Educação para a autonomia e para a cooperação

Por Geraldo de Andrade Fagundes | 23/04/2013 | Educação

Educação para a autonomia e para a cooperação

                                                       Ranghetti, Dra. Diva Spezia. Práticas Interdisciplinares.

 Vivemos hoje um profundo e acelerado processo de mudanças e transformações que têm nos desafiado a encontrar novas maneiras de pensar e agir em todas as áreas de atividade humana. A globalização e o desenvolvimento tecnológico nos fazem cidadãos do mundo, altera valores e relações sociais, transforma verdades até então absolutas em relativas e traz grande complexidade e incertezas.    

Essa associação/integração nos leva, a maiores possibilidades, porém esse faz necessário um maior conhecimento, além das áreas de nossa formação. O professor é um facilitador, que procura ajudar a que cada um consiga avançar no processo de aprender. Mas tem os limites do conteúdo programático, do tempo de aula, das normas legais. Ele tem uma grande liberdade concreta, na forma de conseguir organizar o processo de ensino-aprendizagem, mas dentro dos parâmetros básicos previstos socialmente.

O aluno não é unicamente nosso cliente que escolhe o que quer. É um cidadãoem desenvolvimento. Háuma interação entre as expectativas dos alunos, as expectativas institucionais e sociais e as possibilidades concretas de cada professor. O professor procura facilitar a fluência, a boa organização e adaptação do curso a cada aluno, mas há limites que todos levarãoem consideração. Apersonalidade do professor é decisiva para o bom êxito do ensino-aprendizagem. Muitos não sabem explorar todas as potencialidades da interação.

Se tivermos que trabalhar com um grupo, não poderemos provavelmente preencher todas as expectativas individuais. Procuraremos encontrar o ponto de equilíbrio entre as expectativas sociais, as do grupo e as individuais. Quando há uma diferença intransponível entre as expectativas grupais e algumas expectativas individuais, incontornáveis em curto prazo, ainda assim, na educação, procuraremos adaptar flexivelmente as propostas, as técnicas, a avaliação (prazo maior, diferentes formas de avaliação). Somente no fim deste processo podemos julgar negativamente - reprovar o outro. É cômodo para o educador jogar sempre a culpa nos alunos, dizendo que não estão preparados, que são problemáticos. A criatividade está em encontrar formas de aproximação dos alunos às nossas propostas, à nossa pessoa.

        Trabalhar com a criatividade e a interdisciplinaridade é conhecer o que está voltado para o ser humano, para suas necessidades reais, e sua função social, e para análise da realidade de seus problemas, suas contradições e possibilidades de superá-los.

        Preparar o educando para saber, analisar os problemas de uma forma geral, a conhecer seus limites.

            Para a autora, Diva Spezia Ranghetti, é importante ter em mente que um projeto interdisciplinar não é ensinado, mas sim vivenciado. Exige a responsabilidade de cada indivíduo e ao mesmo tempo um envolvimento com o projeto propriamente dito, não somente das pessoas envolvidas, mas também da instituição.

            A atitude interdisciplinar precisa ser ousada, sempre aliada à pesquisa, investigação e transformação da insegurança em um exercício de pensar para conseguir construir.

        A necessidade da interdisciplinaridade impõe não só como forma de compreender e modificar o mundo, mas também por uma exigência das ciências, que buscam o saber perdido, ou não adquirido.

            Precisamos reavaliar o conhecimento velho, para termos o ponto de partida para adquirirmos os novos, sendo sempre associados à realidade do educando e o meio em que vive.       

Desta forma iniciamos uma caminhada para uma construção coletiva do conhecimento.

A interdisciplinaridade sustenta princípios como: espera, respeito, desapego, humildade, coerência.  Mas para que todos estes princípios possam ser vivenciados e sustentados é preciso que nos foquemos nos sujeitos das ações, pois além do indivíduo conhecer a si mesmo, é fundamental relacionar-se com o próximo.

A relação pedagógica professor x aluno deve ser embasada em afetividade, é nela que se encontra o equilíbrio para um resultado próspero. Ela dá certo brilho a este relacionamento, o qual desinforma um convívio emotivo, sendo em algumas vezes superados pelos desgastes afetivos que a vida traz ao educando.

A existência de um currículo não pode amarrar as mãos de um professor, deve este, ter flexibilidade para trabalhar de acordo com cada realidade, não ultrapassando a capacidade de seus educandos, para que estes possam sentir e ver seus avanços no conhecimento.

Conhecer os alunos, suas realidades e seus conhecimentos são fundamentais para construir o currículo adequado para cada turma, elegendo assim os conteúdos que são importantes aprender.

Para o sucesso deste currículo é fundamental um planejamento excelente, baseado em projetos e registros que favoreçam estes objetivos.

Para tanto se faz necessário uma postura diferenciada do profissional da educação.    

Desta forma, o educador precisa interagir diretamente com o educando, estabelecendo então uma relação de cumplicidade e afetividade, a qual ajudará a mudar a maneira do educando compreender os conteúdos propostos.

É responsabilidade do professor organizar e conduzir os conteúdos propostos, para tanto, o professor precisa ter o conhecimento sobre o que se propõe a ensinar, para que possa dar vida ao conteúdo. O entusiasmo dos alunos deve vir logo em seguida e o resultado é visto no desenvolvimento e crescimento de sua identidade. É na sala de aula que acontece a transformação, o professor pode impor sem ser autoritário, sem humilhar, colocando as tarefas de forma clara, calma e justificada.

A imposição é um último recurso do professor, não primeiro e único. Sempre que for possível, avançaremos mais pela interação, pela colaboração, pela pesquisa compartilhada do que pela imposição. Desta forma, pode-se perceber que é insignificante separa o conhecimento da prática, pois um depende do outro para um resultado positivo. A interdisciplinaridade é princípio de unificação do conhecimento com a prática.

     

     

Geraldo de Andrade Fagundes

Curso: Docência do Ensino Fundamental, Médio e Superior.

Turma: CEI Arno Bernardes

2010