Educação infantil um novo olhar
Por CLÁUDIA CRISTINA MUSACCHIO GOMES | 25/07/2014 | EducaçãoEDUCAÇÃO INFANTIL UM NOVO OLHAR
Refletir sobre o modo de formar as crianças da educação infantil em espaços públicos da educação coletiva, em que as relações demandam por interações e em práticas educativas com uma pedagogia voltadas para as experiências cotidianas, e processos de aprendizagens alicerçados no cuidar e ensinar nos leva a repensar sobre as conquistas adquiridas, em que as instituições possuem autonomias para desenvolver seu currículo e os educadores e demais funcionários desenvolvem um papel fundamental na formação das crianças. A escola de educação infantil é um espaço privilegiado de convivência e ampliação de conhecimentos e diferentes saberes entre o adulto e a criança. A Educação Infantil é a primeira etapa da educação básica, tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. De acordo com A LDB A educação infantil será oferecida em creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade, pré-escola, para crianças de quatro a seis anos de idade.
Nesta alínea faremos um breve relato histórico dos avanços na educação infantil que permeia a educação das crianças de zero a cinco anos de idade. A realidade do município de Itaqui e da escola parceira de estágio de docência: relações entre o “educar” e o “ensinar” na educação infantil. E mais, quais as dificuldades/limites ainda são percebidos na realidade do Município e da escola parceira? Que práticas poderiam ser efetivadas para que as orientações das DCNEI fossem concretizadas no cotidiano da Ed. Infantil?
Os avanços na área da educação infantil mostram visíveis possibilidades de melhorias na qualidade do ensino e do cuidar direcionado as crianças, sem distinção de raça, cultura, religião e classe social. No entanto, para que se compreenda um pouco com ocorreu este processo vamos retomar um pouco sobre a história da educação infantil. A partir do século XIX a constituição da entidade das crechese pré-escolas no nosso país foi marcada por diferenciações em relação à classe social das crianças. O cuidar e ensinar ocorria separado, pois para os de classe pobre era oferecido apenas o cuidar assistencialista e para os de classe rica o atendimento se desenvolveu no diálogo com práticas escolares. Contudo durante muito tempo, predominou uma política caracterizada pela ausência de investimentos públicos e pela não profissionalização da área.
- · Em 1988 o atendimento em creches e pré-escolas como um direito social das crianças se concretiza, creches e escolas passam a construir nova identidade na busca de superação de posições antagônicas e fragmentadas. A Lei n° 9.394/96 a LDB introduz a integração das creches nos sistemas de ensino, vista como primeira etapa da Educação Básica com atendimento gratuito em creches e pré-escolas.
- · Plano Nacional de educação (PNE) Lei n° 10.172/2001, lançou metas para que a Educação Infantil alcançasse no final da vigência de 2011 50% das crianças de 0 a 3 anos e 80% das de 4 a 5 anos, metas que ainda persistem como um grande desafio a ser enfrentado pelo país. Resolução CNE/CEB n° 1/99 e Parecer CNE/CNBn° 22/98 explicitou princípios e orientações para os sistemas de ensino na organização, articulação, desenvolvimento e avaliação de propostas pedagógicas apontando novos desafios para a Educação Infantil, exigindo a reformulação e atualização dessas Diretrizes.
A ampliação das matrículas, a regularização do funcionamento das instituições, a diminuição de docentes não habilitados na Educação Infantil e o aumento da pressão pelo atendimento colocam novas demandas para a política de Educação Infantil: Propostas pedagógicas, aos saberes e fazeres dos professores, às práticas e projetos cotidianos desenvolvidos junto às crianças, ampliam a obrigatoriedade na Educação básica, reforça a exigência de novo marcos normativo na Educação Infantil.
No entanto, ainda se faz urgente a construção de mais escolas de educação infantil, pois a demanda é grande, e apesar das metas elaboradas pelo Plano Nacional de educação em ter 50% das crianças de 0 a 3 anos e 80% das de 4 a 5 anos, nas escolas, isto no ano de 2011, esta se torna um real desafio na atualidade.
Além disso, temos outros pontos que foram que podem ser destacados: Espaços físicos- Salas pequenas, banheiro fora da sala de aula, pouco espaço no pátio, entre outros fatores.
Qualificação do profissional- Em geral, nas creches o número de pessoas sem qualificação na área da educação infantil é maior do que a dos profissionais com formação especifica exigida pela LDB ensino médio curso normal ou formação em pedagogia.
A educação através de um processo contínuo sofreu grandes modificações, num processo individual e coletivo, social e histórico. Com o surgimento da Revolução Industrial e o advento capitalista nasceu a necessidade da criação de locais onde as crianças pudessem ser cuidadas para que sua mães ingressassem no mercado de trabalho. Apesar de grandes avanços nos direitos adquiridos à criança ainda hoje ela é vista como um adulto em miniatura por muitos profissionais da educação Infantil que buscam apenas cuidar ou ensinar, sendo que estas ações se complementam. Pois, período que acriança passa na educação infantil, é de suma importância para o seu desenvolvimento afetivo, social e integral. À medida que a criança cresce passa por diferentes fases, ampliando suas relações, que são experiências vivenciadas com os diferenciados grupos de colegas, professores e demais profissionais da EI. O adulto não pode impor seu mundo à criança, ele o adulto é quem deve aproximar-se do mundo da criança.
Quanto mais espaço de expressar seus sentimentos, sua maneira de sair de situações seja de conflitos ou não ajudará na construção de seu aprendizado, ela crescerá segura. O professor de EI tem que estar bem fundamentado,
conhecer as diversas fases do desenvolvimento das crianças, para planejar suas aulas de modo a atender à necessidade de sua turma considerando o ritmo de cada um.
Para isso, a avaliação deve ser constante, e a reavaliação de sua prática também, a prática que o educador usa, espelhará aquilo que o conduz no seu fazer pedagógico que deve ser embasado no diálogo em ouvir, compreender as crianças e uma grande oportunidade é a roda da conversa.
A roda da conversa é um momento privilegiado de diálogo e permuta de ideias, a fluência para falar se amplia, e as crianças ficam mais confiantes em perguntar, expor suas duvidas, se aproxima mais do grande grupo. O lúdico é outro aliado, pois, através do brincar se desenvolve habilidades de forma natural, a motricidade, a mente a criatividade se libertam com prazer. PIAGET (1967) “O jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para resgatar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral.” Apesar da brinquedeoteca ser um espaço que permite essa liberdade de expressar sua criatividade, não pode ser o único momento do lúdico se fazer presente, pois este deve estar diariamente entre uma atividade e outra, nas efetivações das práticas pedagógicas.
Contudo, apesar dos notáveis avanços não podemos pensar na educação infantil apenas como mais uma etapa da educação básica, é preciso termos nossas mentes abertas para o novo e acompanhar os desenvolvimentos da criança, para que suas fases dos desenvolvimentos não sejam puladas, é através da experimentação que a criança se descobre e desvenda o meio a sua volta.
“A pedagogia que me toca é a pedagogia que escuta provoca e vive a difícil experiência da liberdade...” Paulo Freire
REFERÊNCIAS: BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. BRASIL Referencial curricular nacional para a educação infantil: conhecimento de mundo. Brasília: MEC/SEF, 1998b. V.2. BRASIL. Resolução n. 5, de 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Conselho Nacional de educação/Câmara de educação Básica. Brasília: CNE/CEB, 29. PIAGET, Jean. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.