EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Por DENILZE TRENTINI | 11/11/2014 | EducaçãoEDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Denilze Trentini Xavier [1]
RESUMO
A crença na importância da corporeidade e do aspecto lúdico na Educação Física Infantil, assim como a presença de um profissional graduado, qualificado e competente para atuar nesse campo é imprescindível para uma melhor aprendizagem e desenvolvimento da criança (FREIRE, 1997). O Objetivo foi analisar o profissional de Educação Física na Educação Infantil no município de Lages. A pesquisa foi de campo com abordagem descritiva diagnóstica. Amostra de 30 professores da educação física de ambos os sexos das redes municipais, estaduais e particulares, do município de Lages. Instrumento de coleta de dados: questionário com perguntas abertas e fechadas. Entre os resultados: relação à contribuição da EF na Educação Infantil, (n=21, 17,36%) Desenvolver a Socialização, e (n=21, 17,36 %) Desenvolver Habilidades Motoras, (n=21, 17,36%). As atividades trabalhadas na sua disciplina na educação infantil: (n=21, 18,26%) Jogos. Conclui-se através desta pesquisa que o professor de Educação Física na Educação Infantil deve buscar conhecer e se aprofundar nos conhecimentos relacionados a cultura infantil, de sua corporeidade e de suas brincadeiras, pois estes além de serem os principais meios de expressão da criança, também são a base para sua aprendizagem e desenvolvimento.
Palavras - Chave: Educação. Educação Física. Metodologia.
ABSTRACT
Belief in the importance of embodiment and playful Children in Physical Education, as well as the presence of a senior professional, qualified and competent to work in this field is essential for a better learning and child development (FREIRE, 1997). The objective was to analyze the professional Physical Education in Early Childhood Education in Lages. The field research was descriptive approach to diagnosis. Sample of 30 physical education teachers of both sexes of municipal, state and private, the city of Lages. Instrument of data collection: questionnaire with open and closed. Among the results: the relative contribution of EF in early childhood education (n = 21, 17.36%) to develop socialization, and (n= 21, 17.36%) Develop Motor Skills, (n= 21, 17.36 %). The activities worked in their discipline in early childhood education (n= 21, 18.26%) games. It is concluded through this research that the teacher of Physical Education in Early Childhood Education should seek to know and deepen the knowledge related to children's culture, their corporeality and their play, as these and are the main means of expression of the child, also are the basis for their learning and development.
Key-Words: Education. Physical Education. Metodology.
1 INTRODUÇÃO
Vivemos numa sociedade exigente que busca o melhor dos profissionais, principalmente o profissional de Educação Física na educação infantil, embora já tenha seu espaço. Os profissionais da área devem ter uma proposta de trabalho ou um projeto educativo desenvolvido, que valorize o potencial formativo que a Educação Física na Educação Infantil tem para a educação dos alunos.
O que se pretende é que o aluno saiba fazer, entenda o que faz como aprendeu como pode continuar aprendendo sobre aquilo que o interessa, e que amplie seu olhar sobre as práticas da cultura corporal. O professor de Educação Física deve saber avaliar, planejar, e coordenar experiências de aprendizagem, organizando o conteúdo de ensino a fim de torná-lo prático e útil, ter domínio dos conteúdos programáticos a serem desenvolvidos, dos conceitos fundamentais e dos métodos e técnicas de ensino que lhe permitam o exercício de sua profissão de forma eficiente e eficaz.
Os jogos, os esportes, as danças, as lutas e as diversas formas de ginástica estão presentes na nossa cultura, influenciando o comportamento, transmitindo valores, fazendo parte do dia-a-dia das pessoas, seja como prática nos momentos de lazer, seja como possibilidade para a atuação profissional: “O especialista da educação física deverá ser um estudioso da ação corporal.” (FREIRE, 1997, p.30)
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A Educação Física
Conforme (BRASIL, 2001, p.19) a educação física no século passado esteve estreitamente vinculada às instituições militares formando atletas e á classe médica visando à saúde e higiene da população. “Neste século os profissionais de Educação Física tinham por objetivo em suas aulas formar alunos atletas toda uma visão para o esporte.”
