Educar sem punir
Por Gisele Mendes Soares Figueiredo | 04/12/2017 | EducaçãoEm 2011 foi aprovado pelo governo, um projeto de lei cuja sua prioridade é coibir a prática de agressão física contra crianças e adolescentes. Embora essa prática, para muitos é considerada natural e até mesmo aceitável, pois representa apenas um ato de correção, sem caráter punitivo. Além disso, é possível obter relatos de pessoas que "apanharam" de seus pais, e ao invés de revolta, é perceptível certo sentimento de gratidão, pois foram formados - educados como cidadãos íntegros, perante uma sociedade tão relapsa aos valores morais.
Decerto, é possível educar sem punir, a tão popularmente conhecida "palmada", pode (e deve) ser substituída por diálogos e orientações, enfatizando sempre que ausência da palmada não se deve a um projeto de lei, e sim a conscientização por parte de todos os envolvidos, sejam eles: pais, professores, avós, dentre outros. Educar não é uma mera ação que exclui os demais princípios, é preciso que cada comportamento do adulto para com os infantes, sejam embasado em uma metodologia de valorização, que sempre estará implícita sobre a vida dos mesmos.
Em suma, enumerar os pontos positivos ou negativos da lei já aprovada, não trará benefício algum, torna-se necessário um trabalho árduo e contínuo, para que casos de violência infantil não sejam comparados de forma igualitária ao ato de corrigir e orientar.
É sabido que o ser humano possui a capacidade de cognoscência, ou seja, a capacidade de aprender, de adquirir e processar informações, e os adultos, passam por vários ciclos antes de atingirem a idade adulta. Primeiramente, há a fase da infância, esta é marcada por vivências e experiências novas, que podem afetar todo o restante da vida de cada pessoa. Posteriormente, surge a adolescência e a juventude, caracterizada por grandes modificações corporais, psicológicas e emocionais, como também por inúmeros conflitos internos. Vivenciada esta fase, surge a idade adulta, onde o ser humano atinge certa estabilidade no que se diz respeito à aquisição de conhecimentos intelectuais.
Assim, nota-se que o ser humano adquire novos conhecimentos e habilidades que estão em conformidade com as suas próprias experiências de vida. Neste caso, o aprendiz adulto possui mais habilidades e ensinamentos do que pessoas mais novas, como crianças, adolescentes e jovens. A maioria dos adultos já possui experiência profissional, alguns já são estudados, outros não. Diante disso, torna-se relevante que o aluno adulto seja atraído e se encante pelo aprendizado, pois esta seria uma forma adequada de incentivá-lo e atraí-lo para a seara dos estudos, da busca por novas fontes de conhecimento.
Ademais, a lei 9.394 de 1996, prevê, em seu artigo 2°, as diretrizes e bases, bem como os princípios e fins da educação brasileira. O referido artigo trata a educação como um dever da família e do Estado, sendo inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tendo como escopo o pleno desenvolvimento do educando, bem como seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Diante disto, é imprescindível que haja o entendimento do quão é importante que a educação faça parte da vida de qualquer pessoa, em especial o aluno adulto, pois, como já foi mencionado, o aprendiz adulto carrega consigo uma bagagem maior de conhecimentos e experiências do que pessoas mais novas, o que aumentará o êxito da relação aluno-professor e ensino-aprendizagem.