual forma quando comparados em relação ao ganho de força muscular, portanto, os idosos devem ser inseridos na musculação, pois, os mesmos são beneficiados através desse modelo de treinamento, assim sendo, a idade não é uma condição decisiva no que se refere aos ganhos e melhorias na composição corporal e capacidade funcional na terceira idade. (AGUIAR et al. 2014)

Assim como o excesso de gordura corporal pode ser prejudicial à saúde, pouca gordura também pode comprometer-la. Através de vários fatores importantes a gordura fornece energia, e auxilia na regulação térmica e o amortecimento das articulações. O nível mínimo de gordura corporal para manter a saúde do sujeito depende do sexo e de sua genética (HOWLEY; FRANKS 2000 apud Souza, p.21, 2010)

 

            No decorrer do tempo os idosos vão perdendo gordura na região periférica e acumulando na região central, esse acúmulo nessa região é preocupante e merece atenção, pois, o desenvolvimento de doenças metabólicas oriundas desse acúmulo é maior e intervenções são necessárias para minimizar os riscos. O exercício aeróbico era o modelo de treino mais indicado e utilizado para estimular as melhoras na composição corporal, uma vez que, o substrato energético utilizado durante o treino é prioritariamente a gordura, todavia, o treinamento resistido vem sendo aplicado na diminuição dos processos degenerativos provenientes do envelhecimento, melhorando a composição corporal e a capacidade funcional. (TEIXEIRA E ROCHA, 2014)

            “[...] o aumento no tecido adiposo está relacionado à diminuição da massa muscular, pois com o aumento da sarcopenia, há uma diminuição da taxa metabólica basal, que leva a um aumento do percentual de gordura corporal. (TEIXEIRA E ROCHA, p. 121, 2014)

               

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. METODOLOGIA

 

Na elaboração desta pesquisa foram selecionados artigos científicos, como, teses, monografias, projetos de pesquisa e revistas digitais, dando respaldo confiável e fidedigno. A pesquisa será realizada por meio de revisão bibliográfica, a cerca do tema proposto: Efeitos do Treinamento Resistido na Terceira Idade.

Mascarenhas (2012) caracteriza a pesquisa bibliográfica como uma investigação acerca de dados já existentes, fontes consideradas confiáveis, oferecendo um suporte no levantamento de informações, como livros, revistas digitais, enciclopédias, é um tipo de pesquisa que tem suas facilidades, mas em contrapartida oferece algumas limitações, uma vez que são baseadas em opiniões do autor.

Os autores descrevem a pesquisa bibliográfica como fonte secundária, e caracterizam como levantamento bibliográfico, o levantamento de estudos que já foram publicados, como por exemplos, artigos científicos, revistas, livros, etc. A revisão bibliográfica pode ser considerada como uma revisão da literatura de assuntos que já foram abordados, porém, não foram aprofundados em alguns aspectos o qual o pesquisador deseja aprofundar, objetivando explorar áreas diferentes sobre determinado assunto. (LAKATOS E MARCONI, 2009)

O assunto abordado neste trabalho tem como principal alvo os profissionais de Educação Física, para que os mesmos tenham conhecimento das alterações que ocorrem durante o envelhecimento e tenham embasamento teórico cientifico ao trabalharem com o público idoso, para que todos os benefícios que o treinamento resistido proporciona possam ser alcançados.

O treinamento resistido na terceira idade apesar de ter tido diversos avanços e hoje as pessoas tem outra visão a cerca da importância e dos benefícios da prática, ainda é preciso ter uma atenção maior para este público, uma vez que, são indivíduos ainda ignorados pela maioria dos profissionais de Educação Física, portanto, é um tema que deve ser sempre abordado e discutido. É importante que os profissionais saibam como disseminar informações acerca deste assunto e tenham embasamento para atender alunos idosos.

Esta pesquisa é viável, tendo em vista que, é um tema hoje bastante difundido e com diversos estudos que visam identificar os benefícios do TR e todos os cuidados e medidas de segurança para que todos os benefícios sejam alcançados.

 

 

 

 

 

  1. RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

Através dos dados obtidos por meio de pesquisas bibliográficas em obras, serão realizadas discussões referentes aos objetivos específicos com o intuito de respondê-los, como, identificar os benefícios inerentes a musculação na terceira idade, bem como, na composição corporal e na capacidade funcional do idoso.