Embora toda elite imperial estivesse de acordo com os pressupostos higiênicos, eugênicos e físicos havia uma forte resistência na realização de atividade física por conta de associação entre o trabalho físico e trabalho escravo. Qualquer ocupação que implicasse esforço físico era vista com maus olhos, considerada “menor”. Essa atitude dificultava que se tornasse obrigatória a prática de atividades físicas nas escolas.
Na década de 30 no Brasil, dentro de um contexto histórico e político mundial, com a ascensão das ideologias nazistas e fascistas, ganham força novamente as idéias que associam a eugenização da raça á Educação Física. O exercito passou a ser a principal instituição a comandar um movimento em prol do “Ideal” da Educação Física que se mesclava aos objetivos patrióticos e de preparação pré – militar. A finalidade higiênica foi duradoura, pois instituições militares, religiosas, educadores da “escola nova” e Estada compartilhavam de muitos de sues pressupostos. (BRASIL, 2001)
Na década de 70, a Educação Física ganhou mais uma vez, funções importantes para a manutenção da ordem e do progresso, o governo militar investiu na Educação física em função de diretrizes pautadas no nacionalismo, na integração nacional (entre estados) e na segurança nacional, tanto na formação de um exército composto por uma juventude forte e saudável como na tentativa de desmobilização das forças políticas oposicionistas, as atividades esportivas também foram consideradas como fatores que poderiam colaborar na melhoria da força de trabalho para o “milagre econômico brasileiro.” (BRASIL, 2001)
Em relação ao âmbito escolar, a partir do Decreto n. 69.450, de 1971, considerou-se a Educação Física como “[...] a atividade que, por seus meios, processos e técnicas, desenvolvem e aprimoram forças físicas, morais, cívicas, psíquicas e sociais do educando”. (BRASIL, 2001)
Na década de 80 os efeitos desse modelo começaram a ser sentidos e contestados: o Brasil não se tornou uma nação olímpica e a competição esportiva da elite não aumentou o número de praticantes de atividades físicas. Iniciou-se então uma profunda crise de identidade nos pressupostos e no próprio discurso da Educação Física, que originou uma mudança significativa nas políticas educacionais: a Educação Física escolar, que estava voltada principalmente para a escolaridade de quinta a oitava séries do primeiro grau, passou a priorizar o segmento de primeira a quarta e também a pré-escola. (BRASIL, 2001)
O enfoque passou a ser o desenvolvimento psicomotor do aluno, tirando da escola a função de promover os esportes de alto rendimento. (BRASIL, 2001)
Atualmente se concebe a existência de algumas abordagens para a Educação Física escolar no Brasil que resultam da articulação de diferentes teorias psicológicas, sociológicas e concepções filosóficas. Todas essas correntes têm ampliado os campos de ação e reflexão para a área e a aproximado das ciências humanas, e, embora contenham enfoques científicos diferenciados entre si, com pontos muitas vezes divergentes, têm em comum a busca de uma Educação Física que articule as múltiplas dimensões do ser humano. (BRASIL, 2001)
Nas escolas, embora já seja reconhecida como uma área essencial, a Educação Física ainda é tratada como “marginal”, que pode, por exemplo, ter seu horário “empurrado” para fora do período que os alunos estão na escola ou alocado em horários convenientes para outras áreas e não de acordo com as necessidades de suas especificidades (algumas aulas, por exemplo, são no último horário da manhã, quando o sol está a pino). (BRASIL, 2001)
2.2 Educação Infantil
Para Freire (2003) as crianças que freqüentam esse nível escolar caracterizam-se basicamente, por exercitar intensamente suas funções simbólicas, uma vez que estão apresendendo a lidar com os símbolos.
