Educação Inclusiva: Quebra de Paradigmas, desafios enfrentados no cotidiano escolar

Por Juliana Andreia Christ Schizzi | 09/09/2020 | Educação

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: QUEBRA DE PARADIGMAS, DESAFIOS ENFRENTADOS NO COTIDIANO ESCOLAR

Juliana Andréia Christ Schizzi¹

Luciana Pedrolo²

Vera Lúcia Gregory³

Cristiane de Oliveira Centa Bordin4

 

                                                                                           

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo relatar experiências tanto positivas, quanto negativas, enfrentadas no cotidiano escolar, focando o processo da educação inclusiva como forma de interação e socialização de crianças com necessidades especiais em escolas de Ensino Regular. Trazemos também algumas dificuldades enfrentadas pelos educadores, quando os mesmos chegam até as escolas e se deparam com desafios complexos, onde a falta de uma preparação específica no atendimento educacional especializado (AEE) faz toda a diferença. Sendo assim, o trabalho pedagógico com crianças que necessitam de acompanhamento especializado enfrenta sérias dificuldades. Em virtude disso, foi realizado um questionário simples para coletar dados, tanto de educadores que trabalham na Educação Infantil, quanto no Ensino Regular, tendo como foco da pesquisa o levantamento de dados para investigar se os professores estão preparados ou não para encarar o desafio de trabalhar com alunos inclusos.

Palavras-chave: inclusão, desafios, aprendizagem.

 

 

 

ABSTRACT

 

This paper aims to report both positive and negative experiences faced in school life, focusing on the process of inclusive education as a way of interaction and socialization of children with special needs in schools of Regular Education. We also bring some difficulties faced by educators, when they arrive at schools and face complex challenges, where the lack of specific preparation in specialized educational assistance (ESA) makes all the difference. Thus, pedagogical work with children who need specialized assistance faces serious difficulties. As a result, a simple questionnaire was carried out to collect data, both from educators working in Early Childhood Education and in Regular Education, with the focus of research being to collect data to investigate whether teachers are prepared or not to face the challenge of work with included students.

Keywords: inclusion, challenges, learning.

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

Na atualidade, a inclusão vem sendo destacada como forma de socialização, interação e crescimento intelectual de pessoas com de necessidades especiais, NE, neste caso, voltadas às crianças da educação infantil e séries iniciais. A Educação Inclusiva deve ser tratada como uma ferramenta básica para inserção do sujeito em um meio social, para que este adquira independência, autonomia e formação plena de cidadania. A escola está cada dia mais incumbida de realizar a mediação para este fim. Durante muito tempo o dissemelhante foi visto com olhares preconceituosos e, por esta razão, excluído do meio social. Políticas públicas tiveram que ser criadas, leis e decretos formulados para que a pessoa com necessidades especiais fosse vista como sujeito, possuindo assim o direito de ser diferente e ter amparo legal, pois segundo Silva, a diferença (vem) do múltiplo e não do diverso [...] a diversidade reafirma o idêntico. E a multiplicidade estimula a diferença [...]. A Educação Inclusiva deve ser vista tanto para a comunidade, quanto pela escola e família como algo ‘conquistado’ no decorrer dos séculos; cujos erros e acertos resultaram de experimentos e que na real situação global, a formação continuada do corpo docente é primordial para que a Educação Inclusiva realmente seja efetivada, bem como os trabalhos interdisciplinares, tanto na área educacional quanto na área médica, habilitem profissionais para a realizarem esta tarefa.

