Educação, Gestão e Desenvolvimento Sustentável
Por Adilton Dias Santana | 16/04/2011 | AmbientalUNEB ? PPGEduC ? Educação, Gestão e Desenvolvimento Sustentável
Professores: Eduardo Nunes e Avelar Mutim
Discente: Adilton Dias de Santana
Para ampliar o cânone da produção
Para ampliar o cânone da produção dos autores, Boaventura de Sousa Santos é atualmente Professor Catedrático de sociologia da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra doutorado em sociologia do direito pela Yale University (1973), com um trabalho empírico conduzido, através da observação participante, numa favela do Rio de Janeiro, intitulado Law Against Law: Legal Reasoning in Pasargada Law (Cuernavaca CIDOC, 1974)
Tem escrito intensivamente nas áreas de sociologia do direito, sociologia política, sociologia da ciência e epistemologia. Os seus estudos têm sido desenvolvidos principalmente em Portugal, Brasil, Colômbia, Moçambique, África do Sul e Índia, autor de dezenas de artigos e livros, entre os quais destacamos: Os Tribunais nas Sociedades Contemporâneas: o caso português (Afrontamento, 1996 A Crítica da Razão Indolente: Contra o Desperdício da Experiência (Afrontamento, 2000); El Caleidoscopio de las Justicias en Colombia (Co-Editor, Bogotá, 2001); Globalização: Fatalidade ou Utopia? (editor, Afrontamento, 2001) dentre outros.
O texto faz parte do livro Produzir para viver: os caminhos da produção não capitalista, organizado por Boaventura Santos é o segundo volume da coleção "Reinventar a Emancipação Social: Para Novos Manifestos" publicado pela Civilização Brasileira, 2002.
Este volume faz parte de uma coleção que reúne diversos estudos sobre como, em diferentes países, os grupos sociais menos favorecidos se organizam para resistir contra a exclusão social produzida pela globalização neoliberal. O projeto - composto de sete volumes e realizado em seis países - África do Sul, Brasil, Colômbia, Índia, Moçambique e Portugal - teve por objetivo analisar iniciativas e movimentos de resistência e de formulação de alternativas em vários domínios sociais. Dirigido pelo sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, envolveu 69 pesquisadores e foram analisadas 60 iniciativas, movimentos ou organizações
O texto traz um recorte histórico do capitalismo desde o seu aparecimento, as lutas históricas do proletariado, o movimento produtivo e os desafios e alternativas produtivas para sua superação, centrando atenção nas viabilidades e nos potenciais emancipatórios das múltiplas alternativas produtivas que são praticadas por todo o mundo e que representam formas de organização econômica baseada na igualdade na solidariedade com proteção ao meio ambiente.
Está subdividido nos seguintes tópicos: um mapa de alternativas de produção, que apresenta as experiências da tradição cooperativa, incluindo o surgimento do termo da "economia solidária" na América Latina e o caso exemplar do complexo cooperativo de Mondragón na Espanha e finaliza com o associativismo e socialismo, do socialismo centralizado ao socialismo de mercado em que as condições econômicas, políticas e sociais contemporâneas são propícias ao ressurgimento do pensamento associativo e das práticas cooperativas.
Em outro tópico do texto traz uma abordagem sobre "As economias populares e o desenvolvimento alternativo na periferia e na semiperiferia" em que a teoria propõe como atores do desenvolvimento os sujeitos coletivos e que o poder comunitário organizado isso implica a promoção de iniciativas baseadas na autogestão das empresas populares e construção do próprio poder comunitário. Finalizando este tópico com "os vazios das abordagens ao desenvolvimento alternativo" e dos conflitos da concorrência capitalista.
No último tópico "Em busca de alternativas ao desenvolvimento" a abordagem permeia a discussão sobre alternativas ao desenvolvimento e o desenvolvimento alternativo, ambos concordam com os pontos em dar ênfase ao local, a promoção da autonomia comunitária, cooperativismo, etc. e destoam quando os defensores do desenvolvimento alternativo impõem limites ao crescimento econômico e exploram alternativas pós-desenvolvimentistas, cita "Daly" em que o movimento de ecólogos e eco feministas radicalizam quando afirmam que o "desenvolvimento sustentável é impossível por que equivale a crescimento sustentável e que crescimento sustentável é impossível de se sustentar sem destruir a vida do planeta.
Os autores trazem contribuições teóricas e experiências práticas com os estudos de casos apresentados em diversos países inclusive o Brasil, experiências locais, de movimentos sociais, envolvendo a micro economia e a macro economia, enfocam a capacidade de organização comunitária, a autogestão e o cuidado com a concorrência das grandes corporações capitalistas para que se efetive um modelo de desenvolvimento sustentável para fazer frente ao modelo de produção capitalista.
As alternativas apresentadas pelos autores para a superação das problemáticas apontadas pela concorrência capitalista é o fortalecimento da organização social para se construir um poder comunitário alternativo que possa fazer frente ao grande capital que explora, exclui e destrói o meio ambiente, isto é, a partir da autogestão, da organização em cooperativas sustentáveis é que pode-se construir e ou potencializar o modelo de produção alternativo que privilegie a igualdade, a solidariedade, o respeito, e a conservação dos recursos naturais e do meio.
As críticas que faço ao texto são as poucas referências ao processo educativo ou a um modelo de educação que se faz necessário para se formar, revisar e ou fortalecer o pensamento deste modelo de desenvolvimento alternativo que traga o sei seio a sustentabilidade, isto é, que integre no seio e ou modelo de produção capitalista o desenvolvimento econômico com sustentabilidade.
Por outro lado o tópico de "Daly" que trata da impossibilidade de existir um crescimento sustentável e, portanto, também o desenvolvimento sustentável seria impossível na condição de pesquisador penso que só o crescimento sustentável poderá promover um desenvolvimento sustentável, isto é, só o crescimento econômico que privilegie a sustentabilidade poderá promover um desenvolvimento econômico, educacional e social sustentáveis com respeito ao outro, ao meio, ao planeta que vivemos.
Recomendo esta leitura a todos os estudantes dos cursos de graduações e pós-graduações de todas as áreas como um estudo introdutório, amplo e crítico pela abordagem rica e histórica que o texto apresenta.
Por Adilton Santana