Elas são aceitas na educação infantil a partir do momento em que começam a falar, isto é entre 18 a 24 meses de vida. Podemos dizer que a educação infantil deveria ser uma escola de símbolos, de imaginação e fantasia. Raramente encontramos uma criança menor de sete anos de idade realizando uma atividade livre que não seja a de fantasiar, isto é, brincar com símbolos. Compreender o desenvolvimento das funções simbólicas de uma criança não difere muito de compreender suas funções motoras; sabemos que, durante o período pré-verbal, uma criança saudável forma todas as coordenações motoras de que disporá até o fim da sua vida. (FREIRE, 2003)
[...] Mas tarde, a partir do período verbal, a motricidade vai se aperfeiçoando num jogo incessante de combinações, que resultam numa complexidade inigualável. É possível notas a dificuldade inicial de uma criança para segurar objetos delicados ou para dar os primeiros passos, antes de andar com desenvoltura, ela vacila tropeça, cai levanta, apóia-se, pede ajuda, até que finalmente, consegue andar sozinha, com as representações mentais não é diferente, desde o momento (ninguém sabe exatamente qual) em que a mente forma as primeiras imagens, acredita-se que a criança faça tentativas, e exemplo do que já realizou no plano motor, de agrupá-las em conjuntos que representam a coerência entre elas e as experiências em seu meio cultural. (FREIRE, 2003, p.17)
È tão complicado conseguir isso que desde o surgimento dessas imagens (por volta dos sete meses) até as primeiras representações mentais organizadas, passam-se sete, oito, nove meses, finalmente num dado momento, a criança começa a falar, e então fica evidente que ela possui boas coordenações mentais e boas representações simbólicas. (FREIRE, 2003)
A partir de então, ela dedica-se ao exercício da fantasia, da imaginação, isto é de ver dentro de si todas as coisas que percebe no mundo real. E ela logo descobre seu poder de transformá-las, de criar outras, de substituí-las; e isto lhe agrada de tal maneira, que ocupa quase todo o seu tempo nesse exercício. (FREIRE, 2003)
2.3 Aspectos legais da Educação Infantil
Criado em 1998, o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RCNEI) foi desenvolvido para servir de guia de reflexão sobre conteúdos, objetivos e orientações didáticas escolares. Este documento visa a melhoria da qualidade, do cuidado e educação para as crianças de 0 a 6 anos de idade e ainda contribuir para o aperfeiçoamento e qualificação de seus educadores. Dentre os objetivos gerais que o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil estabelece, não há uma referência explícita à educação física, mas sim, que dizem respeito ao “corpo” e ao “movimento”, tais como:
- Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar;
- Brincar, expressando emoções, sentimento, pensamentos, desejos e necessidades;
- Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às deferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas idéias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva. (BRASIL, 1998. p. 63)
2.4 Educação Física na Educação Infantil
A Educação Física deve ser levar a acriança a aprender a ser cidadã de um novo mundo, em que o coletivo não seja sobrepujado pelo individual, em que a ganância não supere a solidariedade, em que a compaixão não seja esmagada pela crueldade; em que a corrupção não seja referência de vida; em que a liberdade seja um bem superior; em que a consciência crítica seja patrimônio de toda pessoa; em que a inteligência não seja reduzida a saber calcular e falar línguas estrangeiras. (FREIRE, 2003)
Entretanto cada disciplina deve definir especificamente seus objetivos, mas é preciso que sejam todas balizadas por objetivos maiores e comuns, referenciados pela necessidade de viver em um planeta habitável, onde as pessoas queiram conviver e repartir seu patrimônio com o outro.
O acúmulo desenfreado de riquezas está destruindo nosso mundo, o conhecimento que permita a consciência disso tem de estar ao alcance de tosos. A história mais recente da educação física registra diversas iniciativas, umas mais teóricas, outras práticas; para definir suas áreas de conhecimento ou seus conteúdos mais típicos. (FREIRE, 2003)
A educação recorre a práticas corporais, isto é á educação física, intervém mais para desenvolver conhecimentos do que para transmitir verdades.