 

 

1. Um pouco de história 

 

Saber como atuar com pessoas com necessidades especiais, voltando o tema abordado para o educar pedagógico, requer muita análise, estudo, aprofundamento teórico e busca de novos desafios. Muitos estudos foram feitos por historiadores, pesquisadores, identificando que a Idade Pré-Cristã/Pré-Histórica foi muito marcada pelo abandono e falta de zelo às pessoas com necessidades especiais. Estas eram abandonadas, muitas vezes até eliminadas de forma brutal pela ignorância intelectual da época. Posteriormente a esta fase, os portadores de tais necessidades eram encaminhados para instituições especializadas, com fins filantrópicos/ religiosos, tornando-se criaturas de Deus, vistos como alguém com direitos e possibilidades. Porém somente no final do século XIX, inicia-se uma nova fase, cujos indivíduos passam a ser vistos nos direitos sociais, culturais e educacionais.  E na década de 70, surgem movimentos pela integração social de pessoas com deficiências em ambientes educacionais. A evolução e a conquista de direitos e oportunidades se consolidou através da Declaração de Salamanca (1994), pela qual 92 países e 25 organizações internacionais se comprometeram em pôr em prática os princípios fundamentais das escolas inclusivas, sempre que possível e independente das dificuldades, todos os alunos devem aprender juntos. Entende-se que é preciso um conjunto de apoiadores e de serviços para que seja efetivado um bom trabalho inclusivo dentro das instituições de ensino. Pois a educação é feita de paradigmas, sendo que um dos desafios da atualidade é a inclusão escolar com o saber incluir.

 

 

2. Quebras de paradigmas e desafios encontrados: relatos de experiências

 

 A realidade nos dias atuais, fomenta a inclusão como tema central. Quando se fala em interdisciplinaridade em educação especial, pessoas com necessidades educacionais especializadas, diariamente estão chegando ao âmbito escolar, trazendo consigo bagagens culturais e familiares, traumas, preconceitos, superproteção e muitos educadores são inexperientes e despreparados para atuar nesta realidade, pois falta apoio estrutural e pedagógico de profissionais da área de educação especial. Trabalhar a inclusão é um assunto que causa certa insegurança diante das dificuldades que os educadores encontram quando recebem um aluno com necessidades especiais em sala de aula, visto que muitos professores se questionam sobre o que fazer ou como agir diante deste aluno, independente das capacidades afetadas, mental e/ou motora. Percebe-se assim, que é de suma importância todos os profissionais de educação trabalharem em equipe. O despreparo para enfrentar esta realidade pode levar o professor à frustração pessoal e também a um sentimento de piedade para com o aluno incluso e então, sentir-se perdido e incapaz de transmitir os conhecimentos científicos, morais e sociais, desenvolvendo assim atividades que não suprem a necessidade de aprendizado daquele educando.

É indispensável a formação de cidadãos conscientes e críticos, bem como o recebimento de formação continuada sobre o assunto, com profissionais capacitados que possam passar conceitos que levam a entender as diversas maneiras de ajudar no entendimento dos conflitos internos que ocorrem com os professores de AEE. Dessa forma, se fortalece cada profissional da educação para trabalhar de forma consistente e segura toda a vez que surgirem dificuldades no decorrer da sua prática pedagógica. Esta seria uma boa maneira de trabalhar a interdisciplinaridade bem como estimular o educador a buscar novas conquistas pessoais e formações. Além disso, também existe a dificuldade material em muitas escolas, sendo necessário uma estrutura adequada, melhorias e adaptações no quesito mobiliário e de materiais de estudo, brinquedos, instrumentos para que as pessoas com necessidades especiais, neste caso crianças,  possam absorver o conhecimento assim como os demais educandos, com possibilidades e acompanhar o currículo escolar, conforme suas especificidades. Para isso, é necessário ter uma equipe de profissionais preparados, professores, pedagogos, fonoaudiólogo, psicólogos, dentre outros especialistas, para garantir o processo de ensino-aprendizagem e inclusão com qualidade e ainda, um monitor exclusivo para a criança com necessidade especial, durante todo o dia, ajudaria muito no quesito, incluir com qualidade.