No que se refere a identificar os benefícios inerentes a musculação na terceira idade, para Fechine e Trompieire (2012) e Rocha (2013) a prática regular do treinamento resistido na terceira idade é fundamental para diminuir os declínios causados pelo processo de envelhecimento, a atenuação na perda de massa muscular que se inicia após os 50 anos é de extrema importância, visto que, indivíduos praticantes de musculação possuem menor risco de quedas, se tornam indivíduos com autonomia na realização de atividade do cotidiano. O baixe índice de massa muscular está relacionado à diminuição do metabolismo de repouso, redução da densidade mineral óssea e aumento no risco de quedas, assim sendo, a força muscular possui papel importantíssimo na saúde do idoso, pois diminui os riscos de queda, que por sua vez, é uma conseqüência da falta de massa óssea e muscular. A locomoção e o equilíbrio são dois aspectos importantes na qualidade de vida de indivíduos idosos, desta maneira a musculação é a ferramenta ideal para atenuar todos esses efeitos provenientes do desgaste causado pela inatividade física e envelhecimento.

Dentro deste mesmo raciocínio, Silva et al. (2014) e Fechine e Trompieri (2012) afirmam que é consensual a respeito da importância da musculação na terceira idade, pois, o treinamento de força estimula o aumento de massa muscular, massa óssea e o fortalecimento articular, bem como, melhoras no sistema cardiovascular e metabólico, contribuindo para o controle do peso corpóreo e capacidade funcional do idoso. Desta maneira a qualidade de vida e autonomia do indivíduo é conservada ou restituída se inserido nesse tipo de treinamento. Durante o envelhecimento o sistema circulatório fica comprometido e ao mesmo tempo o sedentarismo favorece a diminuição da circulação de sangue e oxigênio ao Sistema Nervoso Central, desta forma, a quantidade de fluxo de sangue para o cérebro e oxigênio nas células nervosas é comprometida, por isso, o exercício é importante para aumentar o aporte sanguíneo e de oxigênio aos sistemas de forma mais efetiva.

            No que tange a identificar a composição corporal do idoso praticante do treinamento, resistido, Rocha (2013) e Aguiar et al. (2014) afirmam que capacidade funcional pode ser analisada de forma ampla e pode ser estabelecida neste caso como a capacidade de realizar atividades do cotidiano, a independência na realização de quaisquer atividades, como subir escadas, carregar compras, segurar sacolas pesadas. O exercício físico, bons hábitos alimentares, a ausência de vícios podem ser fatores essenciais na manutenção da capacidade funcional de um indivíduo idoso. Sendo assim, a musculação na terceira idade vem corroborar na manutenção da massa muscular, equilíbrio, agilidade e controle de peso corporal, que por sua vez, diminuem os riscos de quedas e traumas que são frequentes nessa fase. Os autores ainda afirmam que jovens ou idosos submetidos ao treinamento resistido respondem de igual forma quando comparados em relação ao ganho de força muscular, portanto, os idosos devem ser inseridos na musculação, pois, os mesmos são beneficiados através desse modelo de treinamento, assim sendo, a idade não é uma condição decisiva no que se refere aos ganhos e melhorias na composição corporal e capacidade funcional na terceira idade.

            A respeito da capacidade funcional do idoso e sua importância na qualidade de vida e autonomia, Rocha (2013) afirma que idosos acima de 65 anos caem pelo menos uma vez ao ano e esse achado corresponde a 40% dos idosos, a perda de massa muscular e da densidade mineral óssea podem estar relacionados ao desequilíbrio e fraqueza muscular. Essa incapacidade funcional acomete grande parte dos idosos por diversos fatores, a inatividade física é um deles, portanto, o treinamento resistido auxilia no ganho e manutenção de massa muscular, melhoras na marcha e no equilíbrio, aspectos essenciais para minimizar os riscos de quedas.

            Entretanto, de acordo com Teixeira e Rocha (2014) no decorrer do tempo os idosos vão perdendo gordura na região periférica e acumulando na região central, esse acúmulo nessa região é preocupante e merece atenção, pois, o desenvolvimento de doenças metabólicas oriundas desse acúmulo é maior e intervenções são necessárias para minimizar os riscos. O exercício aeróbico era o modelo de treino mais indicado e utilizado para estimular as melhoras na composição corporal, uma vez que, o substrato energético utilizado durante o treino é prioritariamente a gordura, todavia, o treinamento resistido vem sendo aplicado na diminuição dos processos degenerativos provenientes do envelhecimento, melhorando a composição corporal e a capacidade funcional. Paula et al, (2014) corrobora com a afirmação dos autores, e afirma que atualmente o índice de pessoas com perfil lipídico alto é cada vez maior e é considerado um fator de risco no desenvolvimento de diversas doenças, associados ao envelhecimento esses fatores são nocivos a saúde e a longevidade. Desta maneira, a inclusão de idosos em programas de exercício físicos, como, a musculação podem reduzir o perfil lipídico e desenvolver outras capacidades importantes na qualidade de vida dos mesmos. No que se refere a eficácia do treinamento resistido objetivando a diminuição no perfil lipídico, ainda não é consensual na literatura, alguns estudos comprovam a eficácia do TRP, porém, combinado com exercício aeróbico, afirmando que ele isolado não foi possível constatar diminuição significativa no perfil lipídico.

