EDUCAÇÃO INTEGRAL NAS ESCOLAS PÚBLICAS
Por ROSANA RODRIGUES LOPES | 02/10/2015 | Educação
ROSANA RODRIGUES LOPES -1083575
JOSEFA ALVES VIEIRA – 1083572
Licenciatura em Pedagogia
EDUCAÇÃO INTEGRAL NAS ESCOLAS PÚBLICAS
Orientadora: Profª. Esp. Patrícia Kenf Gomes de Walle
Centro Universitário Claretiano
RONDONÓPOLIS
2015
Educação Integral nas Escolas Públicas
Resumo
Este artigo tem como objetivo apresentar qual a finalidade da educação integral nas escolas públicas brasileiras, assunto que vem sendo muito debatido atualmente e constitui-se como um desafio para a educação pública. A concepção de Educação Integral foi introduzida no Brasil na primeira metade de século XX, por educadores de matrizes políticos ideológicos como: Plínio Salgado, católicos e educadores com inerência política: como Anísio Teixeira, responsável pela implantação do primeiro projeto de Educação Integral brasileiro em Salvador, Bahia na década de 1950, o Centro Educacional Carneiro Ribeiro.
Palavra-Chave:
Educação Integral, Formação, Desenvolvimento, Qualidade, Conquista.
Introdução
A implantação da educação integral no Brasil é uma obra que se tornou necessária e chegou ao momento certo, pois estamos vivendo momentos em que a educação pública brasileira ainda tem muito que se fazer. Então foi criada pelo governo federal a escola de tempo integral, onde ela articula dimensões determinantes para transformar a escola, tornando-a uma instituição forte, sólida e capaz impondo sua dinâmica específica aos sujeitos que dela participam, portanto segundo "Anísio Teixeira", a educação escolar integral é um direito que deve ser estendido a todos, garantindo qualidade a todos. Além disso, ele acredita ainda que a educação seja o meio para acabar com as diferenças sociais existentes na sociedade brasileira.
A escola de turno integral pode ser um espaço tempo em que a educação também torne-se integral e integrada, possibilitando a cada educando (a) e educador (a) os desafios e as condições para descobrir-se, assumir-se e ser mais. Sim, com Freire (1995b, p. 96) acreditamos que, "não podendo tudo, a prática educativa pode alguma coisa". Não queremos colocar aqui que Freire é o único a nos apontar possíveis caminhos para uma educação integral; apenas consideramos que ele tem contribuições que podem colaborar quando queremos "mais educação" para ser mais e para aprender a gostar de gente. (MOLL, 2012, p83,84)
Metodologia
Para o alcance dos objetivos foram feitas pesquisas bibliográfica em bibliotecas públicas, sites, desenvolvendo um trabalho qualitativo e quantitativo que contemplem o trabalho da educação integral nas escolas públicas de conhecimento científico, depoimento de um gestor de uma escola que adota essa forma de trabalho a fim de verificar como funciona o Programa Mais Educação/Tempo Integral.
Dia e noite, toma a nação maior e mais intensa consciência de si mesma, de seus problemas, de suas contradições, de suas desigualdades, de seus diferentes níveis e modos de viver, de suas distâncias físicas e psicológicas, de sua pobreza e de sua riqueza, do seu progresso e do e seu atraso, e, reunindo todas as suas forças, prepara-se para uma nova integração, em um grande esforço de reconstrução e desenvolvimento. Nesse processo de reconstrução, nenhum problema é mais essencial que o da escola, pois por ela é que se efetivará o novo senso de consciência nacional e se afirmará a possibilidade de se fazer permanente e progressiva a grande mobilização do esforço brasileiro.(TEIXEIRA, 1958 p.129).
Desenvolvimento
A formulação da proposta de uma Educação Integral concretiza um ideal de uma Educação Pública Nacional e Democrática, que contextualizam historicamente os problemas segundo os desafios, avanços e limites do sistema educacional e da organização curricular no século 21, que está caminhando na direção oposta à despolarização social e da minimização dos efeitos e das possibilidades do trabalho escolar.
