EDUCAÇÃO PARA A AUTONOMIA SOB A PERSPECTIVA DE THEODOR ADORNO

Por ANTONIA DARA FARIAS | 22/05/2018 | Filosofia

Resumo

Pretende‐se neste artigo abordar o pensamento de Theodor Adorno, frente a questão da importância de uma formação critico emancipatória por meio da educação, para que o sujeito possa tomar em caráter reflexivo tudo que o cerca na sociedade. Utilizando-se dessa educação para além de promover essa emancipação, a tarefa de evitar a reincidência da barbárie, que ao longo da história ganhou proporções gigantescas, e como acredita o mesmo ainda pode voltara a ocorrer, pois suas origens permanecem intrínsecas na civilização. Analisa-se também nesse artigo questões que o filósofo crer que possa vir a frustrar a conquista da autonomia humana, bem como o teor decisivo do pensamento crítico na formação do indivíduo esclarecido.

Palavraschave: Adorno. Barbárie. Educação. Pensamento Crítico.

1 INTRODUÇÃO

Quando nos propomos a pensar em educação devemos lembrar que a mesma, na sociedade contemporânea, acaba sendo vista apenas como uma convenção pedagógica, não ganha um real sentido e não contribui para a formação de homens emancipados e que possam pensar e agir por conta própria.

Adorno com uma rápida reflexão do século XX, no período da ocorrência do nazismo, fascismo dentre outras correntes genocidas, nos põe a margem de uma reflexão sobre qual deve ser o papel primordial da educação, que conteste e resista a qualquer reincidência a barbárie, contribuindo com a amplitude da autorreflexão crítica. Um ensino que forme homens emancipados é a forma capaz de que velhos horrores acontecidos no passado não se repitam. Uma educação que possa gerar homens autônomos contribui para a libertação humana, uma vez que o indivíduo se apropria de si e de suas próprias reflexões críticas, tem a capacidade de se desvencilhar de ideias gerais e de ideologias alienantes. Uma vez que a educação ganha notoriedade e debates nos dias atuais, mas perde seu real sentido de existência, o presente artigo vem com a intenção de trabalhar a reflexão do indivíduo mostrando a importância dessa reflexão para o bem de todos da sociedade.

O filósofo em questão, refere-se à educação como um processo que deve nos conduzir a autonomia, essa meta a ser atingida é a forma para que a barbárie não volte a acontecer, um ensino pautado desde a primeira infância e que forme homens esclarecidos. Muitas vezes os núcleos educacionais acabam por se colocar como agentes de condução a coletividade cega, sendo que as mesmas acabam sugerindo práticas que levam os educandos a pensarem e agirem de modo retrógrado, e praticarem ações dentro da própria sala de aula, que imitam as antigas práticas nazifascistas. Existe hoje um verdadeiro descaso quando se debate sobre o modo que os núcleos educacionais trabalham a autonomia crítica dos seus educandos, não importando as consequências que podem surgir quando o indivíduo toma para si as verdades alheias, sem qualquer posicionamento seu, uma condução para a renovação da barbárie.

Uma educação deve partir da ideia de formar indivíduos emancipados, dotados de autorreflexão crítica, somente com esse propósito trabalharemos no homem uma força contra a barbárie. A emancipação é um processo para se chegar a autonomia, que em Adorno ganha um caráter social, em vista de que o homem não é um ser isolado, a educação deve ser pressuposto de uma formação emancipatória do indivíduo. É necessário que se trabalhe a visão crítica dos educandos, para que as ideias propagadas pelos meios midiáticos, por qualquer instrumento da indústria cultural não sejam agregadas como verdades substanciais, uma vez que estas são originadas por pressupostos capitalistas. Adorno critica o processo pedagógico, pois este possui a capacidade de conduzir as relações sociais, ele acredita que uma boa projeção de ensino, que se paute em uma humanização do indivíduo desde a infância é um modo eficaz de trabalhar o homem, é preciso, pois, uma reavaliação crítica do que está sendo repassado dentro dos núcleos educacionais, visto que é ali que se pode gerar seres auto reflexivos.

O artigo em questão se dividira em três tópicos. No primeiro intitulado “o terror de Auschiwitz e a necessidade de uma educação contra a barbárie” abordara a visão que Adorno nos apresenta sobre a barbárie que ocorreu na segunda guerra mundial dentro do campo de concentração citado acima, bem como a importância da educação para que não haja uma reincidência a barbárie.

O segundo tópico denominado “Os desafios da educação para chegar a autonomia” busca repassar o que o filosofo reflete acerca do que pode ser nocivo para que a educação não consiga se concretizar como instrumento de uma formação autônoma, na verdade auxilia em um retrocesso a barbárie.

O terceiro tópico explanará a discussão de Adorno frente a questão do pensamento crítico emancipatório e assim se intitula: “A educação emancipatória e o poder do pensamento crítico” contribuindo para uma melhor compreensão da abordagem geral desse artigo. O mesmo parte de uma pesquisa bibliográfica e está apoiado na leitura de textos do autor que servem como auxilio para sustentar as explanações aqui colocadas, como meio de mostrar a importância da educação emancipatória para o indivíduo e para a sociedade em geral.

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