Educar: responsabilidade de quem?

Por alex batalha | 15/08/2009 | Educação

Acredito que é uma responsabilidade conjunta, família e escola têm que caminhar na mesma direção sem que uma desempenhe o papel da outra. Ambas, muitas vezes, parecem caminhar para lados opostos onde a família diz que a educação é só responsabilidade da escola e a escola, por sua vez, alega que são os pais que não cumprem seu papel. Não é necessário ser nenhum gênio para saber quem sai perdendo nesse impasse.

A estrutura da família brasileira não é a mesma de antigamente, por inúmeros motivos não há mais o mesmo convívio familiar de outrora, que garantia muitas vivências benéficas á criança durante os primeiros anos da chamada idade escolar.

Analisando friamente a questão chegaremos á conclusão de que os pais têm a maior responsabilidade na educação de seus filhos. Porém, quando se fala em educação se pensa logo em escola, como se ela fosse a responsável por tudo de bom ou de ruim que acontece na vida das crianças, se assim fosse seria muito bom para a sociedade em geral, mas não é. Não podemos negar a sua responsabilidade no processo educacional de uma criança, porém na minha opinião, um dos grandes entraves da educação no Brasil está na falta de estrutura familiar. Claro que a educação é também responsabilidade dos pais e não só da escola, á escola cabe o complemento educacional, importantíssimo, que não pode ser substituído por nenhuma outra instituição, por outro lado, á família cabe a transmissão de valores (educação no sentido lato).

Atualmente, o que se vê é uma total inversão desses valores, agressões e desrespeito aos professores e pais (quando eles fazem parte da família) são situações corriqueiras. Nesse sentido, a educação avança para um caminho perigoso.

O contato maior dos pais com o trabalho pedagógico ou mesmo com o cotidiano escolar pode ser ferramenta importante para melhorar tanto a relação família/escola quanto o rendimento escolar da criança. As escolas só recebem a família em reuniões de pais e mestres ou quando o filho apresenta alguns problemas, geralmente de comportamento. Uma gestão escolar mais democrática é necessária para essa aproximação, ao passo que a escola queixa-se do grande fardo que lhe está sendo imposto, também não abre efetivamente suas portas para a participação da comunidade de seu entorno.

Alguns jovens estão passando pela escola sem dar a ela o devido valor, sem dúvida sofrerão as conseqüências mais tarde na idade adulta, no mercado de trabalho onde geralmente os despreparados ficam para trás.

Nesse caso deixo a seguinte pergunta: Quem falhou? a escola ou a família?

Ainda há tempo para encontrar o caminho.