As áreas de conhecimentos típicas da educação física, decorrente das relações entre o sujeito e o mundo, quando mediadas por uma prática corporal, segundo Freire, (2003):
a) Conhecimento do próprio corpo
b) Conhecimento do meio ambiente
c) Cultura da educação física
Esportes, jogos, lutas e ginásticas |
Atividades rítmicas e expressivas |
Conhecimentos sobre o corpo |
Figura 1. Blocos de conteúdos segundo Brasil, (2001).
Para os PCN’s (BRASIL, 2001, p 46) os conteúdos são divididos em blocos, conforme figura abaixo.
Para a Proposta Curricular de Santa Catarina (1997) os conteúdos da Educação Física são o Esporte, Jogo, Dança e a Ginástica.
Se a educação física pretende ser uma disciplina escolar com status semelhante ao adquirido pelas demais, precisa dizer a que veio o que ensina. (FREIRE, 2003)
3. METODOLOGIA
Para empreender esta pesquisa utilizou-se o tipo de pesquisa de campo com abordagem quantitativa de análise dos dados coletados por amostragem (MOLINA NETO; TRIVIÑOS, 1999), cujos dados foram coletados no mês de setembro de 2011.
Fizeram parte desta amostra trinta (30) professores da educação física de ambos os sexos das redes municipais, estaduais e particulares, do município de Lages, que ofereciam a Educação Infantil.
Como instrumento de coleta utilizou-se um questionário com 7 perguntas (abertas e fechadas), sendo distribuídos 100 questionários, dos quais foram recebidos 30. Destes, 8 foram aplicados na rede estadual, 20 na rede municipal e 2 na rede particular. Os dados foram analisados através de estatística básica (freqüência e percentual) e apresentados através de tabelas.
3.1 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Em algumas questões nem todas as perguntas foram devidamente respondidas, podendo haver diferença no total de questões.
Em relação aos dados obtidos conforme tabela 1, (n=9, 34,6%) estão cursando o curso superior de Educação Física; (n=12, 46,2%) já possuem Superior completo em curso de Educação Física e (n=5, 19,2%) possuem Pós-Graduação.
A maioria dos pesquisados possui graduação na área 46,2% e 19,2% deles possui pós-graduação. Isto demonstra que o perfil dos pesquisados se encontra de acordo com o que preconiza a LDB.
Em relação ao tempo de experiência no magistério como professor de Educação Física, (tabela 2) aparecem os seguintes resultados: (n=13, 61,90%)1 a3 anos, (n=3, 14,29%),4 a6 anos (n=4, 19,05%)7 a19 anos, (n=1, 4,76%)20 a35 anos.
A maioria deles se encontra no período de 1 a 3 anos.
Tabela 1. Nível Instrução |
f |
% |
Superior em curso, curso de Ed.F. |
9 |
34,6 |
Superior completo, curso de Ed. F. |
12 |
46,2 |
Pós-graduação |
5 |
19,2 |
Mestrado |
0 |
0,0 |
Doutorado |
0 |
0,0 |
Total |
26 |
100% |
Fonte: dados da pesquisa.
Segundo Huberman (1995) apud Shigunov e Shigunov Neto, (2001, p.35).
Preocupo-se em estudar a carreira de professores e classificar os ciclos de vida profissional de docentes. Os ciclos foram compostos por fases, Cada fase apresenta características próprias e procura enquadrar cada professor durante o seu percurso profissional. Compreende a primeira fase de entrada os 2 a 3 primeiros anos de docência dos professores apresentando dois estágios o de sobrevivência e o de descoberta.
O professor é inserido na escola e com ele traz uma bagagem de conhecimentos e novidades para administrar suas aulas, entusiasmado por esta inserido com o grupo esta é a fase de entrada, o professor com toda energia para exercer sua profissão.