Conforme Guará (2006), que conceber uma perspectiva da educação como formação integral implica-se em compreender e significar o processo educativo, como condição para a ampliação do desenvolvimento humano. Em reflexões sobre a educação integral, destacamos que para garantir a qualidade da educação básica é preciso que consideremos o processo educativo e que compreendamos a relação da aprendizagem das crianças e dos adolescentes com a sua vida e com sua comunidade. Para dar conta dessa qualidade, é necessário que o conjunto de conhecimentos sistematizados e organizados no currículo escolar também inclua práticas, habilidades, costumes, crenças e valores que estão na base da vida cotidiana e que, articulados ao saber acadêmico, constituem o currículo necessário à vida em sociedade.
Então nesse sentido, podemos afirmar que a educação integral é fruto de debates entre o poder público, comunidade escolar e a sociedade civil, de forma a assegurar o compromisso coletivo com a construção de um projeto de educação que estimula o respeito aos direitos humanos e o exercício da democracia. Esses debates representam a valorização da pluralidade de saberes e a criação de momentos privilegiados em que se possa compreender a importância das distintas formas de conhecimento e suas expressões no mundo contemporâneo. Desse modo, retomam-se questões candentes como necessidade de significação da relação com a natureza, na perspectiva da sustentabilidade ambiental, na pauta da construção de um projeto de sociedade democrática em relação ao acesso, usufruto, produção e difusão de saberes, espaços, bens culturais e recursos em geral, numa interação em rede com diferentes espaços sociais da cidade. A construção de oferta de educação integral, como afirma "Torres" (2006), está destacado na participação social orientando, influenciando e decidindo sobre os assuntos públicos.
Instituir o debate para construir uma proposta de Educação Integral, representa o convite para a criação de estratégias que assegurem ás crianças, aos adolescentes e aos jovens o acesso aos veículos de comunicação, ao domínio de diferentes linguagens, à prática da leitura, à crítica e, principalmente, à produção de comunicação como instrumento de participação democrática. Trata-se de instituir uma mobilização conseqüente para a formação que reconheça a diversidade como patrimônio fundamental da sociedade, que incentive a educação ambiental e o respeito aos direitos humanos.
A educação integral tem sido um ideal presente na legislação educacional brasileira e nas formulações de nossos mais lúcidos educadores. Iniciativas diversas, em diferentes momentos da vida pública do país, levaram esse ideal para perto das escolas implantado propostas e modelos de grande riqueza, mas pontuais e esporádicos.
Centro Educacional Carneiro Ribeiro em Salvador, Bahia em (1953), Anísio Teixeira (1959) reforça sua visão sobre a educação integral que deve educar formar hábitos, atitudes, cultivar e conquistar, preparando as crianças para a sua civilização, civilização esta que está tão difícil de ser alçada.
Podemos dizer que a educação integral se caracteriza pela busca a mais completa possível para o ser humano.
Por esse motivo, ao refletirmos sobre educação integral, não é possível realizarmos um transplante de idéias é preciso construir concepções próprias para que as instituições públicas de ensino com essas características, alicerçadas na sociedade consiga inserir no horizonte de continuidades que pretendem construir.
Aqui no Brasil, podemos dizer que foi Anísio Teixeira, na década de 50, que se iniciaram as primeiras tentativas de implantação de um sistema público de escolas com a finalidade de promover uma jornada escolar em tempo integral, consubstanciada em uma formação completa.
Hoje, em pleno século 21, encontramos experiências diversas no sentido da promoção de educação integral em jornada ampliada, mas as duas propostas citadas sempre aparecem como emblemáticas, tendo em vista as concepções e práticas que formularam.
Sendo ele, Anísio Teixeira, um dos mentores intelectuais do manifesto dos pioneiros da Escola Nova, pensando na ampliação de um sistema público de ensino para o país, propunha uma educação em que a escola "desse as crianças um programa
completo de leitura, aritmética e escrita, ciências físicas e sociais e mais artes industriais, desenho, musica, dança e educação física, saúde e alimento à criança".
Com essa concepção e experiência, ele colocou em prática, permitindo e afirmando que a educação integral se caracteriza pela idéia de uma formação mais completa possível, para o ser humano, embora não houvesse consenso sobre o que se convencionar a chamar de formação completa e, muito menos, sobre quais pressupostos e metodologias constituiriam. Apesar dessa ausência de entendimento, é possível afirmar que as formas de idéias sobre a educação integral, circulantes até o momento fundamentando os princípios político-ideológicos que mantêm naturezas semelhantes, em torno das atividades educativas.