            A hipótese deste trabalho de que o treinamento resistido é uma ferramenta segura e eficaz no que se refere à melhora de composição corporal e na capacidade funcional de idosos, sendo considerado o tipo de treinamento ideal para essa população que busca preservar e diminuir os declínios oriundos do envelhecimento, como, diminuição da massa muscular, densidade óssea  e metabolismo basal, além, de dar autonomia ao idoso nas suas atividades diárias, aumentando assim o bem estar físico e emocional do mesmo, pode ser confirmada através de pesquisas realizadas por Aguiar et al, (2014) que afirmam que a musculação quando bem orientada e respeitada a individualidade biológica do idoso, aumenta consideravelmente a força e a resistência, proporcionando a diminuição do percentual de gordura, aumento da massa magra e massa óssea e melhorias na socialização na sala de musculação. (AGUIAR, et al. 2014)

 

 

 

 

           

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. CONCLUSÃO

 

Concluímos que o exercício físico é indispensável para melhorar a qualidade de vida do idoso, capacidade funcional e composição corporal. O envelhecimento é um processo gradativo e inevitável na vida do ser humano, os declínios no equilíbrio, coordenação, força, massa muscular e massa óssea são fatores que ocorrem ao longo do tempo, afetando a vida e a autonomia dos idosos. A predisposição em acumular gordura na região periférica é uma característica muito comum em idosos, o que pode agravar e desencadear diversas doenças metabólicas, por isso, manter os níveis de índice de gordura normal através de uma alimentação balanceada e exercício físico é extremamente importante para saúde desses indivíduos.

As quedas são muito comuns na idade avançada, por falta de equilíbrio e força muscular, portanto, para que os idosos diminuam os riscos de queda, fortaleçam a sua musculatura, melhorem seu equilíbrio e tenham um perfil lipídico saudável, o treinamento resistido tem sido considerado um dos melhores exercícios para esse grupo especial.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ARAÚJO, Vanessa Suligo. Benefícios do exercício físico na terceira idade. Barra do Bugres/MT, 2014. Disponível em < http://bdm.unb.br/bitstream/10483/9581/1/2014_VanessaSuligoAraujo.pdf> Acesso em 15 de Setembro de 2019.

 

CAVALCANTI, Vanessa Catarine Oliveira. Motivações para a realização da musculação na terceira idade. Natal/RN, 2017. Disponível em < https://monografias.ufrn.br/jspui/handle/123456789/4333> Acesso em 13 de Setembro de 2019.

 

FECHINE, Basílio Rommel Almeida; TROMPIERI, Nicolino. O processo de envelhecimento: as principais alterações que acontecem com o idoso com o passar dos anos. Disponível em Acesso em 15 de Setembro de 2019.

 

MARQUEZ, Thomas Baptista et al. Treinamento de força em sujeitos de meia e terceira idade: um estudo de caso. Revista Saúde e Meio Ambiente – RESMA, Três Lagoas, v, 2, n.1, p. 49-57, jan ∕jul. 2016.

 

MASCARENHAS, Sidnei Augusto. Metodologia Cientifica. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.

 

PAULA, Carolina Cavalcante et al. Análise do Impacto do treinamento resistido no perfil lipídico de idosos. R. Bras. Ci. e Mov. 2014; 22(1): 150-156

 

ROCHA, Regis. Musculação na terceira idade. Formiga/MG, 2013.

 

SILVA, Nadia L.; BRASIL, Cristiane; FURTADO, Hélio; COSTA, João; FARINATTI, Paulo. Exercício físico e envelhecimento: benefícios à saúde e características de programas desenvolvidos pelo LABSAU/IEFD/UERJ. Revista HUPE, Rio de Janeiro, v.13, n. 2, abr/jun 2014.

 

SOUZA, Lindomar Abreu de. Avaliação de parâmetros relacionados ao treinamento de musculação na terceira idade. Palhoça, 2010. Disponível em Acesso em 15 de Setembro de 2019.

 

TEIXEIRA, Adair Viana; ROCHA, Gustavo Muniz da. Efeito de um protocolo de treinamento de força periodizado sobre a composição corporal de mulheres com idades entre 50 e 60 anos. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, v.8, n.44, p.117-124. Mar./Abril. 2014.