Tabela 2. Tempo de experiência na Educação Física |
f |
% |
1a 3 anos |
13 |
61,90 |
4 a 6 anos |
3 |
14,29 |
7 a 19 anos |
4 |
19,05 |
20 a 35 anos |
1 |
4,76 |
Total |
21 |
100% |
Fonte: dados da pesquisa.
O tempo de atuação na Educação Infantil dos pesquisados, conforme tabela 3, aparecem os seguintes resultados: (n=13, 65%)1 a3 anos, (n=6, 30%), (n=1, 5%)20 a35 anos.
A maioria deles se encontra no período de 1 a 3 anos, que segundo Gonçalves (1995) apud Shigunov e Shigunov Neto (2001, p.37): “Em estudo com professoras de ensino primário apresentou a seguinte classificação para o estudo sobre o desenvolvimento profissional docente de anos de experiência.” Período que o professor passa adquirir experiência, ocorrendo troca de idéias com outros professores para que suas aulas não se tornem repetitivas, buscando outros meios para seu plano de aula, buscando sempre renovar seus métodos seus conhecimento pra cada dia ter algo diferente pra que os alunos interajam com entusiasmo nas aulas.
Tabela 3. Tempo de experiência na Educação Infantil |
f |
% |
1a 3 anos |
13 |
65,00 |
4 a 6 anos |
6 |
30,00 |
7 a 19 anos |
0 |
0,00 |
20 a 35 anos |
1 |
5,00 |
Total |
20 |
100% |
Fonte: dados da pesquisa.
Em relação aos dados obtidos conforme tabela 4, sobre a contribuição da Educação Física na Educação Infantil, aparecem os seguintes resultados: (n=21,17,36%) Desenvolver a Socialização, (n=19, 15,70%) Desenvolver a Linguagem Corporal, (n=20, 16,53%) Desenvolver a Cultura, (n=20,1 6,53%) Desenvolver a Coordenação Motora, (n=20, 16,53%) Desenvolver a Lateralidade, (n=21, 17,36 %) Desenvolver Habilidades Motoras, (n=21, 17,36%).
Tabela 4. Contribuição da Educação Física na Educação Infantil |
f |
% |
Desenvolver a Socialização |
21 |
17,36 |
Desenvolver a Linguagem Corporal |
19 |
15,70 |
Desenvolver a Cultura |
20 |
16,53 |
Desenvolver a Coordenação Motora |
20 |
16,53 |
Desenvolver a Lateralidade |
20 |
16,53 |
Desenvolver habilidades motoras |
21 |
17,36 |
Total |
121 |
100% |
Fonte: dados da pesquisa.
Segundo Brasil, (1998, p.15):
Considerando-se as especificidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas das crianças de zero a seis anos, a qualidade das experiências oferecidas que podem contribuir para o exercício da cidadania devem estar embasadas nos seguintes princípios: a socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie algum.
A Educação física contribui para a melhoria das condições sociais dos alunos qualificando-os para um futuro profissional.
Em relação à opinião dos professores de como estão sendo desenvolvidas as aulas de educação física na Educação Infantil (pergunta 5), as respostas foram agrupadas em três itens, formação profissional, estrutura escolar e família.
Formação Profissional: Falta de Conhecimento ; Atualizar sempre; Tem que haver melhoras; Pode se melhorar muito mais.
Estrutura Escolar: Deixam as crianças de lado fazem o que querem; Positiva esta sendo bem realizada; Uma forma simples de compreender e participar das aulas; Professor deveria se preocupar na individualidade do aluno; Através da psicomotricidade, lúdico, jogo; Educação Física é a alma da Educação Infantil; Pouco desenvolvida; De forma geral sem técnicas desleixadas que qualquer um substitui o professor de Educação Física.
Família: Pouco trabalhada a socialização (família); Esta sendo coadjuvante, quando deveria esta sendo encarado como ato principal.