A Educação é feita de padrões idealizadores. Os profissionais atuantes nas escolas, diariamente estão sendo desafiados a mudar velhas concepções e aprender a lidar com o incerto, o que gera muitas inseguranças. Mattos defende que o grande desafio para a implementação de uma Escola Inclusiva é proporcionar capacitação aos professores, para que estes possam adequar suas práticas pedagógicas à grande diversidade que é a inclusão. Chyla relata que para que se tenha sucesso na prática educativa inclusiva, é necessário professores, equipe de apoio sendo suportes uns dos outros, proporcionando um ambiente acolhedor de aprendizagem para que a educação inclusiva seja realmente efetivada. Conversando com educadores da rede municipal, reportando desabafos e críticas construtivas bem como indagações em entrevista fechada, através de coleta de dados, percebe-se que a maior insegurança dos mesmos é saber o que fazer em suas práticas, não somente na teoria, sendo que a maioria das crianças chegam às escolas sem laudos específicos, fica sob a responsabilidade do profissional de suporte – psicopedagogos, Especialistas em Atendimento Educacional Especializado, fazer sondagens,  investigações e testagens, para auxiliar no trabalho do professor dentro da sala de aula.  Nessa premissa, foram entrevistados cinco profissionais atuantes nas séries Iniciais e cinco professores de Educação Infantil, os quais possuem de 20 a 60 anos de idade, todos com mais de cinco anos de atuação em sua área educacional. Todos trabalham em Escolas de Educação Infantil e Escolas de Ensino Regular nas redes Estadual e Municipal. Os profissionais foram convidados a relatar suas experiências pedagógicas voltadas ao tema norteador.

 

Você como Educador. Sente-se despreparado para atuar com crianças com Necessidades Especiais? Justifique.


Figura 01

Observando a figura 01, percebe-se que a grande maioria dos educadores entrevistados sente-se despreparados para trabalhar com crianças com necessidades especiais. Estes relataram também como justificativa a necessidade de capacitação e formação continuada para os profissionais, voltadas às práticas de educação inclusiva. Relatou-se também que “é necessário um aprimoramento mais específico e concreto”, de como trabalhar a socialização da criança com o meio. Sabe-se que existe profissionais competentes, porém a grande dificuldade é incluir a criança com os demais, para que suas capacidades sejam desenvolvidas na integralidade, apesar de suas limitações. A maioria das pessoas subentende a educação inclusiva como acessibilidade, ou seja, acesso a cadeirantes, rampas, porém as crianças que estão chegando às escolas possuem inúmeras deficiências tanto motoras como intelectuais e todas estas precisam ser observadas e trabalhadas da melhor forma.

 

Figura 02

 

A figura 02 demonstra que a maioria dos educadores já passou pela experiência de trabalhar com crianças com algum tipo de Necessidade Educacional Especial. Relatou-se também que já houve o atendimento de uma criança portadora de hidrocefalia na idade de alfabetização, sendo que este foi um grande desafio para o educador, que precisou pesquisar alternativas sobre o que fazer e como fazer diante do desafio, não tendo suporte humano. Apesar das dificuldades, o avanço foi satisfatório, motivando o educador a buscar especialização sobre o tema. Outro educador relata que sempre há inclusão nas turmas de séries iniciais e que cabe ao professor titular buscar alternativas para desenvolver um bom trabalho. Para que isso ocorra, são necessários materiais e suportes pedagógicos para as atividades, bem como recursos humanos, o uso de tecnologias midiáticas foram citadas também.

O desafio epopeico citado diversas vezes, foi que o professor para trabalhar com inclusão deve buscar aperfeiçoamento, este fora de seu turno de trabalho, como atividade extracurricular, muitas vezes frustradas, por não ter um norte, onde possa se fixar. Outra experiência relatada foi de que algumas famílias de crianças com certas necessidades, muitas vezes não aceitam que seus filhos precisam de ajuda e/ou de um olhar educacional especializado. Esta negação prejudica muito a aprendizagem do educando. Muitas vezes o olhar preconceituoso vem desta não aceitação. Quando a criança tem um laudo fica mais acessível e coerente trabalhar. A frustração de não saber qual é o diagnóstico médico da criança somada à atuação de pessoas despreparadas, fazem com que a inclusão não seja efetivada, ficando muitas vezes somente na teoria. Outro relato levantado foi que a falta de apoio pessoal e pedagógico faz com que os professores se sintam impotentes, mas como profissionais comprometidos na causa que atuam, buscam alternativas através de leituras, cursos, especializações.