O debate desencadeado pelo ministério da educação representa para nós a oportunidade de clarear a atividade à diversidade sobre o conhecimento, a atualidade e as possibilidades sobre a Educação Integral.
Mediante a qualidade do cenário educacional brasileiro, o duplo desafio educação/proteção no contexto de uma "Educação Integral em tempo Integral", amplia-se as possibilidades de atendimento, cabe agora à escola assumir com qualidade que para uns, desfigura e, para outros a acolhe como um espaço realmente democrático. Com isso, a escola pública passa a incorporar um conjunto de responsabilidades que não eram vistas como trabalhos escolares, mas que, se não estiverem garantidas, podem tornar-se inviável o trabalho pedagógico das escolas.
Diante desses acontecimentos, aos educadores, também vêm sendo discutidas as tarefas que não lhes competiam há algum tempo atrás, o que torna ainda mais frágil em relação que se estabelece entre esses profissionais e a escola como são encontrados hoje. Esse conjunto de elementos que desafia a nova postura profissional deve ser construído por meio de processos formativos permanentes.
Ao falarmos sobre Educação Integral implica-se, então, em considerar as questões das variáveis: tempo e espaço. Quando se fala de tempo esta se referenciando á ampliação da jornada de trabalho escola e espaço, com referência aos territórios em que cada escola está situada. Tratando-se de tempos e espaços escolares está sendo reconhecidos graças às vivências de novas oportunidades de aprendizagem, para a aproximação pedagógica de espaço de socialização e de diálogo com a comunidade escolar local, regional e global.
Os estudos que consideram a qualidade do ensino estão alicerçados nessa grande relação de tempos e essa ampliação na jornada escolar pode alavancar qualidades, já
para outros, a extensão no horário escolar, por si só, não garante o incremento qualitativo do ensino, mas carregando possibilidades de um potencial disse (Cavalieri, 2002) "essa rede de extensão não aderiu ao conceito de intensidade, capaz de traduzir uma conjunção qualitativa de trabalhos educativos" já (Coelho) afirma que, de nada adiantará esticar a corda do tempo, ela não redimensionará a esse espaço. É nesse contexto, que a educação emerge como uma perspectiva capaz de re-significar os tempos e os espaços escolares.
O Programa Mais Educação na Escola Estadual "João Borges Vieira"
Entrevista
A diretora da escola disse que o programa teve início em 2013, ainda é novo para a escola está passando por fase de adaptação, tanto para os educadores quanto para os alunos.
É possível já verificar a crescente aceitação do programa por parte da comunidade escolar, visto que no início ninguém via com positividade.
A Educação Integral aqui na escola João Borges Vieira trouxe alguns transtornos para adaptação, nada que algo novo não traga, mas tem contribuído de forma positiva para formação dos alunos uma vez que em seus macro-campos de atendimento tem oferecido atividades que contempla a nossa realidade, diz a diretora, como por exemplo: os canteiros sustentáveis. Foi através dessa atividade desenvolvida no Programa Mais Educação que a escola pôde mostrar aos educando a possibilidade de adquirir dentro das próprias meio, condições de subsistência sem a necessidade de ir para os grandes centros urbanos.
Enfatizou que enquanto gestora da escola acredita que o MEC trará mudanças para o ensino, uma vez que amplia a jornada da criança na escola, oferecendo a ela oportunidade de aprender outras coisas alem dos conteúdos curriculares. Prosseguiu quanto ao rendimento na aprendizagem dos alunos que vem das fazendas e sítios vizinhos a escola passa por algumas barreiras como: cansaço e sono, já que alguns acordam muito cedo para vir para escola.
Além do macro campo de meio Ambiente desenvolvemos também o Esporte e Lazer, Artes Educação Patrimonial e Acompanhamento Pedagógico.