Conforme Freire, (1997, p.197):
[...] a criança deveria se desenvolver aprendendo aquilo que é necessário á sua formação além daquilo que adquirem junto á família, ao seu grupo etário, aos meios de comunicação, sem caracterizar suas atividade como corporal ou intelectual. A Educação Física também é educação postural, o que poderia ser desenvolvido em sala de aula. Educação Física é prazer, é socialização que podem ser desenvolvido com atividades em sala, em pé sentado, andando , marcando ritmo. Alfabetização é raciocínio matemático, é afetividade, é motricidade, que podem ser aprendidos também pulando corda ou brincando de amarelinha. Portanto o professor tem que estar atualizado e envolvido com a escola e família, desempenhando seu papel como educador físico.
As respostas referentes à opinião de qual seria o maior obstáculo para atuar na Educação Infantil (pergunta 6), apareceram as seguintes respostas separadas nos temas socialização, estrutura escolar, formação profissional e família.
Sociabilização: Dificuldade de lidar com crianças de certas idades e com os pais e entre outros obstáculos.
Estrutura escolar: Existem vários obstáculos- todos podem ser superado com um bom estimulo e boa vontade; Muita dificuldade; Não tem obstáculo é necessário ter vontade; Os outros acham que as brincadeiras não tem importância - porém não percebem que nossas atividades tem uma função e importância.
Formação profissional: Falta de conhecimento; Profissionais acomodados.
Família: Crianças muito mal educadas.
Para os PCN’s (BRASIL, 2001, p.27):
É fundamental também que se faça uma clara distinção entre os objetivos da Educação física escolar e os objetivos do esporte, da dança, da ginástica e da luta profissionalismo não pode ser a meta almejada pela escola. A tarefa da educação Física escolar é garantir o acesso dos alunos ás práticas da cultura corporal, contribuir para a construção de um estilo pessoal de exercê-las e oferecer instrumentos para que sejam capazes de apreciá-las criticamente.
Conforme Freire, (1997, p.78):
[...] já há algum tempo vem ocorrendo uma discussão complexa em torno do papel da Educação Física nas quatro primeiras séries do 1º Grau. De um lado, por questões corporativistas, um setor da Educação Física brasileira defende, na organização dos currículos escolares, a inclusão de um especialista na área, isto é de uma pessoa que, á parte o trabalho feito em sala de aula por outro professor, seria a responsável pelas aulas de Educação Física, De outro lado, há os que defendem a permanência da atual estrutura, alegando ser melhor para a criança o contato com um único professor.
Em relação aos dados obtidos conforme tabela 5, Quais os tipos atividade trabalhada na sua disciplina na educação infantil? Aparecem os seguintes resultados: (n=19, 16,52%) Atividades Lúdicas, (n=21, 18,26%) Jogos, (n=8, 6,96%) Criação de Materiais, (n=10, 8,70%) Dança, (n=12, 10,43%) Esporte, (n=18, 15,65%) Recriação, (n=5, 4,35%) Saída á Campo (n=15, 13,04%) Psicomotricidade (n=7, 6,09%) Ginástica.
Tabela 5. Tipos atividade trabalhadas na educação infantil? |
f |
% |
Atividades lúdicas |
19 |
16,52 |
Jogos |
21 |
18,26 |
Criação de materiais |
8 |
6,96 |
Dança |
10 |
8,70 |
Esporte |
12 |
10,43 |
Recreação |
18 |
15,65 |
Saídas a campo |
5 |
4,35 |
Psicomotricidade |
15 |
13,04 |
Ginástica |
7 |
6,09 |
Total |
115 |
100% |
Fonte: dados da pesquisa
Segundo (FREIRE, 1997, p.164): “Qualquer que seja atividade proposta pelo professor ou escolhida pelas crianças, num espaço de autonomia, haverá sempre motivo para que as regras sejam construídas e praticadas, isto é, para o estabelecimento de normas que regulem as relações de grupo.”