 Várias reflexões foram levantadas, angústias compartilhadas e somente um educador relatou que se sente preparado para atuar com crianças com necessidades especiais, pois o mesmo, fez sua especialização sobre educação inclusiva. Citou que jogos educativos voltados ao lúdico devem ser levados em conta para uma boa prática pedagógica voltada ao tema abordado. Entende-se que a formação e a capacitação continuada para professores seria de grande valia para que certas inseguranças sejam sanadas e uma educação inclusiva de qualidade possa ser ofertada nas instituições de ensino. É preciso que a teoria seja articulada na prática, bem como o saber fazer e o como fazer em se tratando de práticas pedagógicas com crianças possuidoras de Necessidades Especiais.

Levando em consideração as experiências e trocas realizadas em sala de aula com alunos com necessidades especiais e com dificuldades de aprendizagem, uma educadora relatou que enquanto professora titular da turma, não houve para esse atendimento nenhum curso de formação.  Então se fez necessário um atendimento multidisciplinar que pudesse dar conta do apoio que o educando precisou. Este atendimento foi essencial para o bom andamento da aprendizagem, uma vez que o educando necessitou de atendimento individualizado, o que para o professor em sala de aula com mais 20 alunos torna-se impossível. A presença de um auxiliar-monitor junto ao professor durante as aulas garante ao educando com necessidade especial uma melhor qualidade no atendimento e uma comunicação mais eficaz entre professor-aluno. É indispensável monitoria especial para um melhor desempenho do trabalho pedagógico com aluno incluso.

Outro aspecto é a questão familiar, que deve ser abordada com muito cuidado priorizando o atendimento. As escolas estão se adaptando a esta realidade, mas na prática diária, o professor ainda enfrenta dificuldades, que vão sendo vencidas através de experiências e trocas no convívio com o educando. Este vai então mostrando qual o melhor caminho a percorrer para que de fato ocorra desenvolvimento e aprendizagem. Não existe uma fórmula a ser executada. Existe é vontade de fazer as práticas pedagógicas darem certo, mesmo enfrentando a falta de apoio e discernimento dos pais ou a falta do quadro de pessoal para o trabalho multidisciplinar, ou até mesmo sem monitoria. O desenvolvimento de alguns educandos, muitas vezes, pode se dar a passos lentos, mas afinal cada um tem o seu tempo de aprendizagem. Não bastasse tantas adversidades, ainda ter que se conviver com uma sociedade que muitas vezes julga o professor como preconceituoso em relação aos Portadores de Necessidades Especiais. Mas na verdade o que acontece é o temor e receio que o professor sente frente a algo desconhecido. Desconhecido este, com o qual o professor vai ter que conviver e dar conta da aprendizagem e desenvolvimento. Com esta percepção, necessita-se ter mais pessoas disponíveis e dispostas a compartilhar experiências, buscando assim caminhos diferentes e mais assertivos na busca pela melhor qualidade de atendimento educacional especializado. Sendo que para uma verdadeira teoria-prática pedagógica voltada ao tema de quebra de paradigmas, os profissionais de salas de recursos - Atendimento Educacional Especializado, precisam trabalhar juntos, tanto na prática, mostrando caminhos, quanto na teoria, elos de uma corrente com os educadores que enfrentam diariamente e muitas vezes isolados, muitos problemas que poderiam ser resolvidos com trabalhos em equipe.

 

 

3. Atribuições dos Especialistas em Atendimento Especializado

 

O Atendimento Educacional Especializado, seguindo orientações da Carta Magna e da Constituição Brasileira de 1988, em seu artigo 205, relata que a “Educação é um direito de todos e dever do Estado e da Família, cumprir o mesmo; visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para a cidadania e qualificação para o desenvolvimento profissional”. A criança com necessidades especiais, quando chega na idade escolar tem o direito de frequentar instituições regulares de ensino. As escolas precisam oferecer espaço e oportunidades às crianças e jovens portadores de deficiências. A educação especial é uma modalidade transversal, faz-se necessário uma mudança de postura do professor titular que precisará da ajuda do profissional especializado no tema.