Esporte e lazer onde trabalhamos bem diversificado, além dos esportes escolhidos dentro deste macro campo são oficinas mais desejadas dos nossos alunos, pois oferece também a recreação de forma criativa e lúdica, porém, sentimos dificuldades de uma execução melhor, pois o funcionamento é no período vespertino e nesse horário o sol é muito quente e muitas vezes os alunos são prejudicados, até mesmo no período chuvoso, pois a quadra não é coberta e a escola atende o Ensino Médio neste horário e algumas vezes no esporte e até mesmo nas outras atividades pode haver barulho nos arredores ou no pátio interno e externo da escola e isso dificulta o andamento das atividades do ensino médio e também no funcionamento das aulas dos outros professores. Na aula de Arte e Educação Patrimonial procuramos trabalhar também diferenciado e interagindo com a escola e funcionários, pois precisamos estar atentos com datas comemorativas e eventos da escola e de outras instituições, porque procuramos estarmos juntos participando diariamente com jogos, danças, teatros, apresentações e lembrancinhas confeccionadas pelos alunos e monitores no horário do projeto e em outros momentos do contra- turno, pois o tempo no horário de funcionamento junto com os alunos é curto, porque as oficinas têm rotatividade de quarenta e cinco minutos aulas, sendo assim procuramos nos adequar a esses imprevistos e participarmos com criatividade e responsabilidade. No macro campo de canteiros sustentável vimos à necessidade de se ter a horta na comunidade escolar, que antes não tinha. Sabendo da importância de termos alimentos saudáveis e frescos colhidos na hora de consumir e além de atender a demanda da escola, com isso os alunos procuram trabalhar com responsabilidade e compromisso, e que verduras e legumes além de consumidos na escola, e que a produção além de atender a demanda escolar eles também levam para o próprio consumo em casa. O Apoio Pedagógico é uma atividade que o aluno obrigatoriamente deve participar desta oficina a mesma tem tido um resultado satisfatório, pois sempre se trabalha com metodologia diferenciada e s em diálogo com professores regentes das salas de aula. Em seguida a gestora fez uma breve colocação em relação à estrutura física, a escola ainda não está adequada, pois não tem banheiros com chuveiros, quadra esportiva coberta e falta salas adequada para as oficinas, mas sempre se faz adequações para que o programa possa ser executado da melhor maneira possível, visando o conforto e o aprendizado do aluno.
Conclusão
A educação integral é um fator fundamental para se melhorar a sociedade em que vivemos, portanto fazem-se necessários investimentos públicos nesse campo. Por isso o Programa de Educação integral é uma das inovações que veio contribuir para que seja oferecido um ensino de qualidade, com o objetivo de oferecer as crianças e jovens das escolas públicas mais contato na aprendizagem cultural, artístico, esportivo, de direitos humanos, de meio ambiente, de inclusão digital, de saúde e sexualidade. Assim esses alunos vão ter a oportunidade de se tornarem pessoas com capacidades para enfrentar a vida, sendo cidadãos competentes. Ainda que sejam encontradas algumas dificuldades durante esse processo de atuação, surgiu o Programa Mais Educação, para contribuir com a educação, percebeu que apesar dos desafios encontrados, há muitos pontos positivos na Educação Integral, que melhora o rendimento escolar, supre as necessidades extracurriculares dos alunos, trazem tranqüilidade às famílias quanto ao cotidiano das crianças e adolescentes, que favorece um melhor aproveitamento do tempo e contribui para a formação de cidadãos de bem, pois, a educação tem um papel significativo e imprescindível na formação humana.
Referências Bibliográficas
EDUCAÇÂO EM TEMPO INTEGRAL: NOVOS DESAFIOS...
WWW.funedi.edu.br/revista/files/...//educação em tempo integral.pdf
Acesso em 13/02/2015
MOLL, Jaqueline.
Reinventar a escola dialogando com a comunidade e com a cidade: novos itinerários educativos. Porto Alegre: Penso, 2012.
MOLL, Jaqueline. Et al.
Caminhos da educação integral no Brasil: direito a outros tempos e espaços educativos educacionais. Porto Alegre: Penso, 2012.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (matemática, Língua Portuguesa, Ciências Naturais, Geografia e História). Ministério da Educação/Secretaria de Educação Fundamental, 1997.
REDE DE SABERES MAIS EDUCAÇÃO: pressupostos para projetos pedagógicos de educação integral: caderno para professores e diretores de escolas, -1. Ed.- Brasília: Ministério da educação, 2009.
Série Mais Educação EDUCAÇÂO INTEGRAL – Ministério da ...