O professor de Educação física tem consciência do seu trabalho como educador, buscando sempre se atualizar, trazendo novidades de conteúdos em seu modo de ensinar, obtendo assim maior qualidade em suas aulas.
4 CONCLUSÃO
Conclui-se através desta pesquisa que o professor de Educação Física na Educação Infantil deve buscar conhecer e se aprofundar nos conhecimentos relacionados a cultura infantil, de sua corporeidade e de suas brincadeiras, pois estes além de serem os principais meios de expressão da criança, também são a base para sua aprendizagem e desenvolvimento.
O processo de ensino e aprendizagem na Educação Física não se restringe aos simples exercícios de certas habilidades e destrezas, mas sim, de capacitar o indivíduo a refletir sobre suas possibilidades corporais e com autonomia, exercê-las de maneira social e culturalmente significativas e adequadas.
Pode concluir-se que o profissional de Educação Física que atua na Educação Infantil, não deve possuir somente conhecimentos específicos de sua área e sim somá-los aos conhecimentos da criança com a qual esta trabalhando. Deve-se então, estar considerando e valorizando seus aspectos de desenvolvimento, sua maneira de aprender, seus conhecimentos prévios, e ter consciência do papel da escola, que está baseado em viver o presente e proporcionar vivências que tenham finalidades concretas para o cotidiano da criança.
Assim, o professor, com estes conhecimentos como base, poderá elaborar um planejamento de ensino, em que suas aulas terão realmente um significado e uma função para a criança e, conseqüentemente, estarão mostrando a real importância desta prática de Educação Física como parte indissociável do processo de Educação Infantil.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Educação E Cultura. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Educação física Brasília: MEC/ SEF, 1997.
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília, 1998.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Física. Ed.- Brasília, 2001.
COLETIVO DE AUTORES; Metodologia do Ensino de Educação Física/Coletivo de Autores. - São Paulo: Cortez, 1992.
DARIDO, SC Educação Física na Escola: Questões e Reflexões; Ed. Guanabara Koogan, SP 2003.
FREIRE, J. B. Educação de Corpo Inteiro: teoria e prática da educação física.
FREIRE, João Batista; SCAGLIA, Alcides José. Educação como pratica corporal. São Paulo: Scipione, 2003.
GALHARDO, Jorge Sérgio Pérez; Didática de educação Física: A Criança em Movimento: jogos, prazer, e transformação/ Jorge Sérgio Pérez Galhardo; Amauri A. Bássoli de Oliveira, César Jaime Oliveira Aravena. - São Paulo: FTD, 1898 – (Conteúdo e Metodologia).
MOLINA NETO, Vicente; TRIVIÑOS, Augusto N. S., A Pesquisa Qualitativa na Educação Física: Alternativas Metodológicas/Organizado Por Augusto Nibaldo Silva Triviños e Vicente Molina neto- Porto Alegre: Ed Universidade/UFRGS/Sulina, 1999.
São Paulo: Scipione, 1997.
PROPOSTA CURRICULAR DE SANTA CATARINA: Educação Infantil, Ensino
Fundamental e Médio: Formação docente para Educação Infantil e séries iniciais,
Florianópolis: COGEN, 1997.
SHIGUNOV, V.; SHIGUNOV NETO, A. A Formação Profissional e a Prática Pedagógica: Ênfase nos Professores de Educação Física. Londrina, Paraná: Ed. Midiograf, 2001.
SHIGUNOV, V.; SHIGUNOV NETO, A. Educação Física: Conhecimento x Prática Pedagógica; Ed. Porto Alegre, 2002.
VARGAS NETO, Francisco Xavier; A Criança e o Esporte: uma Perspectiva Lúdica/ Francisco Xavier de Vargas Neto e Rogério da Cunha Voser; (gov). Canoas: Ed- Ulbra 2001.
¹ TRENTINI, Denilze. Especialista em Personal Trainner, Especialista em Interdisciplinaridade e Gerontologia.