O educador do Atendimento Especializado deve interagir efetivamente com o professor titular da turma, seja realizando pesquisas e/ou projetos interdisciplinares. O papel do educador especializado é elaborar, identificar, produzir e organizar serviços e recursos pedagógicos, buscando estratégias, acessibilidade para o público-alvo especial. Também deve desempenhar e executar um plano de atendimento, aplicabilidade dos recursos pedagógicos existentes, bem como elaborar novos. O educador especializado deve organizar o tipo e o número de atendimento nas salas de recursos sendo esta multifuncional, acompanhar o desenvolvimento e a aplicabilidade das mesmas, tanto na sala de ensino regular, quanto em todos os ambientes da escola; elaborar estratégias para que isto ocorra; orientar professores e familiares de como agir e/ ou proceder. Ensinar novas metodologias de tecnologias assistivas, como por exemplo, informação e comunicação, comunicação aumentativa, informática acessível, código de linguagens, mobilidade, para que seja promovida a autonomia do educando. Estabelecer articulações com educadores da sala comum, para que este possa executar e disponibilizar recursos pedagógicos e de acessibilidade ao aluno com necessidades especiais, promover a participação dos mesmos, conforme suas limitações, nas atividades escolares. A família-escola deve ser interface com os serviços setoriais da saúde, assistência social, ou seja, o trabalho deve ser realizado multidisciplinarmente. Mas, às vezes, a demanda de crianças com necessidades especiais é grande em se tratando da rede e esta não possui profissionais suficientes, para suprir essa necessidade.

 O desafio enfrentado pelos professores é o de quebrar paradigmas. Na educação infantil, por exemplo, há alguns anos atrás, esta era vista apenas como assistencialismo. Sabe-se bem que segundo a Base Nacional Curricular Comum, a educação infantil é muito mais, ela precisa ser vista e respeitada como Ensino Regular, com todos os direitos e deveres de tal. Quando uma criança chega na Educação Infantil e necessita de cuidados especializados, estes devem ser fundamentados e bem formalizados. A instituição precisa buscar este auxílio de especialistas sobre o assunto, cabendo aos gestores, professores, comunidade escolar e família trabalharem juntos, buscando alternativas para que a educação inclusiva seja realmente efetivada na prática, pois a escola é o meio social em que a criança deve usufruir de seus direitos como cidadãos, sem preconceitos e discriminação.

 

CONCLUSÃO

 

 

Diante do exposto neste trabalho de pesquisa, entende-se que os professores que forem trabalhar com crianças com necessidades especiais, precisam se especializar e buscar conhecimento sobre o mesmo. A inclusão é um direito previsto em lei e a legislação precisa ser cumprida. Porém a dificuldade relatada é sobre o que fazer na prática docente? A partir dos depoimentos/colocações dos professores entrevistados, refletimos que a inclusão é um tema que precisa ser bastante trabalhado e difundido, ser esclarecido, aperfeiçoado. Para isso, são necessários cursos de formação. As redes de ensino devem se preocupar em preparar seus profissionais para que estes saibam o que fazer quando existirem casos de crianças com necessidades especiais na salas de aula regulares. Os profissionais das salas de recursos estão nas escolas, infelizmente não em todas. A demanda de crianças com necessidades especiais, muitas vezes, é maior que a quantidade dos profissionais do AEE. Sem sombra de dúvida, é necessário um trabalho multidisciplinar para que a inclusão seja efetivada de fato. Os professores têm se sentido despreparados e desamparados para lidar com o incerto. Muitas vezes a exclusão acontece por este despreparo. Diante das dificuldades expostas, como a falta de recursos humanos e didáticos, colocar o aluno dentro da sala de aula sem preparo não é incluir. Este processo de reestruturação pedagógica e institucional necessita de estudo e aprofundamento, pois apenas as leis não dão conta do processo de inclusão. São necessários espaços físicos, recursos humanos, cursos e esclarecimento, mudanças drásticas de mentalidade também, mas primordialmente, que educadores regulares e especializados aprendam a trabalhar juntos em prol do crescimento intelectual das crianças com necessidades especiais.

 

 

 

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